Pelo menos 3.500 deslocados dos ataques terroristas na província nortenha moçambicana de Cabo Delgado registados pelo Instituto Nacional de Gestão e Redução de Riscos de Desastres, INGD, em Nampula, norte de Moçambique, abandonaram os locais onde estavam alojados e presume-se que tenham regressado as suas zonas de origem. Trata-se de 3.447 pessoas que estavam acomodadas em casas de familiares na vila de Namialo, distrito de Meconta, 30 na Ilha de Moçambique e 14 em Mogincual. Esta informação foi prestada pelo delegado do INGD, em Nampula, Alberto Armando, na segunda sessão do Centro Operativo de Emergência, (COE), na passada quarta-feira.
“Estes deslocados já não se encontram nos locais mapeados pelo INGD. Registamos uma movimentação e presume-se que tenham regressado à província de Cabo Delgado e esta situação pode estar a acontecer noutros pontos. Temos uma equipa que está a averiguar para termos uma confirmação do que está a acontecer”, afirmou. Sobre o mesmo assunto o Secretário de Estado para Nampula, Mety Gondola, manifestou a esperança de que possa confirmar-se o regresso dessas pessoas deslocadas às suas zonas de origem. “Há sinal de alguns estarem a deslocar-se para os seus locais de proveniência. É verdade que estamos com a esperança que seja um retorno em razão da tranquilidade que se vive nessas zonas, mas queremos ter a certeza que não seja por uma outra razão. Contudo, em Nacala-Porto sentimos que os números, em pouco tempo, tiveram uma perturbação, a equipa no terreno está a fazer o levantamento e nos próximos dias teremos informação mais detalhada”, adiantou.
O governante notou que existe actualmente uma variação no ritmo de chegada de deslocados a Nampula. “A variação não foi particularmente alta. Desde a última sessão do COE, a 7 de Fevereiro, tínhamos um total de 64.055 deslocados e hoje estamos nos 64.919. Para aquilo que era o ritmo anterior, podemos dizer que temos uma tendência de redução da intensidade da entrada de deslocados”, salientou. Relativamente aos números, o delegado do INGD confirmou que os 64.919 deslocados de Cabo Delgado estão espalhados por 20 dos 23 distritos da província de Nampula.
“Houve uma evolução de números nos distritos de Angoche, Monapo e Rapale, o que não reflecte necessariamente novas chegadas, mas actualização nos nossos registos. Quanto a acomodação, a maior parte está em casa de famílias acolhedoras enquanto 2.436 estão no bairro de reassentamento de Corrane, distrito de Meconta”, relatou. Alberto Armando salientou que as equipas de assistência humanitária, com várias valências, estão a trabalhar porque muitos dos deslocados estão enquadrados como vulneráveis. Dados do INGD dão conta que os 64.919 deslocados correspondem a 14.701 famílias, sendo 53 por cento mulheres adultas, 47 homens e, deste total 54 por cento são crianças menores de 18 anos. Meconta acolhe 20.229 deslocados, seguido das cidades de Nampula e Nacala-Porto com 19.478 e 6.888, respectivamente, e ainda o distrito de Memba que regista 4.060.
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