Chama-se Ernesto Afonso, é médico neurologista no Hospital Central
de Nampula, profissão que desempenha com muito sacrifício e dedicação há 18
anos. Na semana (28 Março), em que se comemora-se o Dia do Médico moçambicano,
e fez uma "radiografia" das condições em que a classe trabalha e
vive. Nos últimos anos, disse, a situação dos médicos tem estado a
deteriorar-se porque o salário que lhes é pago não corresponde ao esforço
empreendido nem ao custo de vida. As pessoas que se formam para ser médicos não
têm a mínima ideia do que se passa no terreno. “Por vezes somos obrigados a encontrar uma solução urgente para
determinados problemas de saúde. E muitos profissionais acabam por ficar
frustrados quando terminam o curso superior em ciências médicas porque na
realidade, o médico não é um homem rico, mas sim, um homem de sacrificio”,
considerou Afonso. Segundo as suas palavras, no geral, a situação do médico vai
de mal a pior em Moçambique porque antigamente assistia-se uma visão social,
onde o Governo acolhia o médico atribuindo uma habitação condigna, um fundo
social que era usado para custear as despesas escolares dos seus filhos,
pagamento dos serviços de comunicação, energia, água e transporte. Condições
que, actualmente, já não existem. “Hoje, com a condição moral que existe, o médico é considerado como
um trabalhador que desempenha as suas actividades com sacrifício na sociedade,
sem, no entanto, preocupar-se em criar melhores condições da sua vida porque o
salário não chega. O médico é olhado como se fosse um padre, pessoa que
desempenha actividades de caridade, ao invés de estar preocupado em lutar para
melhorar a sua própria vida”, acrescentou a fonte, que recorda que a fase mais
triste da sua profissão foi quando terminou a sua especialização e regressou
para a província de Nampula, numa altura em que a região era afectada por um
surto de cólera que vitimou mais de doze mil pessoas. A experiência foi muito
dura, pois, tinha de se deslocar para todos os distritos no sentido de
sensibilizar as comunidades sobre a necessidade de prevenir, através da observação
das regras elementares de higiene, a doença. Em relação ao seu tempo de
ingresso no Sistema Nacional de Saúde, a fonte revelou que escolheu a profissão
de médico porque na província de Nampula havia uma carência de técnicos para
esta área. Formou-se em 1985 e no primeiro ano de trabalho foi afecto ao
distrito de Angoche, onde ficou até o ano de 2000. De acordo com Ernesto
Afonso, houve momentos difíceis, pois, em algum momento foi obrigado a
assegurar todas as áreas no hospital rural local, devido à insuficiência de
profissionais qualificados. Teve de aprender, forçosamente, a fazer uma
cirurgia, aplicar uma anestesia, lidar com a pediatria, fazer uma cesariana,
incluindo algumas amputações. Nessa altura, era apenas um médico clínico geral, recebia e atendia
doentes transferidos dos distritos de Moma, Nametil e Mogovolas porque as
unidades sanitárias locais não tinham salas operatórias. A parte mais
complicada na sua experiência foram os programas de prevenção de certas
doenças, que exigiam muito esforço, sobretudo, nas campanhas de vacinação. Na
circunstância, apareceu a ideia de promover cursos de pequena duração
destinados aos enfermeiros e serventes (agentes de serviços) para lhes
capacitar sobre trabalhos adicionais em casos de urgências. Os serventes
aprendiam técnicas de canalização de veias para assegurar a salvação de vidas
humanas. Depois desta fase, as dificuldades que se registavam com muita
frequência, estavam relacionadas com as limitações financeiras para a aquisição
de novos equipamentos de trabalho e escassez de medicamentos nas farmácias
públicas. Volvido algum tempo, Ernesto Afonso beneficiou de uma oportunidade de
formação em Maputo e Brasil para a especialização. Enganou-se quando pensou que
terminado o curso, as coisas no terreno teriam melhorado. Ele era o único
especialista neurologista afecto no Hospital Central de Nampula e tinha a dura
missão de atender a todos os pacientes que aquela unidade sanitária recebia,
transferidos de outras regiões da zona norte do país. Aliás, afirmou que uma
das coisas que lhe marcam pela negativa é a falta de medicamentos e de
aparelhos para testes de neurologia.(@V)
sexta-feira, março 29, 2013
quinta-feira, março 28, 2013
Mensagem do Presidente
Por
ocasião da Páscoa endereçamos à Comunidade Cristã do nosso país e do mundo, as
nossas calorosas saudações. Nesta data, os cristãos não só celebram esta
importante data no seu calendário religioso como também reflectem em torno dos
valores do sacrifício, da comunhão, do perdão e do amor ao próximo.
