Operadores florestais da província central da Zambézia estão
desiludidos com o agravamento das taxas de exploração florestal decretado pelas
autoridades moçambicanas e exigem a sua impugnação ou adiamento por
considerá-las insustentáveis para os operadores nacionais. Numa reunião
promovida pela Direcção Provincial da Agricultura (DPA), em Quelimane, o sector
empresarial, associações e operadores singulares revoltaram-se contra o
Executivo exigindo ponderação, destacando que a aplicação desta medida será o
fim desta actividade pelo menos para os operadores nacionais. Darlindo
Pechisso, da Direcção Nacional de Florestas e Fauna Bravia, diz que justifica o
agravamento com a necessidade de assegurar a sustentabilidade da exploração dos
recursos naturais, garantindo que sejam salvaguardados todos os princípios que
incluem o equilíbrio ecológico, desenvolvimento económico e geração de
vantagens sociais.O jornal “Diário de Moçambique” escreve que o diploma
ministerial apresentado pelo chefe dos Serviços de Floresta e Fauna Bravia na
DPA, Tomás Fernando Bastique, agrava de 575 para 1.500 meticais (um dólar
equivale a cerca de 29,5 meticais ao câmbio corrente) taxa de exploração de
madeira classificada como sendo de 1ª classe.O licenciamento de espécies
consideradas preciosas, segundo Bastique, passa a ser de três mil meticais,
enquanto as de 2ª e 3ª classes, cuja exploração anteriormente estava fixada em
300 meticais e 200 meticais, respectivamente, viram as taxas aumentadas para
mil meticais e 500 meticais.As taxas das espécies de 4ª classe subiram de 100
para 300 meticais, enquanto a exploração de recursos florestais para efeitos de
combustível lenhoso passa a custar 60 meticais, contra os anteriores 10.Segundo
o chefe dos Serviços de Florestas e Fauna Bravia, também o licenciamento para a
exploração de recursos florestais para a construção e outras actividades
domésticas, meramente do interesse das comunidades locais (com diâmetro inferior
a 20 centímetros) passa a ter uma taxa de 400 meticais para as espécies de 3ª
classe e 200 meticais, para as de 4ª classe.Para a extracção de outros produtos
florestais como cascas, gomas, resinas, raízes, folhas, frutos, sementes e
similares, cobra-se o valor de 200 meticais.As alterações foram extensivas aos
procedimentos que definem requisitos para a exploração florestal em regime de
licença simples, estabelecendo igualmente os termos, condições e incentivos para
a implantação de plantações.Em face desta medida a presidente da Associação dos
Produtores Agro-pecuários e de Madeira da Zambézia (APOMAZ), Cândida Magalhães,
considerou que o Governo está errado, ao apostar no agravamento das taxas de
licenciamento e de multas, quando se sabe que a devastação de recursos
florestais não é reflexo da exploração de madeira, mas sim das queimadas
descontroladas, actualmente generalizadas no país.“Os estudos provam que a
devastação resulta das queimadas descontroladas, o que é evidenciado por
algumas espécies, maioritariamente o pau-ferro, cujo produto apresenta sequelas
de fogo”, realçou a líder da APOMAZ.A novidade de relevo e alvo de controvérsia
na Zambézia, neste instrumento, tem a ver com a necessidade de a exploração
florestal em regime de licença simples carecer de um plano de maneio, para além
do pagamento anual da taxa de ocupação da área, incluindo outras previstas na actividade.As
novas medidas impõe ainda que o contrato de exploração celebrado entre o
Estado, representado pelo governador provincial, e o operador, seja por um
período não superior a cinco anos renováveis e não um ano, como era
anteriormente.
quarta-feira, dezembro 26, 2012
Já lá vão tantas as intenções ...
O grupo Lonrho Hotels vai investir cerca de 10 milhões de
dólares para a reabilitação do Hotel Dom Carlos, propriedade do complexo
Estoril, na cidade da Beira, na província central de Sofala, em Moçambique. O
grupo Lonrho é um conglomerado britânico que actua nos sectores da indústria,
infra-estrutura, agronegócio, hotelaria e serviços de apoio.Um comunicado de
imprensa refere que a proposta do grupo Lonrho é trazer para Moçambique os
“easyHotels”, uma das cadeias de hotel mais dinâmicas do grupo, que aposta em
destinos de alto crescimento. O director executivo do Grupo Hotéis Lonrho, Ewan
Cameron, afirma que “é este compromisso de satisfazer as necessidades dos
viajantes de negócio, ao mesmo tempo que se acrescenta valor com qualidade,
limpeza, segurança, opções de lazer, com a mais-valia de ser em frente à praia,
que acreditamos que a cidade da Beira e os seus visitantes vão acolher com
especial agrado.”Concluída a sua reabilitação o easyHotel Beira passará a
contar com um total de 90 quatros. O mesmo vai ser operado de forma a ter 90
por cento de ocupação durante todo o ano, ou seja, aproximadamente 26.000
hóspedes. Para além do easyHotel Beira, prevê-se a construção de algumas
residências e um espaço comercial com uma ampla selecção de lojas, restaurantes
e cafés, incluindo a segunda cafetaria Espretto em Moçambique.O grupo Lonrho
está vocacionado em hotéis orientados para homens de negócio, a semelhança do
Hotel Cardoso em Maputo. Os Hotéis Lonrho estão agora empenhados em estabelecer
hotéis de luxo e easyHotels nos destinos de grande crescimento de África. Em
África, os easyHotels estão previstos abrir na Nigéria, Quénia, África do Sul e
Tanzânia antes da Beira fazer o “check-in” dos seus primeiros hóspedes.
Jardineiro viaja agarrado a trem de aterragem!
