sexta-feira, novembro 01, 2019

Colarinho branco!


Resultado de imagem para FBI
Caíram dez milhões de dólares numa conta domiciliada no Banco Internacional de Moçambique (Millennium bim) em Maputo, em quatro transacções realizadas nos meses de Março a Julho de 2014, provenientes de uma empresa denominada subsidiária da Privinvest, a empresa pivot do escândalo “dívidas ocultas”. Esta informação foi revelada no dia 28 de Outubro, pelo agente do FBI, Jonathan Polonitza, no décimo dia de julgamento de Jean Boustani, o executivo da Privinvest, empresa que intermediou o negócio entre o Governo de Moçambique, bancos e empresas em Abu Dabhi.
Jonathan Polonitza apresentou centenas de cópias de mensagens trocadas entre os arguidos do caso e outros cidadãos, sendo os principais actores Jean Boustani, o neozelandês antigo diretor da Credit Suisse, Andrew Pearse e os moçambicanos Teófilo Nhangumele, António Carlos do Rosário, Armando Ndambi . Os comprovativos de transferências foram interceptados por agentes do FBI a partir de uma mensagem de correio electrónico enviada por Jean Boustani a Manuel Jorge no dia 9 de abril de 2015. De acordo com os dados apresentados no tribunal, o filho do antigo presidente moçambicano, Armando N. Guebuza, foi chave para seu pai aprovar projectos das dívidas. Os três projectos financiados pelas dívidas ocultas não foram concebidos pelo Governo de Moçambique, mas sim foram da autoria da Abu Dhabi Mar, parte do grupo Privinvest e submetidos ao então presidente da República, Armando Guebuza para aprovação.
Imagem relacionadaJean Boustani, Teófilo Nhangumele e outros intervenientes fizeram lobby para Guebuza aprovar o projecto. Foi então convocado o filho de Guebuza, para convencer o pai a avançar com o projecto. Depois, e de acordo com as provas apresentadas, o projecto foi aprovado e milhões de dólares foram distribuídos a pessoas da elite política. Um email datado de 8 de Abril de 2014 mostra parte da distribuição de valores de subornos. Estas informações foram avançadas pelo Centro de Integridade Pública de Moçambique que acompanha o julgamento de Jean Boustani em Nova Iorque, que decorre. “A ideia de corrupção não partiu do governo de Moçambique, mas sim de Teófilo Nhangumele”, que terá dito a Boustani que havia a necessidade de “massagear” os membros do governo, disse Borges Nhamirre, do CIP.

Acompanhe a entrevista:



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