Um homem grego recorreu ao Facebook para celebrar o
facto de estar vivo, depois de ter perdido, por dois minutos, o voo da
Ethiopian Airlines que se despenhou, domingo, quando iniciava a ligação entre
Adis Abeba, na Etiópia, e Nairobi, no Quénia. No domingo, um outro passageiro
revelou que um atraso lhe salvou a vida."Estava muito zangado porque
ninguém me ajudou a chegar à porta de embarque a tempo. Levaram-me para um
lounge para aguardar pelo próximo voo, mas depois fui informado por dois agentes
que o avião não iria partir". Depois de receber esta informação, Antonis
protestou com mais este contratempos, mas depressa a conversa mudou de rumo.
"Levaram-me para a esquadra da polícia do
aeroporto e o agente disse-me para não protestar, mas para rezar. Tinha sido o
único passageiro a não embarcar no voo ET 302, que caiu", explicou Antonis
Mavropoulos, presidente de uma organização sem fins lucrativos, numa publicação
com o título "O meu dia de sorte" e onde mostra o bilhete para o
fatídico voo. Ia participar numa conferência das Nações Unidas no Quénia, para
onde se dirigiam muitos dos que morreram no acidente de domingo.
Apesar de Antonis dizer que foi o único a não
embarcar, um outro homem perdeu a ligação para Nairobi, depois de o voo em que
seguia oriundo do Dubai se ter atrasado. Ahmed Khalid seguiu, pouco depois, num
voo diferente para Nairobi e foi dentro do avião que soube do que se estava a
passar. "Estavam todos a perguntar o que se estava a passar, mas ninguém
dizia nada. Andavam apenas de um lado para o outro, até que um passageiro viu
no telemóvel que o primeiro avião se despenhou seis minutos depois de levantar
voo", contou.
Segundo a lista atualizada da Ethiopian Airlines, as
157 pessoas (149 passageiros e oito tripulantes) que morreram no acidente eram
provenientes de 35 países, alguns do continente africano, mas também vários da
Europa, como Itália, França, Reino Unido, Alemanha ou Espanha.Entre as vítimas
mortais do acidente consta uma pessoa de Moçambique, Estado-membro da Comunidade
dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).
De acordo com as informações avançadas, o acidente com
o avião da Ethiopian Airlines, um Boeing 737-8 MAX, terá ocorrido às 08:44
(horas locais), cerca de seis minutos após a descolagem do aeroporto da capital
da Etiópia, altura em que o aparelho desapareceu dos radares. O avião realizava
um voo regular entre Adis Abeba e Nairobi (Quénia). O aparelho caiu numa zona
chamada Hejeri, perto da cidade de Bishoftu, a cerca de 42 quilómetros a
sudeste da capital da Etiópia e onde fica a sede da maior base da Força Aérea
etíope. As causas do acidente ainda não são conhecidas. A Ethiopian Airlines
anunciou, entretanto, que a companhia aérea, as autoridades etíopes, o
fabricante Boeing e outras partes interessadas vão colaborar numa investigação
para descobrir as causas do acidente.
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