quarta-feira, novembro 13, 2019

Reparação do abuso

Imagem relacionadaDurante apresentação de Milton Nascimento, em Brasília, na quinta-feira (7) passada, o público puxou o tradicional coro de “Lula Livre”.
O fato premonitório se deu um dia antes do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ser libertado.
A surpresa, no entanto, ficou por conta da reação do cantor.
Milton esperou o silêncio da plateia para dizer: “Ele vai voltar”.
O público foi ao delírio.

E Lula foi libertado na sexta-feira (8)..,….
Imagem relacionadaA libertação de Lula mexeu não apenas com o Brasil mas, também, com grande parte do mundo, que vê nele um líder global. As manifestações de rua, no entanto, convocadas pelos mesmos movimentos fascistas que atuaram para derrubar a presidenta Dilma Rousseff, foram inexpressivas, porque muita gente certamente entendeu que a decisão do Supremo teve o único e exclusivo objetivo de restaurar o respeito à Constituição Federal, quanto à presunção de inocência. A libertação de presos foi apenas consequência da reparação do abuso, que se tornou rotina no Judiciário. E a Lava-Jato, sob o comando do então juiz Sergio Moro,  inaugurou a violação da Lei Maior ao prender muita gente após a condenação em segunda instância, uma ação inconstitucional que acabou com a presunção de inocência.
Todo esse alvoroço, na verdade, tem um único motivo: Lula.
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O problema é o ex-presidente livre, o perigo que ele representa para os atuais donos do poder, que estão destruindo o país, entregando as riquezas naturais e a soberania para os estrangeiros e empobrecendo a população. O medo da força da liderança do petista é tão grande que a Globo, duramente atacada por Bolsonaro, inclusive com ameaça de não ter sua concessão renovada, exortou o Congresso, em editorial, para aprovar com urgência a PEC que autoriza a prisão após condenação em segunda instância. 
Por sua vez,  Bolsonaro, que queria que Lula “apodrecesse na prisão”, ficou tão preocupado com a sua libertação que se reuniu com os militares para uma avaliação do panorama nacional a partir da volta do líder petista ao cenário político. O capitão, que não tem nenhuma liderança, não esconde o seu temor com o novo quadro que se desenha com Lula livre, que pode reorganizar a esquerda e fazer uma oposição mais consistente, com o apoio do povo. 
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Na verdade, a direita e a ultra-direita ficaram em pânico. Temem que o seu curto reinado, iniciado com o golpe de 2016 que destituiu a presidenta Dilma Roussef, acabe antes do término do mandato do capitão. No Congresso, que tem aprovado tudo o que Bolsonaro manda, os aliados do governo já se mobilizam para votar a PEC que estabelece a prisão em segunda instância, imaginando com isso levar Lula de volta à prisão, porque se movimentam agora em função das ações  do ex-presidente.Os radicais não se conformam com a sua liberdade, porque não sabem conviver numa democracia, e farão tudo para eliminá-lo. Recentemente foi denunciada uma conspiração para mata-lo, inclusive a existência de uma vaquinha na Internet para angariar recursos destinados ao pistoleiro, o que deve levar o PT a reforçar a sua segurança, sobretudo em suas viagens. Afinal, ninguém sabe o que realmente está sendo tramado nos subterrâneos da política, e, portanto, todo cuidado é pouco. Não se pode ignorar, ainda, que o governo de Trump, aliado de Bolsonaro, não está alheio aos acontecimentos no Brasil e, por certo, já se mobiliza para tentar anular a força de Lula, com a cumplicidade dos traíras brasileiros. 
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Depois de derrubarem o governo petista e elegerem o capitão, colocando as mãos em nossas riquezas naturais, os americanos certamente não pretendem correr o risco de ver o Brasil escapar de novo das suas garras, principalmente após o sucesso do golpe na Bolívia. Eles não descansarão enquanto não conseguirem dominar toda a América do Sul, o que deve levar o novo presidente da Argentina, Alberto Fernandez, a ficar em alerta, porque obviamente a sua eleição não agradou o Tio Sam. Eles sabem, também, que Lula pode ser o catalisador das forças sul-americanas para enfrentar as suas investidas. E com o líder petista livre o projeto norte-americano de domínio das Américas ficará bem mais difícil e tende a fracassar. 



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