O Governo de Moçambique diz que o empresariado nacional não capitalizou os incentivos para o desenvolvimento da aviação civil contidos no Código de Benefícios Fiscais, nem o gradualismo das reformas de liberalização do espaço aéreo que visavam incentivar o surgimento de mais companhias aéreas moçambicanas.Assim, o transporte aéreo doméstico regular continua a ser dominado por uma companhia aérea nacional, a estatal LAM. A LAM tem uma frota limitada, de menos de 10 aeronaves, o que origina a sub-utilização das infra-estruturas aeroportuárias nacionais.Entretanto, o país conta com 13 operadores certificados pelas autoridades nacionais, nomeadamente: LAM, Mozambique Express (Mex), Trans Airways/Kaya Airlines, Helicópteros Capital, CFA Mozambique, Unique Air Charter, Aerovisão de Mozambique, Safari Air, ETA Air Charter Lda, Emílio Air Charter Lda, CFM-TTA Sa, Aero-Servicos Sarl e VR Cropsprayers Lda. A maior parte destas companhias efectuam voos charters de Joanesburgo para vários destinos turísticos de Moçambique, com destaque para o arquipélago de Bazaruto, na província meridional de Inhambane, e das Quirimbas, em Cabo Delgado, no norte do país.Geralmente, os voos charters são alugados ou fretados por uma determinada empresa para fins de turismo.Com a liberalização do espaço aérea nacional, poucas companhias nacionais aproveitaram a oportunidade. Neste momento, para além da LAM, a Kaya Airlines efectua alguns voos domésticos, na Rota Maputo-Beira, Maputo-Vilankulo, Maputo-Tete e Maputo-Nampula.Algumas companhias internacionais estão a saber aproveitar as oportunidades resultantes da liberalização do espaço aéreo moçambicano e elegeram alguns pontos (rentáveis) para operar.A companhia Kenya Airways, para além de voar para a capital moçambicana, Maputo, já possui voos directos de Nairobi, capital queniana, para Nampula, no norte de Moçambique, e a “South African Airways” (SAA), que começou por fazer a ligação entre as cidade de Maputo e Joanesburgo, na África do Sul, hoje voa directamente de Joanesburgo para Beira e Tete (no centro) e Pemba (norte). O mercado do transporte aéreo em Moçambique não é muito fácil, sobretudo para investidores nacionais. A LAM resiste muito mais porque conta com recursos públicos.De salientar que no passado, o país contou com uma companhia aérea nacional, a Air Corridor, que fazia concorrência à LAM no mercado doméstico, entretanto devido a dificuldades financeiras encerrou.A companhia aérea moçambicana Kaya Airlines, que efectua alguns voos domésticos, por razões não devidamente explicadas, teve que paralizar as suas operações durante quatro meses ao longo do ano passado.Ainda no ano passado, a transportadora aérea de baixo custo 1time encerrou as suas operações na rota Joanesburgo/Maputo, depois de um ano de actividade, alegadamente porque a companhia não conseguia preencher os assentos, sobretudo nas viagens de regresso à Joanesburgo.Em Janeiro último, a operadora aérea da British Airways na África Austral, Comair, anunciou a suspensão dos voos regulares entre o Aeroporto de Lanseria, na África do Sul, e Maputo, em Moçambique, tendo o último voo ocorrido a 17 de Janeiro passado. Os “elevadíssimos” encargos com taxas aeroportuárias, cobradas tanto na África do Sul bem como em Moçambique, que, segundo a operadora, chegavam a ascender a cerca de 80 por cento do custo da passagem, estiveram por detrás desta suspensão.Entretanto, esta situação denota dificuldade que outras companhias aéreas, que não sejam as de bandeira moçambicana e sul-africana, respectivamente LAM e SAA, de competirem na rota Maputo/Joanesburgo.De salientar que, em Moçambique, o transporte aéreo ainda é um luxo, sendo que a maior parte dos que acede ao mesmo são pessoas abastadas, trabalhadores quando efectuam viagens em missão de serviço.
0 comments:
Enviar um comentário