Na verdade, guiados pelos valores cristãos e pelo significado do que a Páscoa
representa, os cristãos usam este importante acontecimento para aprofundarem a
cultura de Paz, da concórdia e da convivência sã e para renovarem o seu
compromisso com o espírito de solidariedade humana, de ajuda mútua e de
harmonia entre os homens.
Congratulamo-nos pelo papel que a comunidade cristã em Moçambique tem
desempenhado na luta contra a pobreza. Em particular, saudamos o seu papel no
apoio às vítimas das calamidades naturais que assolaram diferentes espaços
geográficos da nossa Pátria Amada, na promoção da cultura de paz, do espírito
de cidadania e da Unidade Nacional.
Desejamos a todos os cristãos boas festas e Feliz Páscoa.
Armando Emílio Guebuza
(Presidente da República de Moçambique)
A volta do torrão de açucar
Para mandar
parar as viaturas, o funcionário das Alfândegas, trajando o seu uniforme sem
reflector, “espetava-se” no meio da estrada e obrigava as viaturas a parar. Que
o diga o 1º secretário do Comité Distrital da Frelimo, em Vilankulo, que,
conduzindo a sua viatura, quase “limpava” aquele agente, pois só se apercebeu
da obrigação de parar num controlo inexistente a escassos metros, situação
agravada pela maneira arrogante com que o agente alfandegário actuava. Esta
triste cena aconteceu muitas vezes, da mesma maneira e no mesmo local. Pambara
tinha ou tem uma “cancela” invisível, pois os fiscalizadores exercem as suas
actividades às escondidas, dado que optam por escolher as viaturas a dedo, de
preferência com matrícula estrangeira ou com a nova matrícula
nacional.Terça-feira da semana passada, fiquei escandalizado quando encontrei
uma fila de viaturas em Nhachengue, a cerca de 67 quilómetros a norte da vila da
Massinga a serem fiscalizados. Dois homens trajando uniforme das Florestas e
Fauna Bravia estavam com documentos dos automobilistas, cujas viaturas estavam
imobilizadas. Mas, mesmo assim, um dos elementos ainda mandou parar a viatura
onde eu viajava, só que logo depois mandou passar. Dia seguinte, quarta-feira,
dia 20 de Março corrente, cerca das 18.30 horas, a operação continuava no mesmo
local e ninguém passava sem ser fiscalizado, não interessa se transportava ou
não produtos florestais.Caricato para a operação “Nhachengue” é que naquela
região funciona um posto policial, mas nem um “cinzentinho”, como se diz na
gíria popular, andava por perto para credibilizar a actividade daqueles
fiscais.O meu espanto é que à saída da vila da Massinga, metros depois do
chamado mercado Rita, já estava um controlo de fiscalização de membros da
Polícia de Trânsito devidamente uniformizados com sinais luminosos. A brigada,
composta por cinco agentes da Polícia, incluindo a Polícia de Protecção, esteve
a fazer o seu trabalho normalmente e só recolheu depois das 20.00 horas,
levando um mini-“bus” que não estava documentado.A questão que levanta muitas
suspeitas na actuação daquelas forças paramilitares é o facto de trabalharem
isolados dos membros da PRM, cuja missão é, de facto, mandar parar viaturas na
via pública. A Polícia de Protecção, disse José Mandra, se a situação se
justificar, pode mandar parar viaturas.Porque é que as Alfândegas actuam
sozinhas? Porque é que os fiscais das Florestas e Fauna Bravia não querem a Polícia
de Trânsito na sua actividade? Ninguém está contra qualquer actividade que seja