A polícia
britânica agora acredita que o clandestino que caiu de uma aeronave em uma rua
de Londres, perto do aeroporto de Heathrow, em Setembro, pode ter sido um
cidadão moçambicano. O homem estava escondido no trem de aterragem de um avião
de passageiros, mas caiu de uma altura de cerca de 750 metros, quando a
aeronave se aproximava a Heathrow. Seu corpo foi encontrado em uma rua no
subúrbio londrino de Mortlake, e, inicialmente, o fato de que ele era portador
de kwanzas, a moeda angolana, levou a polícia a suspeitar que ele era um
angolano. Mas um telefone celular e o cartão SIM também encontrados na sua
posse e cuidadosa investigação policial, levou à actual teoria de que ele era
de Moçambique, informou o diário britânico "The Independent",.A
polícia de Londres ainda não divulgou o nome do homem, mas está tentando entrar
em contacto com seus familiares através de funcionários moçambicanos.
O corpo foi
descoberto a 09 de setembro. Uma testemunha disse ter visto um corpo a bater no
chão pelas 07h42 - o que foi exactamente quando o voo da British Airways
(BA76), proveniente de Luanda para Heathrow, reduziu seu material rodante para
a aterragem. O homem não era
portador de passaporte ou qualquer outra forma de identificação. Ele trazia, na
sua posse, um maço de notas (kwanzas) de Angola, uma moeda de Botswana, um
telefone móvel que utiliza o provedor angolano Movicel, e um segundo cartão
SIM, da Zâmbia.
A polícia
descobriu que o telefone celular foi danificado, e seu cartão SIM foi
bloqueado. No entanto, o cartão SIM zambiano não estava trancado, e que a
polícia pôde extrair sete números, um na Suíça, e os restantes no Botswana e
Zâmbia.
O Detetive-sargento
Jeremy Allsup, o oficial que está à frente da investigação, disse ao "The
Independent" que, quando ele tentou o número suíço, ele estava esperando
que o número poderia pertencer a um dos pais do homem.
Inicialmente,
não houve resposta, mas na semana passada, uma mulher respondeu, e quando
Allsup descreveu o corpo para ele, ela disse que a descrição corresponde um
empregado e jardineiro que trabalhava para ela na África do Sul. Ela disse à
polícia que o seu jardineiro tinha tatuado as letras "ZG" (as
iniciais de seu apelido) em seu braço esquerdo - e os policiais encontraram
apenas uma tatuagem no corpo.O homem tinha atravessado de Moçambique para a
África do Sul à procura de trabalho, e ela o empregou. Ela sabia que ele ainda
tinha família que vive em Moçambique.A mulher deixou a África do Sul em 2010, e
não sabia o que havia acontecido com seu jardineiro, até que entrou em contacto
com ela em setembro deste ano, dizendo que ele estava em Angola e pretendia
obter uma nova vida na Europa. O cartão SIM e suas posses sugerem que ele
fez-se à Angola por terra, através de Botswana e Zâmbia.
De alguma forma
ele iludiu a segurança no aeroporto de Luanda e subiu no trem de pouso do avião
da British Airways. Ele teve papel de seda em seus ouvidos -, mas foi o frio e
não o barulho que lhe deveria ter preocupado. Fora da cabine pressurizada de um
avião a jacto, a temperatura num voo intercontinental cai para cerca de menos
63 graus centígrados, e há oxigénio insuficiente para permanecer consciente.É,
portanto, mais do que provável que o homem morreu de uma combinação de falta de
oxigénio e hipotermia durante o vôo, e que quando o trem de pouso abriu, era um
corpo já sem vida que caiu no chão.
“De um dia para o outro”
Os números não deixam mentir. Há pelo menos
250 mil pessoas a passar fome em Moçambique. Os dados avançados pelo Relatório
de Monitoria da Situação de Segurança Alimentar e Nutricional (RMSSAN), do
Ministério da Agricultura, poderão estar muito aquém da realidade.Contudo,
dados estatísticos escasseiam. Ainda assim, organizações humanitárias que
trabalham no país falam de mais de um milhão de pessoas em situação de
insegurança alimentar. Por outro lado, a fome não é determinada pela falta de
comida, mas por políticas ineficazes de destruição daquilo que se produz.Por
outro lado, há registos do Programa Mundial de Alimentação, PMA, de crianças
que vivem nas zonas produtivas e que se apresentam malnutridas. No entender da
directora-geral do PMA, Lola Castro, esse quadro revela “uma contradição. Por
isso, estamos a trabalhar na área da educação, água e saneamento e na área dos
produtos alimentares complementares para melhorar a situação.” Lola Castro sugere que se reforce a rede
comercial nas zonas produtivas, no norte e centro de Moçambique. O fenómeno da
fome em Moçambique não leva à subnutrição evidente e nem mata “de um dia para o
outro”, mas tem consequências graves a longo prazo, afirma Manuel Macamo,
professor universitário, que calcula que entre 35 a 40 porcento das famílias
que vivem em zonas de risco possam ter “uma despesa com alimentação inferior
àquela que se estima necessária para satisfazer as suas necessidades
alimentares básicas”. Refira-se, contudo, que os distritos mais críticos em
termos de insegurança alimentar são: Maputo (Magude, Moamba, Namaacha e Boane),
Gaza (Chigubo e Chicualacula), Inhambane (Funhalouro, Panda e Mabote), Sofala
(Búzi, Machanga, Muanza, Nhamatanda, Chemba, e Gorongosa) e Tete (Mutarara,
Changara, CahoraBassa, Chiúta, Moatize e Magoe). Efectivamente, os baixos
níveis da resiliência dos agregados familiares, devido à pobreza causada por
vários factores, tais como a imprevisibilidade dos rendimentos e o esgotamento
das reservas alimentares e de outros bens produtivos, nos últimos três anos e
com condições de períodos de seca, provocaram baixos níveis de poder de compra
o que limita o acesso económico aos alimentos, especialmente provenientes de
mercados. De acordo com o RMSSAN, a situação de vulnerabilidade está “a ser
agravada pelo impacto negativo das condições de seca moderada, que afecta
especialmente a produção de alimentos e outras fontes de rendimento das
famílias” tais como o “autoemprego nas zonas áridas e semiáridas do país”.
