segunda-feira, agosto 23, 2021

Prazo de 72 horas

O Ministério Público acusou o advogado de António Carlos do Rosário, Alexandre Chivale, de ocupar um apartamento arrestado e gerir uma empresa que o arguido e o seu constituinte usam para lavar dinheiro. O juiz nada disse sobre a empresa, mas ordenou a Chivale para abandonar o apartamento de forma voluntária num prazo de 72 horas. Ainda nas questões prévias, um escândalo. Afinal, Alexandre Chivale não é só advogado de António Carlos do Rosário, no caso das Dívidas Ocultas, como também é gestor da empresa “Txopela”, alegadamente usada pelo seu constituinte para fazer lavagem de dinheiro.

“O ilustre advogado Alexandre Chivale é administrador da Txopela Investment, SA, empresa usada por aquele arguido para branquear capitais nos presentes autos, o mesmo é o mandatário judicial do arguido António Carlos do Rosário.  Na qualidade de administrador da Txopela, Alexandre Chivale ocupa uma das residências apreendidas no âmbito desses autos, quiçá de consciência tranquila, mesmo sabendo que a mesma foi adquirida através de fundos de proveniência criminosa. E, por um lado, na qualidade de administrador da Txopela Investment, SA, entidade confiada para guardar o imóvel em causa, Alexandre Chivale está obrigado a gerir o imóvel no interesse da entidade que lhe confiou. Por outro lado, ele, na qualidade de mandatário do arguido António Carlos do Rosário, tem que defender os interesses deste porquanto também é interessado no imóvel. Esta dupla qualidade gera um conflito de interesses que importa desde já ser resolvido”, disse a magistrada do Ministério Público, Ana Sheila Marrengula.

Por sua vez, Chivale justificou-se dizendo, “se eles escolheram a mim para ser administrador da empresa, eles podem explicar se forem perguntados, até é uma das questões que tínhamos colocado na altura. E, como administrador da Txopela, aproveito dizer que, até ontem, estava a tratar desses assuntos e outros ligados a esta empresa e outras que me foram obviamente confiadas. Um dos benefícios que foi dado a um dos apartamentos. E é preciso dizer aqui que estes apartamentos são pertença da “Txopela”, o Ministério Público acha que são do António Carlos do Rosário. Esta é a opinião do Ministério Público”. Para além do imóvel em que reside Alexandre Chivale, o Ministério Público fala ainda de um apartamento vendido pela empresa gerida por Chivale depois de ter sido arrestado pelo Tribunal.

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