de fiscalização, mas é necessário evitar qualquer oportunismo. Nas minhas
andanças pela província dentro, tenho visto carros-patrulha da Polícia de
Trânsito que não têm um lugar específico para trabalhar. Quanto a isso não há
problemas, mas o exercício da actividade de fiscalização sem sinalização e sem
agentes de direito para ordenar a paragem de viaturas é uma actuação que
levanta suspeitas.(Por Victorino Xavier)
Sustentabilidade dos aeroportos
A empresa
Aeroportos de Moçambique (AdM) aponta como desafio para 2013 a conclusão das
obras de construção do Aeroporto Internacional de Nacala, não só do ponto de
vista físico mas também para a atracção de mais tráfego para a região.O outro
desafio para o ano em curso é a conclusão dos estudos para a reabilitação da
pista do Aeroporto Internacional de Maputo, para oferecer mais segurança aos
aviões, embora se trate de um projecto a implementar em 2014.Mas ainda este
ano, decorrerão estudos mais detalhados por se tratar de uma intervenção mais
profunda, que envolve elevadas somas em divisas. O facto foi revelado
pelo Presidente do Conselho de Administração (PCA), Manuel Veterano, na Reunião
Nacional de Balanço e Perspectivas da Empresa Aeroportos de Moçambique para o
ano 2013, que discutirá também as linhas gerais do plano estratégico para os
próximos quatro anos.“Os sucessos que a empresa tem alcançado nos últimos anos
não devem fazer nos esquecer os grandes desafios que temos pela frente. Estes
desafios podem resumir-se numa única palavra: Sustentabilidade”, disse
Veterano, apontando que, para o efeito, é preciso rentabilizar os investimentos
da empresa.O presidente disse haver sinais encorajadores que geram esse
optimismo bastando, para o efeito, apontar que o tráfego nacional e regional de
aeronaves e passageiros que tem estado a crescer a um ritmo significativo que
permitirá, caso a tendência se mantiver, a sua duplicação nos próximos dez anos.Em
resultado das melhorias do conforto dos passageiros, segundo a fonte, o governo
acaba de aprovar novas taxas de passageiros que entrarão brevemente em vigor e
vão gerar uma lufada de ar fresco nas finanças da empresa e o retorno dos
investimentos realizados.Desta feita, os passageiros nas carreiras domésticas
passam a pagar 390 meticais o equivalente a 13 dólares americanos, contra os
anteriores 10 dólares. O passageiro regional e internacional passará a pagar
1050 meticais, isto é, 35 dólares ao invés dos 30 anteriormente pagos.Estas e
outras medidas estão, segundo Veterano, inseridas no conjunto de acções visando
trazer um novo conceito de aeroporto, porque o aeroporto não deve ser apenas um
polo de atracção para as cidades, mas ser uma cidade com todas as
infra-estruturas que lhe possam garantir um centro logístico de excelência.“No
geral, o objectivo é consumar esses desafios com sustentabilidade e, para o
efeito, é preciso ter as finanças em ordem, precisamos trazer rentabilidade a
empresa e temos acções em curso visando adequar as nossas capacidades de
recuperação dos custos, as nossas taxas”, rematou a fonte.
Injustiçado pelo juíz agora Provedor de Justiça
Qual será a
saída airosa desta situação, uma vez que a Constituição da República não criou
o cargo de Provedor de Justiça Adjunto?
Será que o
cidadão reclamante ficará com a consciência tranquila de que o seu caso há-de
ser apreciado com a imparcialidade exigida pelo artigo 258, no1, da CRM?
