segunda-feira, abril 19, 2021

+++ centros para diagnóstico da hemofilia

A Associação Moçambicana de Hemofilia (AMH) pede a intervenção do governo para a criação de três centros de referência para o diagnóstico e tratamento de pacientes que padecem de hemofilia e outros distúrbios hemorrágicos. O pedido foi expresso em Maputo, pelo presidente da AMH, Nelson Damião, durante as celebrações do Dia Mundial da Hemofilia que se assinala em todo o mundo sob o lema Adapta-se à Mudança .

Segundo Damião, existem actualmente 118 pessoas que padecem de hemofilia em Moçambique, uma doença rara que, na maioria dos casos, é hereditária. A mesma é caracterizada pela dificuldade de coagulação do sangue que pode levar a um sangramento descontrolado e espontâneo ou causado por uma pequena lesão. A doença ocorre devido a falta ou diminuição de algumas proteínas do corpo humano, conhecidas como factores que desempenham um papel importante na coagulação de sangue. Os centros, seguno a AMH, deveriam ser instalados nos hospitais centrais de Maputo, Beira e Nampula para o diagnóstico e tratamento com Factores VIII e IX, pois já está ultrapassado o tratamento com plasma fresco porque experiências anteriores indicam que há pacientes que acabaram ficando infectados com o HIV/SIDA durante a transfusão de sangue. “O tratamento na base de Factores VIII e IX consiste numa proteína que facilita o organismo do paciente com hemofilia a coagulação do sangue, estancado facilmente qualquer episódio de sangramento”, explicou. A fonte lamenta, no entanto, a falta de capacidade de diagnóstico em Moçambique. Além disso, os hemofílicos enfrentam muitas dificuldades na aquisição dos medicamentos no mercado nacional, obtencao de informação, atendimento nas unidades sanitárias, estigma, desigualdade em oportunidades de emprego, esperança de vida baixa o que leva a perda da auto-estima, frustracao e, em casos extremos, pode leva ao suicídio. 

'Nós não ficamos de braços cruzados e temos vindo a tentar passar por cima dessas dificuldades, para levar a cabo acções como a divulgação de informações que visam a sensibilizar a sociedade sobre estas coagulopatias bem como fortalecer o sector da saúde no processo de diagnóstico dos pacientes hemofílicos dentro do nosso objectivo de acompanhar o tratamento da pessoa hemofílica 'disse. Estima-se que no mundo existam cerca de 350 mil pessoas que sofram dessa doença e em Moçambique a doença é conhecida por apenas 10 por cento da população moçambicana. O Dia Mundial da Hemofilia foi instituído em 1989 pela Federação Mundial de Hemofilia, uma organização sem fins lucrativos que actua em mais de 140 países do mundo.

 

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