Aliás, casos há até de armas que nem cordas de sisal têm, sendo que os polícias portam-nas simplesmente com as mãos, uma situação muito delicada, visto que requer cuidado redobrado para evitar que possam cair a qualquer momento. É um cenário que se verifica desde há bastante tempo, pese embora haja reclamação dos visados, de acordo com depoimentos dos agentes da PRM que, falando sob condição de anonimato, disseram ser preocupante o que está a acontecer na província de Tete.Depois de se aperceber da situação, o “DM” efectuou uma ronda por algumas artérias da cidade de Tete, tendo constatado que a maioria dos polícias, sobretudo os da especialidade de protecção, encontravam-se com as armas nas condições acima mencionadas, salvo uma e outra, ou seja, as que têm bandoleiras contam-se pelos dedos da mão.A nossa Reportagem apurou que uma AKM pesa cerca de 3,5 quilos. Segundo afirmaram os polícias abordados, este peso pode parecer pouco, mas é transtornante quando é suportado por cordas de sisal, em vez de bandoleiras, que são apropriadas para esse efeito.Os nossos interlocutores reiteraram que a situação é preocupante, porque mesmo com bandoleiras, a pessoa já sente algum incómodo. “O mais agravante ainda é o facto de algumas armas não possuírem sequer essas cordas. Até porque para nós é um privilégio receber uma arma com cordas, do que aquelas que não têm nada” — anotaram.De acordo com as nossas fontes, em condições normais, as armas sem bandoleiras não deveriam ser usadas, porque instrumentos de trabalho como estes têm de ser tratados e cuidados da melhor forma possível.“Uma arma sem bandoleira facilmente pode ser arrancada por bandidos. Por isso, achamos pertinente que este problema tenha solução o mais breve possível” — afirmaram alguns agentes da PRM.Contaram não ser fácil suportar uma arma durante todo o turno, quer diurno, quer nocturno, visto que as cordas de sisal quase que cortam os ombros do portador.“O que estamos a pedir é o melhoramento das condições dos nossos instrumentos de trabalho e mais nada. Gostaríamos que fôssemos compreendidos, de modo a estarmos na rua a fazer as necessárias rondas para garantir a segurança e tranquilidade dos cidadãos” — sublinharam.Segundo os entrevistados, a situação é abrangente e o seu pronunciamento ao “DM” expressa o sentimento de outros agentes que não puderam fazê-lo. “Gostaríamos que a solução do problema contemplasse também os nossos colegas afectos aos distritos” — frisaram.A propósito do problema levantado pelos polícias, a nossa Reportagem ouviu alguns cidadãos residentes na cidade de Tete, os quais consideraram ser, de facto, um cenário deveras preocupante, na medida em que as armas de fogo são instrumentos perigosos e, sendo assim, deveriam merecer um tratamento adequado.Joaquim Oliveira disse que o Comando Provincial da PRM deveria encontrar uma solução, de modo a que a situação não prevaleça assim como está, pois se agora os agentes policiais reclamam apenas, um dia poderão perder a paciência.Por seu lado, Rosário Gonçalves e Amélia Sande Joaquim afirmaram que “pensamos que quando se excede o tempo de espera por uma solução, a pessoa é capaz de tomar uma outra atitude e, para que isso não aconteça, o Comando Provincial da PRM deve encontrar uma saída do problema, com vista a fazer descansar aqueles agentes que dia e noite garantem a segurança dos cidadãos”.Entretanto, os entrevistados atribuíram nota positiva aos polícias, pelo facto de estarem a trabalhar naquelas condições deploráveis. Anotaram que os agentes da Polícia em Tete deviam ser premiados, na medida em que desafiam dificuldades para garantir segurança e tranquilidade públicas.“Isso é o que se diz trabalhar por amor à camisola” — sublinharam os nossos interlocutores, salientando a necessidade de resgatar as boas práticas do tempo em que se sabia reconhecer o sacrifício de quem trabalha um pouco mais em relação aos outros.
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