Refira-se, contudo, que o Índice de Satisfação das Necessidades Hídricas
(WRSI), actualizado em Março de 2012, deu a indicação de que a seca de meia
estação que afectou a zonas sul e centro de Moçambique poderia provocar quebras
nas colheitas abaixo da média nacional. Contudo, a zona norte do país registou
um desempenho relativamente satisfatório das culturas. Porém, teve um
desempenho entre médio e medíocre nas áreas semi-áridas na zona centro. A
dureza da seca pode, às vezes, dar a impressão de que a tragédia está em toda a
parte. Mas é falso imaginar que a totalidade dos cidadãos que vive em áreas
afectadas pela seca passa fome. Nas áreas atingidas vivem 650 mil pessoas.
Desse total, 253.000 moram nas zonas mais críticas. Estima-se que nesse grupo
haja perto de 100 mil indefesos em épocas em que a chuva escasseia como esta.
A voz do povo
“Mais péssimo do que nunca...Compras nem
falo, procuro sobreviver. Ou seja, já não interessa muito o tipo de alimento
basta passar da boca”, António Matola
“Não posso expressar a minha opinião,
porque em Moçambique só o Presidente da República sabe como as pessoas vivem. O
que ele diz encerra toda a discussão. Não se leva em conta as opiniões da
pessoas. Então, vou falar para quê? Já se falou muito e nada muda. O meu filho
está a trabalhar. O meu neto também. Eu sou aposentado, mas aquele salário que
o Governo moçambicano paga é muito insuficiente. Não há emprego. As coisas são
caras. Os preços estão-se a agravar. Sustentar o ensino das crianças, comprar
vestes, cadernos, pagar “chapa” todos os dias é muito oneroso”, Narciso
Tchecane, residente no bairro da Malhangalene, reformado.
“No nosso país, o custo de vida é muito
elevado. Eu sou um pai de dois filhos e com os 3.500 meticais que recebo
mensalmente não consigo fazer nada. Este país está péssimo. A minha sorte é que
não vivo numa casa arrendada. Imagina se eu, com o pouco salário que ganho,
tivesse de tirar uma parte para arrendar a casa. Este país ficou estragado
desde 2009, quando o actual Presidente da República ascendeu ao poder.
Tudo mudou, o custo dos transporte foi-se
agravando ano apôs ano; a qualidade do ensino reduziu drasticamente”, Jaime
Sithoe, residente no bairro de Triunfo, bar man Eusébio Paulino, 42 anos de
idade, residente do bairro de Mutauanha, tem um agregado familiar composto por
nove pessoas.
“O meu modo de vida é caracterizado por
sacrifícios, a única actividade que desenvolvo é a venda de casacos usados nas
ruas da cidade de Nampula. Faço-o para evitar roubar aos outros que trabalham
para ganhar o seu pão de cada dia. Compro cada artigo por 100 ou 150 meticais.
Depois de lavados e engomados consigo vender por 180 ou 200 meticais. Com o
valor compro alimentos para os meus filhos que abandonaram o processo de ensino
e aprendizagem por insuficiência de recursos financeiros.
Tenho lutado, diariamente, para sobreviver
visto que sou um cidadão desempregado e sem meios de sobrevivência para o
sustento da minha família. Sofro barreiras dos dirigentes do Conselho Municipal
para ter acesso ao fundo de Desenvolvimento Urbano disponibilizado pelo Governo
central para apoiar as iniciativas de geração de renda. Nessas condições
considero que o Estado da Nação é mau.
“Será que é BOM um Estado onde o
funcionário recebe 2.500 MT, e tem de pagar (arroz, óleo, açúcar, escola dos
filhos, a camioneta que lhe leva ao serviço, entre outras coisas), este mesmo
funcionário está proibido de ficar doente, pois dizem estar coberto por um
plano de saúde que atende muito mal (quando atende) e nunca tem medicamentos, e
é obrigado a recorrer ao sector privado para pagar os serviços com os mesmos
2.500 MT que acabaram antes mesmo de receber com pagamento de Cotas que, sem o
seu consentimento, lhe foram descontadas?”, anónimo.
“Não está bem, mas estamos a caminhar para
lá chegar. Se pensarem um pouco verão que estamos muito melhor do que nos anos
passados. Hoje já não faço fila para comprar pão, posso comer o que eu quiser e
a qualquer hora. Naqueles tempos só comia ovo ou carne quem tivesse costas
quentes. Por isso, acho que estamos a evoluir, pouco a pouco, mas chegamos lá”,
Alberto Chongo
“O Estado da Nação é péssimo, 2012 foi o
ano em que muitos produtos de primeira necessidade registaram uma grande
subida, preço e casa subiram, a auto-estima subiu menos e os salários não
subiram. Este ano Moçambique registou uma crise interna, por parte da família
moçambicana”, anónimo.
O Estado da Nação foi uma lástima em 2012,
o índice de desemprego aumentou a passos galopantes e, como consequência disso,
mais famílias tornaram-se pobres, tiveram menos acesso a serviços públicos,
tais como saúde e educação. Os mega-projectos nada trouxeram para o povo
moçambicano. Enfim, o Estado da Nação foi péssimo”, Manuel Premo.
“Na minha óptica, o Estado da Nação não é
bom, ressalto que temos um bom ambiente económico, porque há muitas
oportunidades a surgir no país, mas o ambiente económico estável que se
verifica no momento não tem muitas chances de prevalecer com as ambições de
alguns líderes que, a pretexto da democracia, querem dividir e tomar a sua
parte de um povo que é, pela sua humildade, tratado como gado” Nelly-ZI.
