O governo da província de Nampula manifestou na semana passada a sua
disposição de apoiar os antigos guerrilheiros da Renamo, o maior partido
da oposição em Moçambique, a regressarem às suas zonas de origem. Várias dezenas de ex-guerrilheiros da Renamo encontram-se estacionados
há cerca de um mês nas imediações da delegação provincial da Renamo e da
residência do presidente do partido, Afonso Dhlakama, em Nampula.Os mesmos terão sido seduzidos e
abandonados pela liderança da Renamo para participarem num encontro de
concertação sobre a realização de manifestações alegadamente pacíficas
em todo o país.Contudo, as referidas manifestações nunca chegaram a ocorrer pelo que os
antigos guerrilheiros exigem o regresso às terras de origem. Falando à margem das celebrações do dia 3 de Fevereiro, o governador de
Nampula, Felismino Tocoli, disse que “se alguns vieram de longe e não
têm dinheiro para voltar, nós podemos apoiá-los, porque acreditamos que
são chefes de família que, ao invés de perderem o seu tempo, sem fazer
nada, podem ir estudar, trabalhar ou fazer qualquer coisa útil para si e
para a sua vidas e à sociedade”. “Se eles tiverem alguma preocupação por apresentar, nós daremos espaço
para ouvi-los, porque estamos convictos de que eles também são
moçambicanos”, acrescentou. Enquanto isso, os antigos guerrilheiros, provenientes de diferentes
distritos da província de Nampula, pretendem pressionar a liderança da
Renamo a encontrar uma saída para a solução do problema da falta de
condições financeiras para o seu regresso à proveniência.Depois de acusarem o seu líder de falsidades e conivência com o poder
político, os ex-guerrilheiros ter-se-iam mostrado frustrados pelos
apelos sucessivos para o adiamento das manifestações.O Conselho Municipal da Cidade de Nampula pediu recentemente explicações
à Renamo sobre as péssimas condições logísticas dos seus
ex-guerrilheiros e do estado deplorável do local onde os mesmos se
encontram acomodados desde princípios Dezembro último. As autoridades de Nampula convocaram
um encontro com a liderança da Renamo, para a busca de uma solução para o
problema do saneamento do meio em que vivem os antigos guerrilheiros.Participaram no referido encontro o vereador do pelouro de Protecção
Municipal e Fiscalização, Emiliano Maliquela, a chefe do posto
administrativo de Muatala, Hortência Agostinho, em representação da
edilidade, enquanto a Renamo fez-se representar por António Nihórua,
chefe provincial de mobilização, e Júlia Sebastião, delegada política da
cidade.
0 comments:
Enviar um comentário