O Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, apela à imparcialidade dos meios de
comunicação na difusão dos seus conteúdos noticiosos, como forma de tornar a
imprensa num espelho da realidade dos acontecimentos.Nyusi, que lançou o apelo
na noite desta quarta-feira durante a gala do 35º aniversário da Televisão de
Moçambique (TVM), vincou que os órgãos de informação deveriam assumir uma
postura responsável perante a necessidade de defesa da paz, união, harmonia e bem-estar
no país.
Apesar de toda esta conjuntura à volta do fenómeno televisivo, não podemos
no entanto encorajar a TVM para um posicionamento irresponsável perante a
necessidade de manter o povo unido, em paz e em harmonia, disse o estadista moçambicano.Explicou que a defesa dos interesses supremos da
pátria muitas vezes não se compadece com o jornalismo potencialmente
sensacionalista.Por isso, disse o Presidente da República, não podemos
encorajar a televisão de todos nós a levantar muros políticos-sociais, mas sim a fazer pontes pelas quais
passarão todos os moçambicanos desfrutando do quanto é belo viver em harmonia e
longe de fantasmas divisionistas. Para
Nyusi, a TVM deverá ser um canal através do qual circulam todos os moçambicanos
a janela de vidro transparente que transmite a certeza
dos factos narrados, a porta pela qual entram as denúncias das incorreções e
pela qual saem boas práticas que contribuem para o crescimento de Moçambique.Como forma de promover a ordem e tranquilidade públicas
no país, Nyusi acredita que a TVM não pode servir facções políticas, pois só
desta forma poderá promover a imparcialidade, rigor e objectividade nos
conteúdos que difunde.Não podemos encorajar a televisão de todos nós a servir
de arma de arremesso político ou ideológico contra o povo de qualquer que seja
o partido político. Não gostaríamos que fosse a partir da TVM que o país
começasse a ser despedaçado ou esquartejado, frisou.Aliás, referiu que a TVM não é palco de
desunião, razão pela qual deve promover o diálogo, e que se deve desencorajá-la
a privilegiar atitudes de sectores irresponsáveis da sociedade que,
voluntariamente, se demitem da sua responsabilidade face ao futuro de gerações
inteiras. O mais alto magistrado da nação defende ainda que a TVM não deve ser
um canal de carácter tendencioso e apologista da violência ou qualquer tipo de
descriminação com base no ódio ou qualquer outra forma de exclusão.A TVM não
pode ser apologista da discriminação dos moçambicanos, quer seja com base nas
várias crenças partidárias, religiosas, de raça, pior ainda se for com base na
tribo ou região, porque isso fragmenta a nossa sociedade. A TVM não deve
participar na onda que promove a desacreditação internacional do nosso país.
Nós os moçambicanos podemos resolver as nossas diferenças, e a TVM deve ser o
recurso para o telespectador obter a realidade objectiva dos factos, acrescentou.Frisou que a TVM deve continuar a
acompanhar o dia-a-dia dos moçambicanos, retratando os seus anseios e exaltando
as suas conquistas. Reconheceu que muito foi feito, mas que ainda existem
muitas comunidades que, mesmo com energia, ainda não beneficiam do sinal da
TVM. Por isso, apela a direcção a levar o sinal a cada vez mais compatriotas,
particularmente para os que vivem nas zonas fronteiriças. O Presidente da
República concluiu a sua intervenção incentivando a TVM a continuar a promover
e estimular o debate organizado na sociedade, porque esta é a única forma de
participar na formação de uma opinião pública informada, séria, critica e
patriótica no país.
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