“A meu ver a gestão país está péssima. As
disparidades entre ricos e pobres está cada vez mais acentuada. As grandes
cidades estão com problemas sérios de transporte e saneamento. Há problemas de
inclusão social. Como jovem e funcionário público não vejo, por parte do
Governo, políticas (habitação, saúde, transportes, etc.) capazes de me
agradar/satisfazer...Sei que se pode fazer mais e melhor, apostem na
fiscalização, cobrem resultados e nomeiem pessoa pela competência e não pela
cor partidária ou afinidade de qualquer tipo. Quem não tem capacidades que seja
substituído e não protegido ou apadrinhado”, Helcio Azevedo. (@Verdade)
terça-feira, dezembro 25, 2012
terça-feira, dezembro 18, 2012
Pálidos do Zenit não querem negros!
O maior grupo de adeptos do campeão russo, Zenit
São Petersburgo, pediu ao clube que se abstenha de contratar futebolistas
negros ou homossexuais, na sequência da agitação provocada pela aquisição do
brasileiro Hulk. “Não somos racistas, mas vemos a ausência de jogadores negros
no Zenit como uma tradição importante”, pode ler-se na carta publicada, nesta
segunda-feira, na página oficial do grupo Landscrona. “Isso permite ao Zenit
manter a identidade nacional do clube, que é o símbolo de São Petersburgo”,
pode ler-se no manifesto, que tem como título Selecção 12 – Tradições e
princípios. O Zenit é o único emblema do principal escalão do futebol russo que
nunca teve um futebolista africano na sua equipa. São Petersburgo é conhecida
por ser uma cidade com forte influência da extrema-direita nacionalista. Os
adeptos pedem no manifesto que a equipa conte mais com jogadores formados no
clube ou jogadores europeus. “Só queremos jogadores de outras nações-irmãs
eslavas, como a Ucrânia e a Bielorrússia, assim como dos estados Bálticos e
Escandinávia. Temos a mesma mentalidade e partilhamos um contexto histórico e
cultural com estas nações”, pode ler-se na carta do grupo Landscrona. Estes
adeptos também expressam a sua oposição à existência de “minorias sexuais” na
equipa, e pedem que cada jogador se esforce “a 101 por cento” em cada jogo. Vários
futebolistas negros rejeitaram ofertas significativas do Zenit nos últimos 12
meses, após receberem ameaças de morte dos adeptos do clube, segundo a imprensa
russa. Um porta-voz do Zenit disse nesta segunda-feira que o clube não iria
comentar a carta dos adeptos. O ex-avançado do Zenit e da selecção russa
Alexander Panov considerou, citado pela imprensa local, que os adeptos não têm
o direito de influenciar a política de recrutamento do clube. “Se não
temos bons jogadores que cheguem em São Petersburgo, o que há-de o clube
fazer?”, perguntou. “Todos os clubes do mundo têm jogadores negros. Se não os
há no Zenit – é problema do Zenit. Não creio que os adeptos devam pedir ao
clube para contratar ou deixar de contratar certos jogadores. Os adeptos têm o
direito de ir ao estádio ou de ficar em casa”, acrescentou. A equipa do Zenit
atravessou uma fase complicada em que teve de fazer frente ao descontentamento
de vários jogadores após a contratação, por vários milhões de euros, do
brasileiro Hulk (ex-FC Porto) e do belga Witsel (ex-Benfica). Igor Denisov
passou mesmo algum tempo na equipa B do Zenit após se ter recusado a jogar,
reivindicando um contrato semelhante ao de Hulk. A situação foi
posteriormente apaziguada e Denisov regressou à equipa, após um pedido de
desculpa.
segunda-feira, dezembro 17, 2012
Fala, fala... mas faz pouco!
Aproxima-se aquele que é, inegavelmente, o mais importante período
festivo no país - o Natal e Ano Novo. De
alguma forma, há já algumas semanas são visíveis os sinais dos preparativos
para as tão aguardadas festas, sobretudo em instituições e estabelecimentos
comerciais, engalanados com motivos alusivos ao Natal. Esta é uma época do ano
em que, por tradição, o índice de compras por parte dos consumidores aumenta
substancialmente, em parte catapultado pelo chamado 13º salário que algumas
empresas e instituições pagam aos seus funcionários, bem como pela oferta de
cabazes, quer aos trabalhadores e colaboradores, quer a clientes e outras
personalidades. Os cidadãos, esses, não só procuram ter as mesas o mais
recheadas possível por alturas das festas, como também investem na compra de
presentes para oferecer aos que lhes são próximos; na aquisição de roupa nova,
nas reformas das suas casas, entre outras necessidades que nem sempre são
possíveis de satisfazer ao longo do ano. Ora, em muitos países o período de aumento de vendas nos estabelecimentos
comerciais corresponde, regra geral, à época das promoções e saldos, aquela
fase em que normalmente os preços baixam.
Em Moçambique, infelizmente, a tendência é sempre inversa: os preços em
geral sobem — e de que maneira! — nesta época da quadra festiva do Natal e Ano
Novo. É verdade que a produção nacional ainda não está capaz de responder ao
aumento do volume de procura de produtos diversos que se regista por estas
alturas, o que de alguma forma pode contribuir para o aumento dos preços. Mas a realidade tem mostrado que nem sempre é
assim. A subida de preços afecta até produtos que já estão no armazém,
simplesmente porque aumentou a procura!
Trata-se de uma atitude de puro açambarcamento e especulação por parte
de comerciantes a retalho e a grosso, fornecedores de bens e serviços,
agricultores e industriais. Não se justifica, pois, por exemplo, que a batata
ou o tomate cujos custos de produção permitiram que ao longo do ano fossem
vendidos a um preço estável de X, já custem em meados de Dezembro X vezes dois,
só porque aumentou a procura!
O mesmo se pode dizer do frango de produção nacional — que não mudou de
fornecedor ao longo do ano — que num ápice sobe de preço na maioria dos
estabelecimentos comerciais. Trata-se de uma situação de que o Governo tem
conhecimento, através do Ministério da Indústria e Comércio (MIC), o qual todos
os anos, por estas alturas, tem vindo a público afirmar que não será implacável
aos comportamentos desonestos dos agentes económicos, nomeadamente no aumento
de preços apenas para facturar mais. No entanto, fica-nos sempre a sensação de
que o MIC, através do seu sector de Inspecção de Actividades Económicas, fala,
fala... mas faz pouco! O cenário
caracterizado pelo açambarcamento e especulação não muda, ano após ano! Da
mesma forma que não muda a velha ladainha das entidades da Indústria e Comércio
de que não vão tolerar as práticas que prejudicam os cidadãos. Este ano não está a fugir à regra, pelo menos nas principais cidades do país.
