sexta-feira, fevereiro 26, 2016

TVM não pode servir facções políticas!

O Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, apela à imparcialidade dos meios de comunicação na difusão dos seus conteúdos noticiosos, como forma de tornar a imprensa num espelho da realidade dos acontecimentos.Nyusi, que lançou o apelo na noite desta quarta-feira durante a gala do 35º aniversário da Televisão de Moçambique (TVM), vincou que os órgãos de informação deveriam assumir uma postura responsável perante a necessidade de defesa da paz, união, harmonia e bem-estar no país.

Apesar de toda esta conjuntura à volta do fenómeno televisivo, não podemos no entanto encorajar a TVM para um posicionamento irresponsável perante a necessidade de manter o povo unido, em paz e em harmonia, disse o estadista moçambicano.Explicou que a defesa dos interesses supremos da pátria muitas vezes não se compadece com o jornalismo potencialmente sensacionalista.Por isso, disse o Presidente da República, não podemos encorajar a televisão de todos nós a levantar muros políticos-sociais, mas sim a fazer pontes pelas quais passarão todos os moçambicanos desfrutando do quanto é belo viver em harmonia e longe de fantasmas divisionistas. Para Nyusi, a TVM deverá ser um canal através do qual circulam todos os moçambicanos ‘’a janela de vidro transparente que transmite a certeza dos factos narrados, a porta pela qual entram as denúncias das incorreções e pela qual saem boas práticas que contribuem para o crescimento de Moçambique’’.Como forma de promover a ordem e tranquilidade públicas no país, Nyusi acredita que a TVM não pode servir facções políticas, pois só desta forma poderá promover a imparcialidade, rigor e objectividade nos conteúdos que difunde.Não podemos encorajar a televisão de todos nós a servir de arma de arremesso político ou ideológico contra o povo de qualquer que seja o partido político. Não gostaríamos que fosse a partir da TVM que o país começasse a ser despedaçado ou esquartejado, frisou.Aliás, referiu que a TVM não é palco de desunião, razão pela qual deve promover o diálogo, e que se deve desencorajá-la a privilegiar atitudes de sectores irresponsáveis da sociedade que, voluntariamente, se demitem da sua responsabilidade face ao futuro de gerações inteiras. O mais alto magistrado da nação defende ainda que a TVM não deve ser um canal de carácter tendencioso e apologista da violência ou qualquer tipo de descriminação com base no ódio ou qualquer outra forma de exclusão.A TVM não pode ser apologista da discriminação dos moçambicanos, quer seja com base nas várias crenças partidárias, religiosas, de raça, pior ainda se for com base na tribo ou região, porque isso fragmenta a nossa sociedade. A TVM não deve participar na onda que promove a desacreditação internacional do nosso país. Nós os moçambicanos podemos resolver as nossas diferenças, e a TVM deve ser o recurso para o telespectador obter a realidade objectiva dos factos’’, acrescentou.Frisou que a TVM deve continuar a acompanhar o dia-a-dia dos moçambicanos, retratando os seus anseios e exaltando as suas conquistas. Reconheceu que muito foi feito, mas que ainda existem muitas comunidades que, mesmo com energia, ainda não beneficiam do sinal da TVM. Por isso, apela a direcção a levar o sinal a cada vez mais compatriotas, particularmente para os que vivem nas zonas fronteiriças. O Presidente da República concluiu a sua intervenção incentivando a TVM a continuar a promover e estimular o debate organizado na sociedade, porque esta é a única forma de participar na formação de uma opinião pública informada, séria, critica e patriótica no país.

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