A vitória
esmagadora de Feizal Sidat nas eleições da FMF veio provar, uma vez mais, que a
vitória organiza-se e não houve outro candidato entre os três que foram às
urnas que melhor se preparou se não Feizal Sidat. Depois de ver gorada a
possibilidade do “terceiro mandato” consecutivo, Sidat arregaçou as mangas e
lançou-se ao terreno com uma estratégia clara: ter o controlo das associações provinciais.
Fixou-se
no mapa e identificou as associações que iriam eleger novos presidentes antes
das eleições da FMF. E lá encontrou Tete, Zambézia, Sofala, Nampula e cidade de
Maputo. Com apoio da sua inseparável confidente e agora delegada da região
Centro (Mariza do Rosário), montou o novo elenco da província da Zambézia. Foi
a Nampula e identificou António Moisés, que o transformou rapidamente em seu
fiel seguidor. Apoiou a sua eleição e depois da confirmação cedeu-lhe
instalações do hotel Lurio para o funcionamento da associação provincial de
futebol sem quaisquer custos. Aliás, Sidat passou a pagar todas despesas
administrativas da associação. Em Sofala arranjou Ismael Momade, então
desconhecido nos meandros do futebol. Foi esse desconhecido que com apoio de
Feizal Sidat humilhou Fernando Dias nas urnas. Em Tete não conseguiu o total
controlo da eleição que conduziu António Nurmamade ao poder.
Neste
conjunto de eleições, Feizal Sidat ganhou três votos para as eleições de 2019:
Zambézia, Nampula e Sofala. Manteve o controlo e a amizade, incluindo
financiamento, das associações de Gaza e Inhambane, que nunca esconderam seu
apoio mesmo com voto vencido a Teodoro Waty em 2015.
Portanto,
durante o exercício normal da FMF, Sidat tinha asseguradas cinco associações,
considerando a rebeldia característica da cidade de Maputo. Com Amílcar Jussub
na corrida eleitoral para a FMF, Alberto Simango Jr. é instigado a criar
inimizade com a cidade de Maputo, obrigando a famigerada renúncia. Sempre em sintonia
com os clubes, Jussub retira-se e Sidat vê oportunidade de angariar mais um
voto zangado com Simango Jr. e tem essa confirmação na tarde da derrota de
Tonecas para as eleições da associação de Maputo, nas quais o antigo avançado teve
apoio de Simango Jr. Cidade de Maputo, Gaza, Inhambane, Sofala, Zambézia e Nampula
já garantiam vitória de Sidat muito antes da votação. Porque Zambézia por vezes
tremia, Sidat continuou a investor na província de Maputo, que, lembre-se, em
2010 até ajudou na campanha para eleição de Sidat contra os concorrentes Baptista
Bonzo e Carlos Jeque. Eram sete votos garantidos antes das eleições do dia 14
de Dezembro. Sidat foi às urnas sabendo que não teria voto de Cabo Delgado e
Manica. Mantinha esperanças de Niassa e Tete. Só uma reviravolta de 360 graus
alteraria o mapa eleitoral. E Simango Jr. sempre soube disso. Sempre soube que
as associações de Nampula, Gaza, Sofala e Inhambane em nenhuma circunstância
mudariam seu voto, tendo Feizal Sidat como concorrente, mesmo com o Estádio da
Maxixe construído.
O que
falhou então?
Falhou
a estratégia eleitoral. A estratégia eleitoral impunha o afastamento de Sidat
muito antes da convocatória das eleições. E, quanto a mim, havia argumentos
suficientes, desde que devidamente fundamentados. A título pessoal, Sidat
continuou a reunir com associações, pagar despesas e até entregar troféus de
provas oficiais da FMF!
E
Simango Jr. não fez nada porquê?!
Porque,
primeiro, deixou-se rodear por beligerantes que na primeira crítica colocada só
viam inimigos interessados em sua desgraça, quais apóstolos da desgraça!
Segundo,
porque se ocupou muito tempo em actividades externas do que internas,
distanciando-se dos eleitores. Na caça às bruxas, até gente que investiu tempo
e conhecimento para o sucesso do projecto apresentado em 2015, foi hostilizada.
Alguns foram transformados em “jornalistas de encomendas” comprados pelo clã
Sidat para maldizer da FMF. Simango Jr. deixou-se alimentar por especialistas em
“screenshot” nas redes sociais.
Alguns abutres entenderam que para alimentar
suas famílias tinham de levantar das camas bem cedo para maldizer doutros
desportistas, desde dirigentes, treinadores, adeptos, jornalistas e até
funcionários da FMF. Fizeram Simango Jr. acreditar que palavras ou ameaças do
comandante-geral da Polícia da República de Moçambique (PRM) ganham eleições na
FMF! Pelo contrário, a táctica intimidatória só afastava os eleitores. Na noite
e madrugada de sexta-feira, os presidents fintaram a segurança montada.
Até
comigo os presidents comunicaram-se para contar como estavam presos. Fizeram
Simango Jr. esquecer que não foi por terror que as associações votaram nele em
2015. Dois votos é uma avaliação medíocre para quem acreditou na reeleição. Afastaram Simango Jr. de grande parte da
família do futebol para esta vergonha eleitoral?! Foi quando abandonou o
juramento de que “quem fez mal ao futebol não vai concorrer”, que Simango Jr.
perdeu as eleições a ponto de empatar com o inexperiente Tico- -Tico!
0 comments:
Enviar um comentário