Os preços dos produtos de primeira necessidade já estão a disparar e o MIC —
tanto a nível central como provincial — já está a cantar que será duro no
combate ao fenómeno da especulação. Mas duro, pelos vistos, só no discurso...
Gostaríamos de apelar ao Governo a um efectivo combate aos especuladores e
açambarcadores, por um lado e, por outro, aos agentes económicos a um respeito
pelos princípios de honestidade e comércio justo. Para que os cidadãos em todo
o país possam celebrar da melhor forma possível a quadra festiva que se
avizinha.
sexta-feira, dezembro 14, 2012
Os vivos não podem escapar da justiça!
Um inquérito
secreto foi lançado para determinar as verdadeiras causas do desastre aéreo que
há 26 anos vitimou o primeiro Presidente de Moçambique, Samora Machel, em
Mbuzini, na África do Sul. A investigação
está a ser dirigida por uma unidade especial da polícia sul africana, os Hawks (Falcões), e
terá sido lançada no mês passado, depois de em Janeiro terem surgido novos
elementos implicando o alegado envolvimento de funcionários do governo e oficiais
de segurança do regime do apartheid.Uma investigação levada a cabo durante duas
semanas por uma equipa do semanário Sunday Times, da África do Sul,
revela que a investigação inclui elementos das forças policiais de Moçambique e
da África do Sul, e ainda a Procuradoria Geral e a Autoridade da Aviação Civil
daquele país vizinho.A investigação terá sido autorizada ao mais alto nível
pelo Presidente Jacob Zuma, e decorre em paralelo com uma outra, aparentemente
a cargo do Ministério da Justiça daquele país.O Sunday Times refere
que a investigação foi confirmada pela porta-voz da Presidência sul africana,
Zanele Mngadi, que entretanto aconselhou a que todas as questões fossem
remetidas aos Hawks. Zuma terá autorizado o relançamento das investigações
depois de terem surgido novas informações, incluindo documentos, fotografias e
gravações de voz. A equipa de 15 investigadores moçambicanos e sul africanos
terá tido acesso às alegadas provas depois das informações disponibilizadas em
Janeiro. O Sunday Times diz ter conhecimento de que criminalistas
teriam realizado operações de fotografia aérea e de leituras de GPS numa zona
militar restrita na região de Mariepskop, na província sul africana de
Mpumalanga, que faz fronteira com Moçambique. Radares instalados na zona
fornecem dados de inteligência aérea provenientes de toda a região da África
Austral, a bases da Força Aérea sul africana. Mariepskop, perto de God’s Window
(Janela de Deus), fica perto de Mbuzini, onde a 19 de Outubro de 1986 se
despenhou o jacto presidencial que matou Samora Machel e outros 33 ocupantes da
aeronave. Uma fonte do Sunday Times disse: “Vários relatórios da
Comissão de Inquérito Margo estão a ser reanalisados, juntamente com
fotografias e transcrições de dados de voz entre a tripulação e os
controladores de tráfego”.
Em 1987, o Juíz
Cecil Margo ilibou a África do Sul de possível envolvimento no acidente, tendo
citado erros dos pilotos como a principal causa. Moçambique e a antiga União
Soviética, estes últimos na qualidade de fabricantes do avião e fornecedores da
tripulação, rejeitaram as conclusões de Margo, afirmando que o acidente tinha
sido causado por um instrumento de navegação que em terra emitia informações
que desviaram o avião da sua rota inicial.
O porta voz
dos Hawks, Capitão Paul Ramaloko, confirmou «que a investigação estava
em «curso. “Estamos a trabalhar com a nossa contraparte moçambicana”, disse.O
adido policial no Alto Comissariado de Moçambique em Pretória, Zacarias Cossa,
disse que estava a par das investigações.Uma fonte da Autoridade da Aviação
Civil da África do Sul disse: “A possível actuação de certas pessoas foi
identificada. Os que estão
vivos não podem ser permitidos escapar da justiça como os que morreram”. Dumisa
Ntsebeza, o jurista que dirigiu a investigação da TRC, disse que tinha sido
abordado pelos Hawks. “Fui solicitado no sentido de reactivar a minha
equipa. Disse-lhes que se houver orçamento, isso é possível”. Ntsebeza
acrescentou que a investigação deveria ter sido realizada há 14 anos, “quando
informámos o Ministério da Justiça sobre o que deveria ser feito”. “Entregámos 43
processos relacionados com assassinatos, que não podíamos investigar totalmente
devido a constrangimentos de tempo. De entre esses processos constava este
caso”, disse ele. Acrescentou que os referidos documentos contêm “informação
detalhada, incluindo o juramento de um agente da inteligência militar envolvido
na montagem do falso sinal de rádio. Este agente forneceu dados detalhados
sobre uma reunião realizada um dia antes do acidente, e onde este foi
planificado. Deu nomes das pessoas que estiveram presentes na reunião,
realizada na base policial de Skwamans, perto do local do acidente. No dia
seguinte, estes indivíduos foram os primeiros a chegar ao local do acidente”.De
entre os que chegaram primeiro ao local do acidente destacam-se o antigo
Ministro dos Negócios Estrangeiros, Pik Botha, o Chefe do Estado-Maior das
Forças Armadas, General Kat Liebenberg (que morreu de cancro nos anos 1990), e
o Chefe da Inteligência Militar, general Joffel Van der Westhuizen. Ntsebeza
disse: “O que descobrimos justificava que houvesse mais investigações,
incluindo o facto de que o governo sul africano não podia ser exonerado.
