segunda-feira, março 28, 2016

Já viu a guerra que eles têm?

“Exército de Moçambique é exército de parada, de marcha. Não consegue acabar com o Sr. Dhlakama.” – General José de Matos, antigo chefe do Estado-Maior General das FAPLA
 “O Quénia é o exemplo dos africanos. É o 1º país da África negra com milhões de habitantes, o maior exército, tinha pilotos negros. E depois a Nigéria, com marinheiros de farda branca... E agora? Não aguentam com uma guerrilha no deserto. Não conseguem acabar com uma guerrilha no deserto. O exército todo que eles criaram... É como o exército zambiano! São exércitos de parada, de marcha. É como o exército de Moçambique que foi treinado por tanzanianos e por zambianos. Não consegue acabar com o Sr. Dhlakama.
Moçambique é estreito. Você faz um cerco como faziam os índios, cercavam aquilo para pegar o fogo... Não conseguem acabar com o Dhlakama em Moçambique. Você olha aquele exército que não tem nem sequer um albino. Nenhum mulato e nenhum branco. É igual ao exército da Zâmbia. Não tem. Só pretos. Agora é preto contra preto. Preto cristão, preto animista, preto muçulmano...
Já viu a guerra que eles têm? É igual ao problema da Guiné. Na Guiné também não têm mulatos nem nada. Então qual é a guerra do povo que eles vão fazer? É essa guerra.
O Agostinho Neto quando mandou lá um grupo a pedido do Presidente de Moçambique, na reunião, o Dangereux disse: “Camarada Presidente, assim da cor do Matos, não vi lá nenhum”. Então o Agostinho Neto disse “Então não vai lá ninguém”.
Qual é a guerra do povo que querem fazer contra Dhlakama? Você manda lá uma Companhia aqui dos comandos e acaba isso em 15 dias. Esse Dhlakama e tudo, vai tudo à vida.
A Companhia de Comandos que foi ali no Zaire, aqui tal general, não foram todos varridos aí? É nossa companhia. Mas esses de marcha de parada aqui do Zimbabwe e do Namibe, estavam para ser apanhados vivos. Olha, um dia estava a falar com um guerrilheiro e esse disse: “Oh chefe, eu estava lá e quando começou o avião a sair as garrafas de água, e eu disse – isso é para quê - É para a gente beber; - mas você não tem o rio aqui? Você bebe só na garrafa? Vai levar isso na guerra?” O nosso sargento a admirar. “Essa tropa vai beber de garrafa?”. Está a ver! Nós estávamos a beber mesmo a água do rio Zaire. É por isso que aquela guerra não acaba.”

Excertos da entrevista do Gen. José Maria Teixeira de Matos “Siliveli” à LAC (Luanda Antena Comercial), 15 de Março de 2016.Saiba mais AQUI.

1 comments:

Anónimo disse...

O texto está ilustrado com a figura do Gen Jão de Matos e o entrevistado pela LAC é o Gen, José Teixeira de Matos