As culturas alimentares
básicas ocupam cerca de 4,4 milhões de hectares de terra em Moçambique, cifra
que corresponde a cerca de 79 da área total cultivada no país, revela o Censo
Agro-pecuário (CAP) divulgado hoje, em Maputo, pelo Instituto Nacional de Estatística
(INE).O CAP mostra que a agricultura moçambicana continua meramente de
subsistência e pouco orientada ao mercado. As culturas de rendimento apenas
ocupam 321 mil hectares, ou seja cerca de seis por cento da área total
cultivada no país. Uma análise desagregada por região mostra que
os cereais constituem o grupo de culturas mais praticadas pelas explorações
agro-pecuárias em Moçambique, mas a sua importância é mais saliente na zona
centro, enquanto as raízes e tubérculos são mais importantes no norte do país. As culturas básicas ocupam a maior área
cultivada no país com cerca de 57 por cento da área total cultivada.
Dentro destas, os cereais têm maior destaque com cerca de 54 por cento da área
cultivada com culturas alimentares básicas, seguindo-se as leguminosas com 25
por cento da área e por último as oleaginosas com 11 por cento. No grupo dos cereais o milho é a cultura básica mais importante, ocupando uma
área de cerca de 69 por cento da área cultivada com cereais. A mapira é a segunda cultura mais importante do grupo e em último
a mexoeira com apenas dois por cento da área cultivada com cereais. No grupo das
leguminosas, o feijão nhemba é a cultura mais importante e ocupa 45 por cento
da área cultivada com leguminosas e o feijão jugo apenas nove por cento da área
cultivada com leguminosas.
Nas oleaginosas o amendoim é a única cultura básica e ocupa 11 por cento da
área cultivada com culturas alimentares básicas e cerca de sete por cento da
área total cultivada no país. Comparando-se os dois censos concluiu-se que
não houve alterações significativas no que concerne a importância dos grandes
grupos das culturas alimentares básicas, continuando os cereais os mais
importantes e dentro destes o milho com maior área cultivada. Regista-se um aumento nas áreas cultivadas
para diferentes culturas, mas em termos de área média por exploração não houve
grandes alterações, destacando-se a cultura do arroz que passou de 0,3 hectares
por exploração para 0,5 hectares. O milho,
embora tenha aumentado a sua área, a média por exploração diminuiu de 0,6 para
0,5 hectares.
“Quanto ao uso
de práticas agrícolas que permitam o aumento da produtividade, continuamos num
nível muito baixo. O uso da rega anda nos cinco
por cento o que significa que o cultivo das culturas alimentares básicas ainda
está hipotecado a quantidade e distribuição de chuva que cai numa determinada
campanha agrícola. O uso de pesticidas não é excepção, rondando nos dois por
cento e, por último, quatro por cento para o uso de fertilizantes”, refere o
CAP. Com o CAP
pretende-se fornecer informação sobre culturas alimentares básicas em
Moçambique, bem como mostrar as mudanças estruturais ocorridas nos últimos 10
anos relativamente a área de produção, número de explorações e o uso de práticas
agrícolas. Esta informação serve para orientar o
governo, sector privado, organizações-não-governamentais e os demais agentes de
desenvolvimento na elaboração de políticas e planos que concorram para a
segurança alimentar e nutricional.
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