Membros dos secretariados dos comités locais do Sindicato Nacional de Jornalistas (SNJ) sediados na cidade da Beira afirmaram de forma unânime que o secretário-geral da agremiação, Eduardo Constantino, impôs uma mão ditatorial ao dissolver unilateralmente em Sofala, o secretariado provincial eleito em 2006, composto por Maria Celeste Mac-Arthur e Amad Sadique (Diário de Moçambique) e António Janeiro (Notícias). Consideram que a referida decisão, sem prévia consulta aos membros dos secretariados dos comités locais do SNJ desta parcela do país, mostra claramente uma mão ditatorial em “casa alheia”.António Chimundo, membro do comité local da sede do “Diário de Moçambique”, foi um dos entrevistados, tendo iniciado a sua intervenção lamentando a atitude do secretário-geral do SNJ. Afirmou que o visado agiu de má-fé, pois um órgão eleito em princípio só é dissolvido em assembleia que o elegeu por meio de votação dos respectivos associados. A fonte do “DM” afirmou que na eventualidade de existirem irregularidades, a pessoa seria convocada a uma assembleia extraordinária para analisar tais problemas para, em seguida, proceder-se à devida deliberação.“Não foi feita nenhuma consulta. Os comités locais do SNJ não foram convocados para em assembleia subscreverem tal decisão. Portanto, o secretário-geral saiu de Maputo e veio ditar suas regras na Beira, daí que digo que ele é ditador” – referiu António Chimundo, acrescentando que Eduardo Constantino nem sequer se fez presente na eleição do referido secretariado provincial.O interlocutor afirmou ainda que a pessoa do secretário-geral do SNJ está igualmente repleta de irregularidades, pois em nenhuma ocasião apresentou o relatório e contas mesmo recebendo dinheiro do Governo.António Chimundo frisou que a guerra instalada em Sofala visa, entre outros objectivos, “arrancar” a gestão do restaurante e das bombas de abastecimento de combustível para entregar a um “yes man” do secretário-geral na cidade da Beira. “Nós já conhecemos quem é essa pessoa”, disse Chimundo.Horácio João, do comité local do SNJ, jornal Notícias, delegação da Beira, afirmou, por seu turno, que o problema do fundo em relação à demissão do secretariado provincial de Sofala, tem a ver com a interferência, na medida em que todos pretendem tirar dividendos das instalações da agremiação nesta parcela do país.“Não conheço a realidade de outros sindicatos do país, mas me parece que não têm património, razão pela qual não há barulho similar ao vivido na Beira. Acontece que exceptuando Sofala, outras províncias do país já realizaram as suas conferências” – disse Horácio João, para quem a pessoa do secretário-geral está na mesma situação de irregularidades, pois há vários meses que não realiza a conferência nacional.“As coisas estão tão desorganizadas de tal forma que originam o não pagamento de quotas por parte de muitos jornalistas, pois estes não vêem o benefício de suas contribuições” – afirmou Horácio João, para quem a culpa é do secretário-geral e do secretariado provincial de Sofala, na medida em que o primeiro organismo “atropelou” os estatutos ao dissolver um órgão, que pecou por ter adiado sucessivamente a conferência sem uma justificação plausível.Horácio João aproveitou a ocasião para falar de outros assuntos, afirmando que um dos problemas graves que desmoraliza a camada jornalística em Sofala prende-se com a invasão dos editores e outros responsáveis da comunicação social, no SNJ, situação que dificulta a liberdade de expressão dos membros dos comités locais da agremiação.“Quem irá resolver os nossos litígios, uma vez que os nossos chefes são ao mesmo tempo juízes e árbitros” – questionou Horácio João.Enquanto isso, Constantino André, do comité local do SNJ da Rádio Pax, lamentou a atitude do secretário-geral do organismo, na medida em que aquele não tem competência para destituir qualquer secretariado provincial no país.“Era necessário que os comités locais do SNJ em Sofala fossem convocados para debater os problemas do secretariado provincial de Sofala e encontrar uma saída, mas o que aconteceu foi uma tomada de decisão unilateral, ou seja, o secretário-geral veio lavar roupa em casa do outro, isso não se faz” – afirmou o nosso interlocutor.
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