No segundo dia dos trabalhos da XVI sessão ordinária da Assembleia Municipal da Beira, o chefe da bancada da Renamo, Noé Marimbique, acusou o executivo de Daviz Simango de desenvolver o hábito de expropriação de terras, prejudicando a população e em benefício de novos investidores. Marimbique disse que em vez da protecção dos interesses da população, o Conselho Municipal retira as terras sem piedade, para as entregar a pessoas com dinheiro sem compensação justa, considerando ser crime à luz da lei da terra.O chefe da bancada da Renamo exigiu ao presidente do CMB a rever a política de atribuição de terras, procurando, sobretudo, fazer valer os direitos fundamentais dos munícipes, baseados no ordenamento jurídico do país.
Referiu-se também a ocupação dos corredores e passeios pelos vendedores, considerando que está a prejudicar a livre circulação de peões e dos proprietários das lojas localizadas em redor, sendo necessário a reorganização da actividade por parte do Conselho Municipal.Respondendo a estas inquietações, Daviz Simango disse que o chefe da bancada da Renamo pensa que com o discurso vai obter apoio popular. “Este é um discurso próprio de um grupo de pessoas que não entende o que é governar com intenções particulares”, afirmou, precisando que os donos das machambas estão a ser compensados de forma justa.Referindo-se aos vendedores que ocupam os corredores e as ruas, o edil da Beira disse que o facto se deve ao elevado índice de desemprego na cidade, mas reconheceu a necessidade de reorganização da referida actividade: “Temos que valorizar a realidade social do país, procurando guiar os que vendem nos corredores e ruas para lugares certos”, disse.Reagindo aos pronunciamentos de Daviz Simango, Marimbique disse não existir intenção pessoal nem do seu grupo contra a governação do executivo da Beira. “Estamos a dizer que queremos um gestor da cidade que traga soluções destes problemas que contrariam a postura da cidade”, sublinhou. “O senhor presidente, ao considerar que as nossas críticas têm outras intenções, contrárias ao desenvolvimento da cidade, demonstra que não entende o que é governar de forma participativa”, observou o chefe da bancada da Renamo.Por seu turno, o chefe da bancada da Frelimo, Raimundo José, que apoiou as inquietações da Renamo, disse que os esclarecimentos do edil da Beira mostram que o seu executivo não tem nada a ver com a postura da cidade.“Como é que uma administração justa deixa que os locais que servem de passeios para os peões sejam locais para venda de produtos?”, questionou Raimundo, tendo considerado que o edil foi infeliz no seu esclarecimento.
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