Batata moçambicana produzida no distrito de Tsangano, província de Tete, estava a ser acondicionada em sacos com inscrições, entre outras, “Product of Malawi”, tirando-se assim o mérito aos reais produtores e a sua proveniência e dando-se valor a quem se limitou unicamente a atravessar a longa fronteira aberta com maços de kwachas (moeda malawiana) e foi adquirir a mercadoria junto dos camponeses. É assim que homens de negócios malawianos se aproveitam das fragilidades diversas existentes no corredor fronteiriço, mais concretamente, na região em que aparecem territórios com o nome de Tsangano nos dois lados, para tirarem disso o máximo proveito, comprando produtos agrícolas moçambicanos, com destaque para a batata e o trigo.Este facto foi confirmado no local por uma equipa conjunta do Governo do distrito de Tsangano e das direcções provinciais de Agricultura e da Indústria e Comércio, após denúncias e reclamações dos produtores, em encontros regulares que as autoridades daquela região da província de Tete realizam, segundo as quais o tubérculo por eles vendido aos malawianos aparece em sacos de 25 quilos e com dizeres pouco dignificantes para o seu esforço. Como nos diria o director provincial de Agricultura de Tete, Américo da Conceição, “trata-se de um caso inadmissível, nas relações comerciais entre dois países, e que exige que se tomem medidas urgentes, uma vez que este facto só pode beneficiar os malawianos, já que aparecem como grandes e bons produtores de batata, quando, na realidade, o produto é genuína e indiscutivelmentE moçambicano”.O nosso interlocutor acrescenta que a primeira medida tomada foi a interdição dos sacos malawianos, após o que se providenciou a colocação de uma remessa inicial de dez mil outros sacos, de 50 e cem quilos, especialmente encomendados pelo Governo de Tete, a fim de salvaguardar a identidade e proveniência do produto, alem de procurar estimular o produtor nacional.
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