A petrolífera francesa Total anunciou hoje motivos de "força maior" para ter retirado todo o pessoal do norte de Moçambique, após o agravamento das ações terroristas, com o ataque a Palma, junto ao projeto de gás. Avaliado em 20 mil milhões de euros, trata-se do maior investimento privado em curso em África.
"Considerando a evolução da situação de segurança no norte da província de Cabo Delgado, em Moçambique, a Total confirma a retirada de todo o pessoal do projeto Moçambique LNG do local de Afungi. Esta situação leva a Total, como operadora do projeto Moçambique LNG, a declarar força maior", lê-se num comunicado desta segunda-feira (26.04) da multinacional francesa.
"A Total expressa a
sua solidariedade para com o Governo e povo de Moçambique e deseja que as ações
desenvolvidas" pelo país e parceiros "permitam o restabelecimento da
segurança e estabilidade na província de Cabo Delgado de forma
sustentada", conclui, sem mais esclarecimentos. É a primeira vez que a
petrolífera recorre ao conceito de 'force majeure', em português força maior,
usado em direito para justificar o incumprimento de determinadas obrigações com
fatores externos. Uma semana depois do ataque de 24 de março contra a sede de
distrito de Palma, a petrolífera retirou todo o pessoal e abandonou por tempo
indeterminado o recinto do projeto de gás na península de Afungi, seis
quilómetros a sul da vila. Declarar motivos de força maior implica uma
suspensão mais pesada e
permite que a Total cancele os contratos.
Força maior era "a única maneira de proteger melhor o projecto até que o trabalho possa ser retomado ", acrescentou um porta-voz da multinacional.
O projecto tinha até agora
início de produção previsto para 2024 e é nele que estão ancoradas muitas das
expetativas de crescimento económico de Moçambique na próxima década. Os
ataques afetaram os planos da Total e do rival Exxon Mobil, que também tem
um projeto de LNG em Moçambique, de transformar o país num grande
produtor. (DW)
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