sexta-feira, maio 07, 2021

Mané procura 7 milhões

Manuel de Araújo é acusado de ter difamado dois mem-bros do Movimento Democrático de Moçambique (MDM) numa cerimónia pública, quando tomava posse como presidente do Conselho Autárquico de Quelimane, pela Resistência Nacional moçambicana (Renamo), em Fevereiro de 2019. O edil terá sugerido que eles estariam por detrás de um plano para o assassinar.

Esta   terça-feira,   (04.05),o  tribunal  decidiu  não  responsabilizar criminalmente o edil de Quelimane à luz de uma lei de 2020 que amnistiou todos os crimes puníveis com pena de prisão  até  um  ano,  no  âmbito  da   pandemia   do   coronavírus.   Apesar deste perdão, o edil terá de   pagar   uma   indemnização   por  danos  morais.  Os  queixosos  exigem  7  milhões  de  meticais  (cerca  de  100  mil  euros).José   Lobo,   um   dos   dois   membros  do  MDM  que  acusa  Manuel de Araújo de difamação, diz  que  esse  montante  teria  um  efeito  “disciplinador”  no  edil.“O juiz aconselhou que houvesse  uma  negociação  entre  as  partes  por  causa  dos  valores,  criou  lesões  morais  e  psicológicas  a  mim,  à  minha  família  e  à  família  de  [Domingos  de Albuquerque].     Essas     lesões     estão    patentes    em    qualquer    momento   que   nós   andamos   na  cidade,  até  os  taxistas  de  bicicleta   me   perguntam:   ‘vocês  queriam  matar  Manuel  de  Araújo?’  O  que  queremos  é  ter  uma sentença nas mãos para, se acontecer  qualquer  coisa,  podermos  fundamentar”,  explica.

A  sessão  desta  terça-feira     tinha   sido   adiada   várias   vezes  por  falta  de  comparência  de  Manuel  de  Araújo.  À  saída  do  tribunal,  o  edil  recusou-se  a  comentar  o  caso . “O   processo   ainda   está   em  curso,  e,  estando  em  curso,      os   advogados   é   que   podem  falar  sobre  o  mesmo.  Agradeço   a   vossa   paciência   e   o   vosso   interesse”,   disse.O advogado dos queixosos, João Portela, também não quis prestar  mais  esclarecimentos.“O    processo    ainda    não    terminou,    está    a    ser    julgado,    não    posso    adiantar    nada”,  limitou-se  a  justificar.O   encerramento   do   caso   está    marcado    para    14    de    Maio.    Nos    próximos    dias,    ambas  as  partes  deverão  negociar   o   valor   da   indemnização  e  apresentar  ao  tribunal    o    consenso    alcançado.Um   membro   da   FRELIMO  também  acusou  Manuel  de  Araújo  de  difamação,  mas  entretanto     decidiu     distanciar-se   do   processo. (DW)


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