Pessoas morrem, as memórias se esvanecem, documentos perdem-se e ganha-se tempo
para cobrir rastos. Se Samora Machel foi desviado para a sua morte em
território sul africano, isso é um crime, e as devidas investigações
criminais deveriam ter sido realizadas”.Ntsebeza disse que o Ministério da
Justiça tinha a obrigação de processar criminalmente os envolvidos no crime.
quarta-feira, dezembro 12, 2012
Tá a chegar o Natal!


Renamo quer a reprodução dos cadernos de eleitores!
A Assembleia da República (AR), o parlamento moçambicano, aprovou
hoje na generalidade o projecto de lei da Comissão Nacional de Eleições (CNE),
num acto que contou com o voto contrário da Renamo, o maior partido da oposição
no país.A versão aprovada da lei da CNE estabelece que este órgão será
constituído por 13 membros, oito dos quais indicados por partidos políticos com
assentos no parlamento com base no princípio da representatividade, devendo ser
cinco da Frelimo, dois da Renamo; e um do MDM.Dos membros deste órgão eleitoral
também se inclui um juiz indicado pelo Conselho Superior da Magistratura
Judicial, um procurador indicado pelo Conselho Superior da Magistratura do
Ministério Público e três membros das organizações da sociedade civil.O
presidente da CNE é eleito pelos membros da CNE dentre as três personalidades
apresentadas por organizações da sociedade civil.Esta lei só passou com o voto
da Frelimo e do MDM, uma vez que a Renamo defende uma CNE totalmente
partidarizada constituída por 14 membros da CNE indicados com base no princípio
de paridade, sendo quatro apontados por cada uma das três bancadas
parlamentares e dois por partidos políticos extraparlamentares.Falando na
ocasião, o deputado da Renamo Mário Cinquenta disse que a sua proposta visa
“assegurar a imparcialidade do processo eleitoral e essa só pode existir com
base no princípio da paridade”.
“Também defendemos que estes órgãos (a CNE e o seu órgão executivo – o Secretariado Técnico de Administração Eleitoral (STAE) devem integrar membros dos partidos extraparlamentares”, acrescentou. Contudo, a Frelimo considera “inaceitável, absurda e irrealista e viola a Constituição da República” o argumento de paridade evocado pela Renamo. “A tal paridade pretende manipular a realidade e entra em contradição com a vontade expressa pelos eleitores nas urnas”, disse o deputado Alcídio Nguenha.Na sua intervenção, Nguenha disse que a recomendação dos observadores eleitorais sugere a independência dos órgãos eleitorais como forma de tornar as eleições mais transparentes.Esse argumento é também defendido pela bancada parlamentar do MDM, justificando que essa independência visa aperfeiçoar e aprimorar o funcionamento da CNE, tendo em conta as irregularidades registadas nos pleitos eleitorais de 2008 e 2009.“Nós defendemos a criação duma CNE menos onerosa, inclusiva e profissional”, disse o deputado José de Sousa, sublinhando que a sua bancada defende também a criação da CNE ainda no decurso desta sessão da Assembleia da República.A proposta de lei da CNE faz parte das cinco leis – constituídas por um total de 747 artigos - constituem o pacote eleitoral a ser usado para guiar os próximos pleitos eleitorais que começa com as autárquicas do próximo ano, seguindo-se as eleições gerais de 2014. O pacote eleitoral inclui para além da lei da CNE, a lei da eleição do Presidente da República e dos deputados da AR; a lei do recenseamento eleitoral; a lei das eleições autárquicas; e a lei de eleição dos membros das Assembleias Provinciais.A maioria dos artigos das leis foi consensual, embora o presidente da Comissão da Administração Pública, Poder Local e Comunicação Social – também chamada IV Comissão, Alfredo Gamito, tenha reconhecido que as poucas divergências existentes entre as bancadas parlamentares são “muito profundas”.Além da lei eleitoral, outras grandes divergências encontravam-se na lei de eleição do Presidente da República e dos deputados da AR, que também foi aprovada graças aos votos da Frelimo e do MDM, com a Renamo a votar contra a mesma.Para este caso, a Renamo defende a entrega dos cadernos eleitorais aos delegados que representam os partidos políticos nas mesas de voto, de modo a permitir uma melhor fiscalização do processo eleitoral e acompanhar as descargas a medida que o presidente da mesa lê o nome dos eleitores no seu caderno de eleitores.A Frelimo considera que esse exercício – distribuição dos cadernos de eleitores aos delegados dos partidos políticos – não só viola/expõe a confidencialidade dos dados dos eleitores, como também seria muito oneroso para o estado. “Para quê essa insistência?”, questionou a deputada Ermelinda Rombe, da bancada parlamentar da Frelimo. “Se os partidos políticos têm delegados presentes nas mesas de voto com a tarefa de fiscalizar todo o processo eleitoral”.Por outro lado, Rombe explicou que, considerando que nas próximas eleições haverá um total de 13,500 assembleias de voto, seria necessária a produção de mais de 100 mil cadernos de leitores para distribuir aos delegados dos partidos políticos, o que seria muito oneroso, sobretudo considerando que o mundo está numa situação de crise financeira. O parlamento aprovou a lei de eleição dos membros das Assembleias Provinciais e do recenseamento eleitoral, esta última que, durante os debates da proposta, reuniu consenso de todas as bancadas.