Idêntica preocupação
coloca-se em relação ao próprio Provedor de Justiça em exercício, que tem a
especial obrigação de demonstrar clara atitude de honestidade, e tendo em
atenção que no ordenamento jurídico moçambicano a suspeição pode ser suscitada
tanto pelo titular do órgão, neste preciso caso o Provedor de Justiça, assim
como pelo reclamante – vide artigos 122o a 136o, todos do Código de Processo
Civil, alterado pelo Decreto-Lei no1/2009, de 24 de Abril. Entendo que não
seja demais acrescentar que a questão aqui colocada tem como agravante o facto
de os actos ou recomendações do Provedor de Justiça só caberem reclamação para
ele próprio. Quer dizer, é pacífico que os acórdãos do Conselho Constitucional
não sejam susceptíveis de recurso, tendo em atenção que este é um órgão
colectivo, não acontecendo o mesmo com o Provedor de Justiça por razões óbvias,
e ainda que o no1 do artigo 14 da supracitada Lei no7/2006 tente garantir-nos
que “O Provedor de Justiça é coadjuvado por coordenadores e assessores com
curso superior adequado e comprovada reputação de integridade”! A verdade nua e
crua, porém, é que em Moçambique, sem prejuízo do devido respeito, parece que
não existem peritos em Administração Pública e de comprovada reputação de
integridade, ao menos que sejam do conhecimento geral. Na minha opinião, o
problema atrás exposto poderia, em parte, ser resolvido com a existência do
cargo de Provedor de Justiça Adjunto, porquanto este tomaria conta dos assuntos
no caso de impedimento do Provedor de Justiça, e vice-versa. Acredito que o
texto constitucional em vigor bem como a legislação complementar já acima
referida sobre o estatuto, organização, funcionamento, processo do Provedor de
Justiça e do quadro de pessoal do respectivo Gabinete, têm como fonte o direito
português, daí, talvez, a não previsão do cargo de Provedor de Justiça Adjunto.
Contudo, continuo a pensar que no que diz respeito à cultura jurídica entre o
povo moçambicano e o povo português, a diferença é simplesmente abismal, facto
este que por si só impunha maior cautela na concepção da nossa Provedoria de
Justiça. Mas mesmo assim julgo que nada está perdido. Aliás, costuma-se dizer
que antes tarde do que nunca, pelo que creio que vamos a tempo de aproveitar o
processo de revisão da Constituição em curso no nosso país para colmatar a
lacuna, se este for o entendimento da maioria dos moçambicanos. Repito, caros
compatriotas, que o problema aqui apresentado não constitui mera hipótese,
sendo que quem escuta atentamente a voz do povo (vox populi) talvez já tenha chegado
à triste conclusão de que a questão é por demais séria! Tenho dito.(Por: J.B.A.Castande)
terça-feira, março 26, 2013
“Não, ainda está vivo”
Foram a
enterrar os restos mortais de Alfredo Tivane assassinado por um agente da
Polícia da República de Moçambique (PRM) na passadatTerça-feira (19) no bairro
T3, na cidade da Matola. Pouco depois das 23 horas de terça-feira após de fazer a sua última viagem de
transporte de passageiros, entre o Museu até ao mercado de T3, Alfredo - que em
vida exercia a profissão de motorista de um mini-bus de transporte
semi-colectivo de passageiros (vulgo chapa-100) – acedeu transportar até um
pouco mais longe uma jovem cliente que não reside na sua última paragem dessa
dia. Antes de transportar a passageira até as cercanias do bairro de Ndlavela,
Alfredo deixou o seu cobrador e decidiu parar no bazar para comprar um
rebuçado, de mentol. Segundo uma testemunha ocular, assim que imobilizou a sua
mini-bus de marca Toyota Hiace, uma viatura ligeira conduzido por um cidadão
que estava detido na esquadra, e com matrícula estrangeira, fechou o seu
