"Os
responsáveis políticos, em qualquer posição, mas especialmente os de topo,
devem respeitar o código de conduta para uma governação transparente",
frisou Hu Jintao, que será substituído no final deste Congresso, após uma
década na Presidência. "Eles [os responsáveis políticos] devem exercer uma
auto-disciplina rígida e fortalecer a educação e a supervisão sobre as famílias
e os seus gabinetes e nunca deverão procurar privilégios", prosseguiu o
ainda líder chinês, segundo a mesma agência oficial chinesa. O congresso do
PCC, ou "grande reunião" como lhe chamam na China, realiza-se de
cinco em cinco anos, em Pequim. De dez em dez anos, como sucede agora em 2012,
é escolhida a liderança política, nomeado o Politburo do Comité Central e a
respectiva Comissão Permanente. Hu Jintao terá como sucessor o actual
vice-presidente, Xi Jinping, que se tornará o novo secretário-geral do PCC e
Presidente da China no final deste congresso que durará uma semana.
Nos últimos
meses, o escândalo de corrupção que envolvia um alto quadro como Bo Xilai e a
família deste (expulso do Comité Central) estiveram no centro das atenções
mediáticas. E duas semanas antes do congresso, uma reportagem sobre a riqueza
amealhada por figuras de proa do regime, como o primeiro-ministro, Wen Jiabao,
causou largo incómodo na China, que bloqueou mesmo o acesso via Internet ao
jornal The New York Times e às pesquisas nos motores de busca sobre este tema
na restante imprensa mundial.
Hu Jintao
nunca falou de nenhum caso concreto – nem no nome de Bo Xilai, que chegou a ser
visto como um possível substituto do Presidente –, mas não deixou de defender a
importância de uma gestão limpa. "Todos aqueles que violarem a disciplina
do partido e as leis do estado, sejam quem forem, seja qual for a posição ou o
poder, devem ser levados à justiça sem perdão", insistiu Jintao,
defendendo que o PCC deve "assegurar a igualdade de tratamento" para
todos face à disciplina. "Não pode haver excepções", conclui, num
discurso optimista em que prometeu riqueza ao povo chinês.
No
longo discurso, Hu Jintao prometeu continuar os "esforços activos e
prudentes" para reformar a estrutura política e tornar mais extensiva a
democracia popular”, mas assegurou que Pequim “nunca irá copiar o sistema
político ocidental”. Sobre a economia, o líder cessante disse que o caminho é o
"socialismo chinês". "A questão do caminho que tomamos é vital
para o partido e para o futuro da China, para o destino da nação e o bem estar
do povo", sublinhou, exaltando a escolha feita nas últimas décadas como o
caminho correcto, de acordo com a agência Xinhua. Para lidar com as
circunstâncias difíceis "tanto no plano interno como no plano
externo", com "o fosso entre pobres e ricos a alargar", foi
possível à China construir uma "sociedade moderadamente próspera",
disse Hu Jintao, de acordo com o jornal The New York Times.
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