“Também defendemos que estes órgãos (a CNE e o seu órgão executivo – o Secretariado Técnico de Administração Eleitoral (STAE) devem integrar membros dos partidos extraparlamentares”, acrescentou. Contudo, a Frelimo considera “inaceitável, absurda e irrealista e viola a Constituição da República” o argumento de paridade evocado pela Renamo. “A tal paridade pretende manipular a realidade e entra em contradição com a vontade expressa pelos eleitores nas urnas”, disse o deputado Alcídio Nguenha.Na sua intervenção, Nguenha disse que a recomendação dos observadores eleitorais sugere a independência dos órgãos eleitorais como forma de tornar as eleições mais transparentes.Esse argumento é também defendido pela bancada parlamentar do MDM, justificando que essa independência visa aperfeiçoar e aprimorar o funcionamento da CNE, tendo em conta as irregularidades registadas nos pleitos eleitorais de 2008 e 2009.“Nós defendemos a criação duma CNE menos onerosa, inclusiva e profissional”, disse o deputado José de Sousa, sublinhando que a sua bancada defende também a criação da CNE ainda no decurso desta sessão da Assembleia da República.A proposta de lei da CNE faz parte das cinco leis – constituídas por um total de 747 artigos - constituem o pacote eleitoral a ser usado para guiar os próximos pleitos eleitorais que começa com as autárquicas do próximo ano, seguindo-se as eleições gerais de 2014. O pacote eleitoral inclui para além da lei da CNE, a lei da eleição do Presidente da República e dos deputados da AR; a lei do recenseamento eleitoral; a lei das eleições autárquicas; e a lei de eleição dos membros das Assembleias Provinciais.A maioria dos artigos das leis foi consensual, embora o presidente da Comissão da Administração Pública, Poder Local e Comunicação Social – também chamada IV Comissão, Alfredo Gamito, tenha reconhecido que as poucas divergências existentes entre as bancadas parlamentares são “muito profundas”.Além da lei eleitoral, outras grandes divergências encontravam-se na lei de eleição do Presidente da República e dos deputados da AR, que também foi aprovada graças aos votos da Frelimo e do MDM, com a Renamo a votar contra a mesma.Para este caso, a Renamo defende a entrega dos cadernos eleitorais aos delegados que representam os partidos políticos nas mesas de voto, de modo a permitir uma melhor fiscalização do processo eleitoral e acompanhar as descargas a medida que o presidente da mesa lê o nome dos eleitores no seu caderno de eleitores.A Frelimo considera que esse exercício – distribuição dos cadernos de eleitores aos delegados dos partidos políticos – não só viola/expõe a confidencialidade dos dados dos eleitores, como também seria muito oneroso para o estado. “Para quê essa insistência?”, questionou a deputada Ermelinda Rombe, da bancada parlamentar da Frelimo. “Se os partidos políticos têm delegados presentes nas mesas de voto com a tarefa de fiscalizar todo o processo eleitoral”.Por outro lado, Rombe explicou que, considerando que nas próximas eleições haverá um total de 13,500 assembleias de voto, seria necessária a produção de mais de 100 mil cadernos de leitores para distribuir aos delegados dos partidos políticos, o que seria muito oneroso, sobretudo considerando que o mundo está numa situação de crise financeira. O parlamento aprovou a lei de eleição dos membros das Assembleias Provinciais e do recenseamento eleitoral, esta última que, durante os debates da proposta, reuniu consenso de todas as bancadas.
terça-feira, dezembro 11, 2012
Não entendo as dúvidas na Lei de Probidade Pública!
O Procurador-Geral da República (PGR), Augusto Paulino, disse em Maputo que será feito um estudo sobre a lei de probidade pública, com vista
saber quais os desafios que se colocam ao Ministério Público, as procuradorias
e ao Gabinete Central de Combate a Corrupção (GCCC) no que refere à sua
aplicação.A lei foi aprovada em Maio último pela Assembleia da República (AR),
o parlamento moçambicano, e entrou em vigor no passado dia 15 de Novembro.A lei
é aplicável aos servidores públicos com vista a assegurar a moralidade,
transparência, imparcialidade e o respeito pelo na gestão do património do
Estado. Ela abrange igualmente as entidades não públicas, singulares ou
colectivas, circunstancialmente investidas de poder público.A aplicação desta
lei tem estado a gerar acesos debates no seio dos diversos intervenientes da
sociedade, para além de se considerar que não existem condições para que tal
ocorra, sobretudo, devido a inexistência da Comissão Central de Ética Pública.A
Comissão é uma das condições fundamentais para garantir que a lei seja aplicada
de forma eficaz, visto que ela tem a missão de receber e encaminhar as
denúncias de casos de conflito de interesse, para além de criar outras
condições práticas para que a lei seja aplicada.Segundo Augusto Paulino, que
falava durante a cerimónia de abertura da primeira Sessão do Conselho
Coordenador da PGR, há necessidade de verificar a capacidade logística e de
integridade dos quadros que vão lidar com a matéria ligada à esta lei. “Faremos um estudo sobre a Lei de Probidade
Publica, na vertente de desafios que se colocam ao Ministério Público, às
Procuradorias e, sobretudo ao Gabinete Central de Combate à Corrupção”, disse o
PGR. Na ocasião, ele disse tratar-se de uma lei que já está em vigor, facto que
chama atenção, para a sua aplicação a todos os abrangidos por ela.No seu
discurso, Augusto Paulino frisou que a luta contra a corrupção é um dos maiores
desafios da actualidade por constituir um cancro no seio da sociedade
moçambicana e do aparelho do Estado. “Temos de encontrar formas de responder,
com proficiência, ao clamor do nosso povo e não ficarmos indiferentes como se
nada tivesse acontecer. Temos logrado grandes avanços neste domínio na
responsabilização penal dos infractores, indiciando, acusando e levando-os a
julgamento e até à condenação ”, defendeu a fonte.Na ocasião, o Procurador
instou os seus quadros a se aproximarem mais da população, abandonando o
conforto dos seus gabinetes, e realizarem palestras nas comunidades para a
prevenção de crimes. “As nossas palestras são feitas nas salas com aparelhos de
ar condicionado e não de baixo do cajueiro, com o cidadão, de modo a educá-lo
com suficiência para saber encarar o fenómeno ou saber onde e como denunciar,”
referiu Paulino.O PGR disse ainda que se deve sair do marasmo de falar para a
comunicação social e pensar que se falou para todo o povo moçambicano. “O povo moçambicano vai para além dos
radiouvintes ou telespectadores e, mais, é necessário que o nosso povo sinta
que participa e forma democrática nos debates colectivos da luta contra
corrupção”, realçou o procurador. Durante o Conselho Coordenador, para além de
discutir matérias específicas, como, a lei de probidade pública e desafios na
luta contra corrupção, far-se-á o balanço das actividades desenvolvidas pela
PGR. O Conselho Coordenador decorre sob o lema “Desafios da PGR para Melhor
Servir o Povo Moçambicano” vai apreciar e analisar questões administrativas e
orçamentais tendo em vista o Plano Estratégico do GCCC e da PGR.
