O director-geral do Secretariado Técnico de Administração Eleitoral (STAE), Felisberto Naife, depois de vários dias a protelar e a permitir uma prática que suscitou os mais veementes protestos em Inhambane-céu – sobretudo dos jovens – classificou de “excesso de zelo” o conjunto de ilegalidades que vinham sendo praticadas pelo STAE provincial de Inhambane no acto de recenseamento eleitoral com vista às eleições intercalares de 18 de Abril próximo, em que concorrerão apenas dois candidatos: um do partido Frelimo e outro da oposição, mais concretamente do MDM movimento liderado pelo edil da Beira, engenheiro Daviz Simango. O STAE provincial, violando flagrantemente a Lei Eleitoral, esteve, durante vários dias – cerca de metade do tempo do período de actualização do recenseamento em Inhambane, a exigir cartões de estudantes aos jovens que pretendiam recensear-se. O STAE começou por alegar que adoptara tal prática porque suspeitava que algumas pessoas que estavam a querer recensear-se vinham de outros distritos para votarem nas “intercalares” de Inhambane em que se votará para eleição do novo edil da capital desta província devido ao falecimento em Dezembro de Lourenço Macul, do partido Frelimo. Os brigadistas nos postos de recenseamento estavam a perguntar ao jovens, mas não só, se conheciam o nome do secretário do bairro em que residiam, como forma de se certificarem se o cidadão éresidente na área do Município de Inhambane.Todos os secretários dos bairros são do Partido Frelimo. Caso o cidadão que se pretendia recensear não conhecesse o nome do tal secretário, era-lhe vedado o direito de se recensear. Aos que aparentavam ser estudantes os brigadistas do STAE estavam também a exigir o restectivo cartão de estudante. O STAE também estava a exigir aos jovens atestados de residência, documentos que são emitidos pelos secretários dos bairros, todos eles do partido Frelimo. A Lei Eleitoral é bem explicita quanto a exigências para efeito de recenseamento e nada do que o STAE estava a exigir consta como exigência legal. As exigências que o STAE estava a fazer criaram um amplo movimento de protesto na cidade de Inhambane onde o Partido Frelimo receia que oeleitorado – sobretudo os jovens – venha a frustrar as suas intenções de se manter na direcção do Município. O director-geral do STAE, depois dos protestos acabou por aparecer a alegar que não tinha “conhecimento” de que se estava a exigir o nome do secretário da Frelimo disse que o STAE provincial encontrou jovens a quererem recensear--se que apenas diziam que eram estudantes e nem sequer sabiam dizer em que escola estudavam. Não apontou um único caso concreto. “Houve situações em que os jovens diziam que eram estudantes e não conseguiam dizer aonde estudavam e isso criou suspeita e obrigou o STAE provincial a tomar cautelas”, disse o director-geral do STAE depois dos protestos se acentuarem. Felisberto Naife garantiu, no entanto, que as tais exigências ilegais já não estão em vigor desde a semana passada. “O assunto já está resolvido. O STAE central já articulou com o STAE provincial e nos apercebemos do que se estava a passar, mas o assunto já está resolvido e o processo decorre normalmente”. O director-geral do STAE garantiu que tudo está a fazer para evitar mais ilegalidades e irregularidades que possam vir a manchar o processo, mas o processo já foi claramente manchado pelo que foi considerado um acto induzido pelo partido Frelimo que está no poder em Moçambique e receia ser derrotado pelo MDM em Inhambane, tal como aconteceu em Quelimane em Dezembro último e a cidade da Beira.(M.Guente)
- Dos eleitores recenseados na cidade de Inhambane , 70% são originários de outros pontos do país.
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