Em 1987, o Juíz
Cecil Margo ilibou a África do Sul de possível envolvimento no acidente, tendo
citado erros dos pilotos como a principal causa. Moçambique e a antiga União
Soviética, estes últimos na qualidade de fabricantes do avião e fornecedores da
tripulação, rejeitaram as conclusões de Margo, afirmando que o acidente tinha
sido causado por um instrumento de navegação que em terra emitia informações
que desviaram o avião da sua rota inicial.
O porta voz
dos Hawks, Capitão Paul Ramaloko, confirmou «que a investigação estava
em «curso. “Estamos a trabalhar com a nossa contraparte moçambicana”, disse.O
adido policial no Alto Comissariado de Moçambique em Pretória, Zacarias Cossa,
disse que estava a par das investigações.Uma fonte da Autoridade da Aviação
Civil da África do Sul disse: “A possível actuação de certas pessoas foi
identificada. Os que estão
vivos não podem ser permitidos escapar da justiça como os que morreram”. Dumisa
Ntsebeza, o jurista que dirigiu a investigação da TRC, disse que tinha sido
abordado pelos Hawks. “Fui solicitado no sentido de reactivar a minha
equipa. Disse-lhes que se houver orçamento, isso é possível”. Ntsebeza
acrescentou que a investigação deveria ter sido realizada há 14 anos, “quando
informámos o Ministério da Justiça sobre o que deveria ser feito”. “Entregámos 43
processos relacionados com assassinatos, que não podíamos investigar totalmente
devido a constrangimentos de tempo. De entre esses processos constava este
caso”, disse ele. Acrescentou que os referidos documentos contêm “informação
detalhada, incluindo o juramento de um agente da inteligência militar envolvido
na montagem do falso sinal de rádio. Este agente forneceu dados detalhados
sobre uma reunião realizada um dia antes do acidente, e onde este foi
planificado. Deu nomes das pessoas que estiveram presentes na reunião,
realizada na base policial de Skwamans, perto do local do acidente. No dia
seguinte, estes indivíduos foram os primeiros a chegar ao local do acidente”.De
entre os que chegaram primeiro ao local do acidente destacam-se o antigo
Ministro dos Negócios Estrangeiros, Pik Botha, o Chefe do Estado-Maior das
Forças Armadas, General Kat Liebenberg (que morreu de cancro nos anos 1990), e
o Chefe da Inteligência Militar, general Joffel Van der Westhuizen. Ntsebeza
disse: “O que descobrimos justificava que houvesse mais investigações,
incluindo o facto de que o governo sul africano não podia ser exonerado.
Pessoas morrem, as memórias se esvanecem, documentos perdem-se e ganha-se tempo
para cobrir rastos. Se Samora Machel foi desviado para a sua morte em
território sul africano, isso é um crime, e as devidas investigações
criminais deveriam ter sido realizadas”.Ntsebeza disse que o Ministério da
Justiça tinha a obrigação de processar criminalmente os envolvidos no crime.
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