Polvo para quem gosta!
Enormes quantidades de polvo moçambicano podem estar a ser
exportadas ilegalmente para Europa, a partir do distrito setentrional de Palma,
em Cabo Delgado, através da Tanzânia, soube o “Noticias” de fonte oficial.O director provincial das Pescas,
Carvalho Mussa, confirma a informação e diz que o executivo de que faz parte
está preocupado com o fenómeno, razão porque uma missão composta por técnicos
da administração pesqueira foi enviada àquele distrito fronteiriço, para
trabalhar com as Alfândegas locais, com vista a controlar a situação.A alegada
exportação ilegal daquele produto pesqueiro, de acordo com Mussa, está
acontecer de forma clandestina sem o conhecimento das autoridades provinciais,
uma acção que se crê seja protagonizada por armadores tanzanianos que entram
nas águas territoriais moçambicanas, que contam com uma pretensa conivência de
nacionais. “Temos conhecimento que isso está acontecer no distrito de
Palma, recebemos uma denúncia nesse sentido, estamos preocupados, por isso
enviamos a referida comissão”, disse aquele membro do governo provincial de
Cabo Delgado.O “Notícias” soube que não obstante as autoridades saberem da
existência de tais indícios que configuram como uma ilegalidade e lesam o
Estado moçambicano, ainda não há quem tenha ou esteja a responder por tais
actos.Mussa afirmou que sabe da crise de polvo na Europa nos últimos dias, o
que pode estar por detrás da sua captura desenfreada. Acrescentou que tem
informações de que depois de capturado ilegalmente nas águas moçambicanas o
produto é contrabandeado para a vizinha Tanzânia, onde supostamente recebe o
rótulo daquele país vizinho com o qual é identificado no “velho” continente,
contra as normas que regulam o comércio internacional. “Porque em
condições normais para a exportação seria necessária uma certificação sanitária
do país de origem (neste caso Moçambique) do produto, mas não é o que está
acontecer, pelo contrário os ilegais falsificam a proveniência da mercadoria”,
disse. Carvalho Mussa falou duma fraca fiscalização naquela zona fronteiriça, o que dá
campo aos ilegais que pilham os recursos pesqueiros nacionais, alegadamente
devido à falta de recursos materiais e humanos para a manutenção duma rotineira
e permanente controlo da fronteira marítima. As águas oceânicas de Palma,
ainda de acordo com aquele responsável, são reconhecidamente ricas em
abundância daquele tipo de marisco, cuja qualidade pode estar a atrair os
pescadores ilegais, desta feita em moldes comercialmente competitivos.
Renamo + MDM coligados na CNE?
O Governo e a Renamo voltaram a falhar na concretização de um
consenso em relação aos processos eleitorais no país, no fim da segunda ronda
negocial havida segunda-feira numa das instâncias hoteleiras da capital
moçambicana Maputo. Trata-se de um dos pontos constantes da pauta
reivindicativa colocada à mesa do diálogo pelo maior partido da oposição, na
sequência do pedido de audiência feito ao Executivo, cujo primeiro teve lugar
no passado dia 03 do mês em curso.Falando à imprensa no termo do encontro de
segunda-feira, o chefe da comissão do governo, o ministro da Agricultura, José
Pacheco, disse que a Renamo coloca como questão a paridade na composição e
formas de designação dos membros da Comissão Nacional de Eleições (CNE). Segundo
Pacheco, a Renamo propõe que o órgão eleitoral seja composto por 17 membros,
dos quais sete indicados pela Frelimo, sete saidos de uma coligação Renamo-MDM
e três oriundos da sociedade civil. Sobre esta proposta, Pacheco reiterou que o
executivo cumprirá a decisão que for tomada pelo mais alto órgão legislativo em
relação ao processo, em curso, de revisão do pacote eleitoral. A fonte
disse ter recomendado a Renamo para submeter ao parlamento, através da sua
bancada, as suas ideias sobre a matéria.A Renamo afirma que caso não seja
acolhida a proposta de paridade na composição e formas de designação de membros
da CNE, não participará nas próximas eleições, muito menos permitir que o povo
moçambicano exerça o seu direito cívico.José Pacheco afirmou que o “boicote” do
maior partido da oposição na discussão do pacote eleitoral no parlamento é
assunto que deverá ser tratado no âmbito do Regimento do órgão legislativo.Impedir
que os moçambicanos exerçam o seu direito de cidadania nas próximas eleições,
segundo afirmou, é contra os princípios de democracia e o Governo tomará as
necessárias medidas preventivas para salvaguardar que esse direito não seja
violado.Manuel Bissopo disse não reconhecer a legitimidade da AR na discussão e
aprovação do pacote eleitoral, alegadamente porque é composta por uma maioria
eleita por processos fraudulentos. Ele acusou o Governo de insensibilidade às
suas preocupações, dado que a segunda ronda negocial não teve nenhum avanço
palpável.Assim, segundo Manuel Bissopo, a Renamo volta ao seu quartel-general
para “reformular as regras democráticas” para impor um Governo de transição. Sobre
o assunto, Pacheco disse que cabe à Renamo esclarecer como é que pretende levar
a cabo esta sua intenção, tendo em conta o quadro legal existente do país.Reiterou
que o Governo está seriamente empenhado no diálogo permanente com todos os
partidos políticos e com toda a sociedade civil.As partes voltam ao processo
negocial na próxima segunda-feira, para discutir questões como a partidarização
da Administração Pública.
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