caminho e três polícias rodearam a sua viatura, um do lado do motorista, outro
do lado da passageira e outro posicionou-se na frente do minu-bus. Pensando
estar mal estacionado Alfredo Tivane tentou recuar o veículo que conduzia
quando o polícia que estava do lado da sua porta apertou no gatilho. A bala
entrou pelo lado direito da sua região lombar e saiu do lado esquerdo tendo
ainda ferido, de raspão a jovem passageira. Alfredo, pai de duas crianças,
tombou sobre o volante. A sua viatura ainda deslizou em marcha trás e danificou
um barraca. Os polícias acercaram-se, abriram a porta e o jovem de 31 anos de
idade caiu inanimado no chão, de barriga para baixo, aos pés dos agentes da PRM
que até a altura não pronunciaram uma única palavra, segundo a passageira que acompanhava
o finado. Ainda de acordo com a jovem, os polícias, usando os pés, tentaram ver
se Alfredo ainda estava com vida. “Este gajo morreu” questionou um dos agentes
ao que outro respondeu “não ainda está vivo”. Posteriormente os agentes da PRM
agarraram no corpo de Alfredo “um policia de um pé, outro de outro pé e outro
pelos braços” e, “atiraram para baixo do banco da carrinha” da corporação que
entretanto apareceu.A testemunha ocular, e também vítima dos agentes da
polícia, foi aconselhada por alguns populares que entretanto se acercaram do
local e conheciam a vítima para procurar um dos irmãos de Alfredo. A jovem
localizou Beto, irmão da vítima, e ambos dirigiram-se à 7ª esquadra. Aí
contactaram o proprietário do “chapa” que prontamente acorreu ao local. Na
busca pelos polícias algozes Beto resolveu telefonar para o telemóvel do seu
irmão e do outro lado atendeu um agente da PRM, ao que tudo indica do grupo dos
três, e afirmou que estavam no Hospital Geral José Macamo com o corpo de
Alfredo.Transportados
pelo patrão do finado dirigiram-se ao Hospital indicado onde um enfermeiro
informou-lhes que Alfredo, e os polícias, já não se encontravam no local pois a
vítima chegou já sem vida e foi reencaminhada à morgue do Hospital Central de
Maputo. Na casa mortuária encontraram o corpo já sem vida de Alfredo Tivane,
segundo de várias irmãos contudo único a produzir sustento para a sua família
cujo patriaca é inválido. Os três regressaram ao bairro do T3 onde dirigiram-se
a esquadra e quiseram saber onde estavam os três agentes que estiveram
envolvidos no assassinato. Não os encontraram e os agentes de serviço não se
dispuseram a ajudar. Já com o sol a raiar Beto foi ter com o seu pai e deu-lhe
a triste notícia. Na sequência de mais
esta morte, protagonizada por mais um agente da polícia da 7ª esquadra, os
residentes do bairro T3 querem, primeiro, que lhes seja entregue o agente,
identificado por algumas testemunhas oculares pelo nome de Pasmir, e que tirou
a vida Alfredo, para fazerem-nos sentir na pele o mesmo que aconteceu com o
finado e querem também acabar com esta esquadra pois não os protege. Depois da
cerimónias fúnebres, os residentes de T3 dirigiram-se pacificamente à 7ª
esquadra para exigirem justiça e foram recebidos com agentes da polícia de
armas em punho que dispararam, balas de borracha, sobre jovens e adultos de
ambos os sexos. Os jovens ripostaram com pedras e durante algumas horas os
confrontos tomaram conta da rua 4 de Outubro, ironicamente data em que se celebra
a Paz em Moçambique. Há poucas semanas a casa dos padres, próxima a esquadra
foi assaltada, e segundo uma residente que connosco presenciou a chegada de um
reforço de três viaturas com pelo menos seis agentes da PRM cada, “um dos
padres ligou-me para ir pedir ajuda à polícia, cheguei lá e disseram que não
tinham efectivo nem carro. Mas agora como é para nos matarem há reforços”.
A força da Frelimo está no diálogo!
