quarta-feira, abril 11, 2012

Hoje falo EU!

Por diversas vezes, o árbitro de futebol do nosso país sente a necessidade de ter o apoio de uma associação da classe para defender os seus direitos. Infelizmente, os árbitros de futebol de Moçambique não perceberam que este instrumento é bastante importante e que com ele só saem a ganhar. A designação da associação pode andar entre a AMAF – Associação Moçambicana de Árbitros de Futebol e ANAF — Associação Nacional de Árbitros de Futebol, mas o que importa mesmo é que se dê o passo para que os árbitro parem de usar os actuais meios que têm à mão, para tentarem resolver os seus problemas e/ou inquietações. Os árbitros têm muitos assuntos para os quais devem olhar e resolver. Mas para que a carreira tenha uma linha recta , precisam de “alguém” que os defenda e que possa assim deixar que eles se possam concentrar mais no “apito”, da mesma forma que os jogadores e treinadores têm os seus agentes, etc., etc., etc. Quando se ouve treinadores e outros agentes a ferirem a dignidade dos árbitros, fazendo acusações aos mesmos, temos visto os próprios árbitros a lutarem, muitas vezes na praça pública, contra as afirmações que por vezes podem ser simplesmente ignoradas. Quando há que reclamar qualquer assunto, recorrem às comissões de arbitragem, mas a Associação da classe é a melhor escolha para estas “lutas”. Fica mal ser o árbitro a defender-se destes ataques, pois a exposição é directa e não ajuda. Mas quando aparece a Associação a defendê-lo, essa defesa será dentro dos regulamentos vigentes. Não quero dizer que o árbitro não saiba se defender dentro do que está regulamentado, mas há casos caricatos de abaixo-assinados feitos pelos árbitros que podem “morrer” à nascença. Por exemplo, num caso recente que aconteceu em Nampula, os árbitros deram entrada de uma carta que a APFN recebeu mas que deveria ter sido devolvida, pois tinha como cabeçalho: FEDERAÇÃO MOÇAMBICANA DE FUTEBOL, carta dirigida à Associação Provincial de Futebol de Nampula, que tinha como assunto: AFASTAMENTO DA ACTUAL COPAF. Quem olha para uma carta assim preparada fica com a ideia de que a FMF exige à APFN que a COPAF (comissão de árbitros) seja afastada. Erro de palmatória para todos os que subscreveram esta carta. Poder-se-ia evitar esta exposição. Com a Associação da classe, os árbitros passariam a ter apoio jurídico e passariam, logo que os estatutos da FMF o permitirem, a ter direito de voto na Assembleia Geral da Federação. Portanto, só ficariam a ganhar. Eu bem lutei para que isto avançasse. Durante o tempo em que travei esta “guerra” surgiram vozes contra, pois se achava que a CNAF – Comissão Nacional de Árbitros de Futebol, era suficiente, mas há que separar as águas. A CNAF está ligada directamente à FMF e as COPAF às associações, daí alguma limitação na abordagem de alguns assuntos que preocupam os árbitros. Há treinadores que infelizmente usam as mesmas desculpas após um fracasso em campo: OS ÁRBITROS. Se fosse a Associação da classe a defender os árbitros, quando necessário, poderíamos ter mais a ganhar. Muitas vezes a incompetência dentro e fora dos relvados supera os erros que porventura aconteçam. Na maior parte das vezes em que se critica uma actuação dos árbitros, é uma forma clara de transferir responsabilidades e isso é no mínimo falta de inteligência de quem o faz. Há formas e estratégias para lidar com este tipo de situações. É possível ultrapassar este clima e tornar os críticos mais amigos dos árbitros. COMO? Perguntará o amigo leitor. Indo a Associação da classe, à imprensa ou mesmo visitando clubes que mostrem indignação por este ou aquele juiz. Claro que este não será o pão de cada dia da Associação, mas esta é uma das formas que pode ser usada, assim que a ANAF ou AMAF decida.
De facto, o “choro repetitivo” também cansa. Falando em crítica, já se nota que o alvo deixou de ser o árbitro e passaram a ser os seus assistentes. Agora, sabemos todos que nunca conseguiremos a perfeição divina que tanto se exige dos nossos falíveis árbitros. É mais fácil crucificar uma pessoa! Portanto, tudo isto complica e pode influenciar os juízes, pois não são todos feitos da mesma massa e, com o apoio da Associação da classe, todos seriam ajudados ao mesmo nível e com a mesma força. Amigos juízes, pensem nisto. Por ASSELAM KHAN

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