O chefe de Estado moçambicano apontou hoje a eliminação do terrorismo em Cabo Delgado como a principal missão do novo chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas, Joaquim Rivas Mangrasse.
"É missão das Forças Armadas eliminar todo o tipo de ameaça à nossa soberania, incluindo o terrorismo e seus mentores, que não devem ter sossego e devem se arrepender de ter ousado atacar Moçambique", declarou Filipe Nyusi na tomada de posse, em Maputo. Joaquim Rivas Mangrasse, que era chefe da Casa Militar da Presidência da República desde 2015, foi indicado para o cargo em substituição de Eugénio Mussa, que morreu vítima de doença em fevereiro, três semanas após a sua nomeação para a função. Na altura, diversos analistas convergiram na ideia de que as "mexidas" iam no sentido de reforçar a resposta das Forças Armadas e de Defesa de Moçambique (FADM).
Para Filipe Nyusi, além de travar os grupos armados que há três anos protagonizam ataques em Cabo Delgado, Mangrasse tem o desafio de fazer face às incursões da autoproclamada Junta Militar da RENAMO, um grupo dissidente do principal partido da oposição que exige a renegociação do acordo de paz e é acusado de protagonizar ataques armados que mataram mais de 30 pessoas no centro de Moçambique. "Não vamos tolerar o grupo de Mariano Nhongo [líder da autoproclamada Junta Militar], ele tem de sair porque nós não vamos permitir que ele continue a perturbar o normal curso do país", declarou o chefe de Estado moçambicano. Além da indicação do novo chefe do Estado-Maior General, Filipe Nyusi realizou alterações na estrutura das Forças Armadas de Defesa, com destaque para as indicações de Cristóvão Artur Chume para comandante do ramo do Exército e Cândido José Tirano para comandante da Força Aérea. Cristóvão Artur Chume e Cândido José Tirano também tomaram posse hoje na cerimónia no quartel general, juntamente com outros quadros das Forças Armadas de Moçambique promovidos no âmbito das alterações.
As mudanças na estrutura orgânica das Forças Armadas ocorrem num momento em que as autoridades moçambicanas se desdobram em operações e os ataques de grupos armados têm diminuído. A violência armada em Cabo Delgado está a provocar uma crise humanitária com mais de duas mil mortes e 670 mil pessoas deslocadas, sem habitação, nem alimentos.
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