Os 250 trabalhadores da ECMEP-Centro, delegação de Sofala, incluindo os reformados, ameaçam paralisar a circulação nas estradas nacionais 1 e 2 ( EN1 e EN6), caso não seja resolvido com urgência o problema de 13 meses de salários em atraso. Numa carta dirigida no passado mês de Setembro ao Primiro-Ministro, eles manifestam o seu descontentamento junto ao Governo pela morosidade na tomada de decisões em relação aos seus problemas. Referem que fizeram já muitas cartas no sentido de saber sobre o futuro da empresa, sem que tenham surtido o efeito desejado. “Queremos saber o futuro da empresa e da nossa vida em particular porque recentemente o IGEPE (Instituto de Gestão das Participações do Estado) enviou cartas para algumas instituições, nomeadamente BIM, Autoridade Tributária e INSS sem referenciar a situação dos trabalhadores. Cabe ao Governo encontrar soluções definitivas, porque neste momento, a empresa por si só, já não possui capacidade em continuar a trabalhar visto que não tem equipamento nem acesso ao crédito bancário”, pode ler-se na missiva em citação. No seguimento das suas lamentações os trabalhadores dizem que enquanto o Governo retarda a tomada de decisão, as dívidas estão se multiplicando, o que contribui negativamente para o agravamento da sua pobreza, pondo em causa a sua vida e seus familiares. “Estamos a falar dos filhos dos trabalhadores, que já não estudam, de divórcios constantes, desalojamentos e outras situações bem desagradáveis”.A carta dirigida ao Primeiro-Ministro termina dizendo que enquanto o IGEPE faz o estudo de viabilidade sobre o futuro da empresa, os trabalhadores exigem ao Governo o pagamento de 13 meses de salários em atraso, que é do conhecimento do IGEPE, no prazo de 15 dias, findo o qual serão forçados a recorrer ao bloqueio das estradas EN1 e EN6.Entretanto, o secretário do comité sindical da ECMEP-Centro, delegação de Sofala, entrevistado , confirmou a existência da greve iniciada na passada sexta-feira. Reiterou os 13 meses de salários em atraso, explicando que as receitas das poucas obras que a empresa tem conseguido não são suficientes para resolver os problemas da empresa. “Para agravar a situação, recentemente fomos arrancados uma obra no distrito de Marromeu por falta de fundos para compra de combustível para funcionamento das máquinas e viaturas”, lamentou.Quanto ao movimento reivindicativo, a fonte informou terem sido seguidos todos os passos legais exigidos para aviso prévio à entidade patronal, “depois de falhadas as tentativas de diálogo com a direcção que nos disse que a solução do problema está com sede da empresa na cidade de Chimoio. Esta por sua vez atira com a bola para o IGEPE, entidade tida como responsável de decidir sobre o futuro da mesma, uma vez que a ECMEP é 100 por cento do Estado”.Os trabalhadores acusam a direcção da empresa de venda de equipamento com conhecimento do Governo, tendo dado o exemplo da venda recente de uma moto-niveladora sem que se saiba o destino dado ao valor resultante do negócio, que não beneficiou os trabalhadores.Importa referir que a ECMEP-Centro, SARL (Empresa de Construção e Manuntenção de Estradas e Pontes-Centro), foi criada pelo Decreto nº 13/99, de 27 de Abril, com um capital social inicia fixado em 36.168.000.000,00 meticais (trinta e seis biliões, cento e sessenta e oito milhões de meticais) da antiga família, tendo sido subscrito pelo Estado e por gestores, técnicos e trabalhadores elegíveis para o efeito nos termos e limites legais, na proporção de 80 por cento e 20 por cento, respectivamente, encontrando-se integralmente realizada a participação do Estado.
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