Durante
apresentação de Milton Nascimento, em Brasília, na quinta-feira (7) passada, o
público puxou o tradicional coro de “Lula Livre”.
O
fato premonitório se deu um dia antes do ex-presidente Luiz Inácio Lula da
Silva ser libertado.
A
surpresa, no entanto, ficou por conta da reação do cantor.
Milton
esperou o silêncio da plateia para dizer: “Ele vai voltar”.
O
público foi ao delírio.
E
Lula foi libertado na sexta-feira (8)..,….
A
libertação de Lula mexeu não apenas com o Brasil mas, também, com grande parte
do mundo, que vê nele um líder global. As manifestações de rua, no entanto,
convocadas pelos mesmos movimentos fascistas que atuaram para derrubar a
presidenta Dilma Rousseff, foram inexpressivas, porque muita gente certamente
entendeu que a decisão do Supremo teve o único e exclusivo objetivo de restaurar
o respeito à Constituição Federal, quanto à presunção de inocência. A
libertação de presos foi apenas consequência da reparação do abuso, que se tornou rotina no Judiciário. E a
Lava-Jato, sob o comando do então juiz Sergio Moro, inaugurou a violação
da Lei Maior ao prender muita gente após a condenação em segunda instância, uma
ação inconstitucional que acabou com a presunção de inocência.
Todo
esse alvoroço, na verdade, tem um único motivo: Lula.
O
problema é o ex-presidente livre, o perigo que ele representa para os atuais
donos do poder, que estão destruindo o país, entregando as riquezas naturais e a
soberania para os estrangeiros e empobrecendo a população. O medo da força da
liderança do petista é tão grande que a Globo, duramente atacada por Bolsonaro,
inclusive com ameaça de não ter sua concessão renovada, exortou o Congresso, em
editorial, para aprovar com urgência a PEC que autoriza a prisão após
condenação em segunda instância.
Por
sua vez, Bolsonaro, que queria que Lula “apodrecesse na prisão”, ficou
tão preocupado com a sua libertação que se reuniu com os militares para uma
avaliação do panorama nacional a partir da volta do líder petista ao cenário
político. O capitão, que não tem nenhuma liderança, não esconde o seu temor com
o novo quadro que se desenha com Lula livre, que pode reorganizar a esquerda e
fazer uma oposição mais consistente, com o apoio do povo.
Na
verdade, a direita e a ultra-direita ficaram em pânico. Temem que o seu curto
reinado, iniciado com o golpe de 2016 que destituiu a presidenta Dilma Roussef,
acabe antes do término do mandato do capitão. No Congresso, que tem aprovado
tudo o que Bolsonaro manda, os aliados do governo já se mobilizam para votar a
PEC que estabelece a prisão em segunda instância, imaginando com isso levar
Lula de volta à prisão, porque se movimentam agora em função das ações do
ex-presidente.Os
radicais não se conformam com a sua liberdade, porque não sabem conviver numa
democracia, e farão tudo para eliminá-lo. Recentemente foi denunciada uma
conspiração para mata-lo, inclusive a existência de uma vaquinha na Internet para
angariar recursos destinados ao pistoleiro, o que deve levar o PT a reforçar a
sua segurança, sobretudo em suas viagens. Afinal, ninguém sabe o que realmente
está sendo tramado nos subterrâneos da política, e, portanto, todo cuidado é
pouco. Não se pode ignorar, ainda, que o governo de Trump, aliado de Bolsonaro,
não está alheio aos acontecimentos no Brasil e, por certo, já se mobiliza para
tentar anular a força de Lula, com a cumplicidade dos traíras brasileiros.
Depois de derrubarem o governo petista e elegerem o capitão, colocando as mãos
em nossas riquezas naturais, os americanos certamente não pretendem correr o
risco de ver o Brasil escapar de novo das suas garras, principalmente após o
sucesso do golpe na Bolívia. Eles não descansarão enquanto não conseguirem
dominar toda a América do Sul, o que deve levar o novo presidente da Argentina,
Alberto Fernandez, a ficar em alerta, porque obviamente a sua eleição não
agradou o Tio Sam. Eles sabem, também, que Lula pode ser o catalisador das
forças sul-americanas para enfrentar as suas investidas. E com o líder petista
livre o projeto norte-americano de domínio das Américas ficará bem mais difícil
e tende a fracassar.
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