O Presidente do
Partido Frelimo, Armando Guebuza, classificou a força política como uma escola
que, através de uma crescente multiplicidade de canais, acções e programas
promove o diálogo no seu seio e no seio da nação moçambicana.Aliás, segundo Guebuza, a própria fundação da Frelimo, há 50 anos, só foi
possível porque todo o processo teve no diálogo, entre os moçambicanos
provenientes das mais diversas origens, o seu ponto de partida e de chegada.“Uma vez mais deixamos claro que a Frelimo é o partido do diálogo, o partido
que, através de uma multiplicidade de canais, acções promove o diálogo no seu
seio e no seio da nação moçambicana”, disse o presidente, falando no
encerramento da 2/a Sessão Ordinária do Comité Central daquela força política. O dirigente do partido no poder em Moçambique, há 38 anos, disse que foi neste
processo interactivo que sob a direcção de Eduardo Mondlane, Arquitecto da
Unidade Nacional, que a Frelimo despertou para a existência de um inimigo
comum; desenvolveu a consciência de uma mesma nacionalidade, que não era
portuguesa.Os movimentos que viriam a dar origem à Frelimo tinham, na verdade,
na óptica do presidente, em razão das restrições e manipulações da máquina
colonial, uma visão localizada do conceito de povo e de nação.Porém, graças a
um diálogo intenso e inclusivo, foi possível esbater essas diferenças e criar
gradualmente os consensos que propiciaram a aproximação das partes, facto que
culminou na criação da Frelimo.Através desse diálogo foi, segundo Guebuza,
possível aprofundar e cristalizar um pensamento comum entre moçambicanos de
espírito intrépido, com perseverança e compromisso com os valores que conferem
identidade singular à Frelimo.“Só com um partido dialogante e promotor do
diálogo do quilate da Frelimo seria possível levar a cabo uma luta de
libertação nacional, popular e prolongada, e assegurar que os obreiros da nossa
nacionalidade obtivessem conquistas irreversíveis nos vários domínios da vida
da nossa pátria amada”, disse Guebuza.Na ocasião, o presidente do partido
Frelimo disse que a Presidência Aberta e Inclusiva e as suas réplicas a nível
local são informadas e enformadas pela cultura política da força política de
diálogo e contacto com os diferentes sectores, actores e segmentos desta
sociedade. “Quer para colocar deles recolher ensinamentos e conselhos, quer
para colocar a nossa acção política e governação debaixo da crítica lupa
popular”, exemplificou Guebuza, acrescentando que tudo isso é fruto da postura
de diálogo que aproxima todos os sectores e localidade do país, vocábulos como
locais recônditos e assimetrias estão a cair em desuso e a perder a carga que
transportavam no passado.Desta feita, no espírito de diálogo que a Frelimo
apregoa continuará a esclarecer as vozes que pensam que a unidade nacional pode
ser substituída por uma visão limitada e estereotipada de povo e de nação
expressa pela reclamação para si, e só para si, dos recursos e das
oportunidades localmente existentes. A 2ª sessão ordinária do Comité
Central, além dos seus membros efectivos, contou com a presença de outros
convidados ligados a vida política do partido no poder. (Foto: esposa do
Presidente da República (direita) recebendo a esposa do Presidente do MDM /oposição
)
terça-feira, março 19, 2013
Não reclamem o que não sabem!
Cento
e dez quadros do Movimento Democrático de Moçambique (MDM) seleccionados nas
províncias da Zambézia, Nampula, Cabo Delgado e Niassa, beneficiaram de
formação em matérias ligadas à lei eleitoral recentemente homologada pelo
presidente da República. A formação, segundo deu a conhecer Daviz Simango,
pretende fazer com que membros do seu partido tenham domínio total das leis que
regem os processos eleitorais no país, tendo em vista as eleições do próximo
mês de Novembro e as gerais de Outubro do próximo ano. “O domínio da lei eleitoral vai -nos permitir
preparar melhor a nossa participação nas eleições assim como fiscalizar o
processo. Queremos libertar mais municípios e todo o processo inerente à
conquista do poder passa pelo domínio da lei”, disse Daviz Simango. Os
destinatários desta formação saem da mesma com a missão de disseminar a
informação nas suas províncias de origem. São candidatos a funções de vogais,
mas também são delegados de candidatura e mandatários.
