Estamos no mês da paz, esta que é claramente
perturbada pelos políticos, vamos recordar o que Samora, o pai da nação
moçambicana, disse em entrevista concedida a Joaquim Letria em 1975 nas áreas
libertadas de Cabo Delgado. Passo a citar Samora: “Não corrigimos ideias
erradas com o cano de uma arma”.
Samora foi o líder que foi porque andava
junto do povo, por isso ao empossar novos membros do governo a 3 de Junho de
1983 na praça da independência disse “O povo quer seu dirigente junto dele” e
ao empossar novos servidores do povo em 1975 disse: “Desligados das massas
populares seremos árvores sem raízes”.Além do mais, os sonhos de Samora
eram constituídos por coisas concrectas que o povo defende, como prova disso é
importante citá-lo a dizer em entrevista com a imprensa internacional que “O
povo não defende coisas abstractas, defende coisas concretas, a terra é uma
coisa concreta, a habitação é uma coisa concreta, a escola é uma coisa
concreta, o hospital é uma coisa concreta”.
Samora não se limitava em criar
esperança no povo, mas procurava corresponder a esta mesma esperança, por isso
na carta que enviou ao chefe político-militar de Manica e Sofala em 1974
escreveu: “Saibamos corresponder à esperança que o povo deposita em nós”.
Samora Machel estava ciente de que o
silêncio das armas não completava a paz e sabia que a defesa dos interesses do
povo e a afirmação dos seus direitos são elementos essenciais, por isso disse
na Assembleia Geral das Nações Unidas de 1977 que: “Na afirmação dos direitos
dos povos encontra-se o caminho da paz”.
Sabendo que o povo é o dono do poder,
Samora Machel definiu a forma mais viável de estabelecer o poder popular, a
educação, por isso disse: “Fazer da escola uma base para o povo tomar poder”.
Sabia Samora que o país devia apostar na educação, pelo que disse: “Não pode
haver país forte com o analfabetismo”. Além de que olhava para educação como
instrumento de renovação do homem, o que lhe fez dizer que: “A escola é a vossa
entrada para o mundo novo” e que “De vocês e da educação surgirá o homem novo”.
a) educação
– Estudemos e façamos dos nossos
conhecimentos um instrumento de libertação do povo: Samora Machel em 1977*
– Fazer da escola uma base para o
povo tomar poder: Samora Machel em 1974 *
b) saúde
– No trabalho sanitário
materializemos o princípio que a revolução liberta o povo: Samora Machel em
1973*
– Transformar o Hospital Central num
hospital do povo: Samora Machel em 1976 *
c) segurança
– O inimigo é o que quer viver à
custa do sangue do povo: Samora Machel em 1977*
– Povo vê nas Forças Populares o seu
próprio braço armado: Samora Machel em 1975*
– O povo decidirá sobre destino dos
bandidos: Samora Machel em 1983*
d) democracia
– Aprendamos a servir o povo: Samra
Machel na abertura do curso político em 1974*
– Queremos fazer do povo dirigente
real: Samora Machel em 1975*
– A solução para cada problema deve
ser encontrada no meio do povo: Samora Machel em 1977*
– Saudamos a grandeza da humildade de
quem aprendeu com o povo: Samora
– É o povo quem define a soberania e
a independência de um estado: Samora
– A terra pertence ao povo: Samora
Machel em 1975*
e) mulher
– A mulher é o ponto mais alto da
destinação de um povo: Samora Machel em 1979*
f) desenvolvimento
– O nosso país será o que for a
determinação do nosso povo: Samora Machel em 1978*
– Organizemos os nossos recursos para
resolver os problemas do povo: Samora Machel em 1979*
– O povo não defende coisas
abstratas, defende coisas concretas, a terra é uma coisa concreta, a habitação
é uma coisa concreta, a escola é uma coisa concreta, o hospital é uma coisa
concreta: Samora Machel*
g) unidade
– Contra a determinação de um povo
não há arma que se imponha: Samora Machel em 1976*
h) liberdade
– Na afirmação dos direitos dos povos
encontra-se o caminho da paz: Samora Machel*
i) heroísmo
– Herói é quem dedica a vida ao
serviço do povo: Samora Machel em 1986*
– O tamanho de um povo mede-se pela
sua determinação: Samora Machel em 1976*
– Saibamos corresponder à esperança
que o povo deposita em nós: Samora Machel 1973*
Samora Machel faleceu num acidente de
aviação a 19 de Outubro de 1986 em território sul-africano, região de
Komatiport, a poucos kilometros da fronteira com Moçambique.Trinta anos passaram e “Mais do que erguer mil estátuas homenagear
Samora é perpetuar seus ideais“, talvez também sim “ é que onde se contraria ideais da pessoa
em estátua essa estátua pode ser ofensa…”
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