HIV: vacina é segura
Conflito determina fraco desenvolvimento humano
O
relatório do Programa da Nações Unidas para o Desenvolvimento da População
(UNDP) sobre o Desenvolvimento Humano, lançado na última quinta-feira, no
México, aponta Moçambique como um dos países com elevado nível de crescimento
do Índice de Crescimento Humano (IDH).Jennifer Topping, coordenadora residente
das Nações Unidas e Representante do PNUD disse que o relatório deste ano
(2013) aponta que Moçambique figura entre os 14 países que vem registando
ganhos impressionantes no IDH, (acima de dois por cento ao ano) desde 2000.“O
relatório de 2013 mostra que Moçambique é um dos países com elevado nível de
crescimento do IDH, tendo alcançado uma média de crescimento anual de 2.37%
desde o ano 2000 e um crescimento acumulado de 51 por cento desde 1980”,
especificou a representante residente das Nações Unidas em Moçambique. Fonte do PNUD em Maputo revela que em ordem dos níveis de progressos figuram o
Afeganistão, Serra Leoa, Etiópia, Ruanda, Angola, Timor-Leste, Mianmar,
Tanzânia, Libéria, Burundi, Mali, Moçambique, República Democrática do Congo e
Níger. O Relatório do
Desenvolvimento Humano de 2013, lançado sob o lema “A Ascensão do Sul: o
Progresso Humano num Mundo Diversificado” aponta a Noruega, a Austrália e os
Estados Unidos como sendo os países que lideram a classificação do IDH de 187
países e territórios, enquanto a República Democrática do Congo (dilacerada por
conflitos) e o Níger (assolado pela seca), apresentam os valores mais baixo.
Topping destacou que porque o país teve um IDH inicial baixo (devido ao
prolongado conflito), o IDH de 2012 contínua relativamente baixo (0.327),
colocando Moçambique no grupo dos Países com os mais baixos Índices de
desenvolvimento humano, classificando-se, neste ano, na posição 185 de um total
de187 países. Segundo Topping, o
relatório deste ano é particularmente interessante para Moçambique. “O interessante é que sendo este um país com
uma economia em rápido crescimento, com uma importante agenda de redução de
pobreza, o relatório sublinha o como é que paradigmas inovadores da
transformação do crescimento económico em crescimento acelerado do desenvolvimento
humano estão emergindo das experiências globais do Sul”, disse Topping. A “Ascensão do Sul”, segundo o relatório,
altera o equilíbrio de poderes a nível mundial facto que reconfigura
radicalmente o mundo do século XXI onde nações em desenvolvimento assumem a
liderança do crescimento económico, retiram centenas de milhões de pessoas da
pobreza e levam milhares de milhões de outras a integrar uma nova classe media
mundial.A ascensão do Sul, segundo o relatório, tem decorrido a uma velocidade
e escala sem precedentes, “nunca, na História, as condições de vida e as
perspectivas de futuro de tantos indivíduos mudaram de forma tão considerável e
tão rapidamente e, pela primeira vez, em muito séculos, o Sul, no seu conjunto,
é o motor do crescimento económico global e das mudanças sociais. Na
África Subsariana o valor médio do IDH, situa-se em 0,475, sendo o mais baixo
de entre as regiões, mas o ritmo de melhoria é crescente e, entre 2000 e 2012,
a região registou um crescimento anual médio de 1,34 por cento, colocando-a em
segundo lugar, logo após a Ásia do Sul, tendo a Serra Leoa (3,4 por cento) e a
Etiópia (3,1 por cento) apresentado o crescimento mais rápido.O relatório
aponta que cerca de 40 países em desenvolvimento registaram ao longo das
últimas décadas progressos significativos no seu IDH do que seria de prever,
destacando que estas conquistas são em grande parte imputáveis a um
investimento sustentado na educação, nos cuidados de saúde, programas sociais,
bem como a um relacionamento mais aberto com um mundo cada vez mais
interligado.
Implicações das taxas de câmbio
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