Até ao final de 2016, consta que África terá reservas comprovadas de gás
natural de 503,3 triliões de pés cúbicos (TcF), mais de 1% das reservas totais
de gás no continente. Cerca de 90%
da produção africana de gás continua a ter origem na Argélia, na Nigéria, no
Egito e na Líbia, embora a quantidade geral produzida em 2016 tenha baixado em
1,1% para os 208,3bcm. A quota africana na produção mundial de petróleo prosseguiu a tendência de
queda dos quatro últimos anos, caindo bruscamente e descendo dos 9,1% da
produção mundial no ano passado para os 8,6%.
Os desafios da indústria africana do petróleo e do gás
A corrupção permaneceu como um dos três principais desafios ao longo dos
últimos quatro anos, com a ocorrência de diversos casos em todo o continente.
Apesar da existência de programas anticorrupção ao nível governamental e
corporativo, a efetividade desses programas é questionável. No contexto de problemas
de corrupção, não surpreende que os custos de financiamento tenham subido para
terceiro lugar entre os maiores desafios para os intervenientes africanos. É provável que as questões regionais e as
incertezas relativamente a uma indústria mais ampla e limitada tenham levado os
bancos e outras instituições a recear proporcionar condições de financiamento
mais favoráveis.A falta de desenvolvimento de competências continua a ser um problema em
África, e está a tornar-se num desafio global em toda a indústria do petróleo e
do gás.
Será que os preços baixos
do petróleo vão continuar?
Para além dos desafios destacados pelas empresas, ajustar-se à nova realidade
dos preços baixos do petróleo permanece uma preocupação para as empresas. O
preço do petróleo tem estado relativamente 'estável' ao longo de 2017. Tendo
recuperado desde o ponto mais baixo em janeiro de 2016, tem sido normalmente
transacionado no intervalo entre os 50 e os 60 dólares por barril. Quando o
índice Brent do petróleo chegou perto dos 60 dólares por barril em setembro de
2017, o mercado começou a questionar se a realidade de preço baixo prolongado
teria terminado. A procura por petróleo está a subir e a oferta está a aliviar,
sugerindo o início de um processo de reequilíbrio do mercado. No entanto, tal
como assistimos muitas vezes nos preços globais do petróleo, nunca nada pode
ser dado como certo. As empresas do petróleo e do gás
citaram a geopolítica, o fornecimento e a procura como os três principais
motivos para o momento atual do preço do petróleo. Olhando em frente, os
inquiridos esperam aumentos modestos nos preços ao longo dos próximos dois anos
- com 65% e 52% a esperaram que o preço se situe no intervalo entre os 51 e os
60 dólares por barril em 2018 e 2019, respetivamente.
O contexto cambiante da concorrência
Como resposta a muitos destes desafios, as empresas do petróleo e do gás estão
a procurar alterar as suas estratégias e modelos de funcionamento, o que
alterou a paisagem da concorrência. As empresas referiram que as maiores
alterações previstas ou recentemente experimentadas no contexto da concorrência
são geradas pelo crescimento dos combustíveis alternativos, pelo impacto da
perturbação causada pela tecnologia e pela necessidade de redução de custos.
Estão as
empresas do petróleo e do gás aptas para crescer?

Atingir a sustentabilidade

Enquanto algumas empresas do
petróleo e do gás continuam a explorar oportunidades de redução de custos e de
melhoria da eficiência, está também a começar a ser considerada a forma como se
irão colocar à frente da concorrência. Dada a perceção da lenta adoção das
soluções digitais na indústria do petróleo e do gás, é surpreendente que quase
um quarto das empresas afirme ter implementado alguma forma de solução digital,
desde soluções de produção e perfuração até soluções móveis.
Equilibrar
o conteúdo local
Mais de 25% das empresas do petróleo e do gás afirmou que os projetos tinham
sido reagendados ou adiados por políticas locais de conteúdo, e cerca de 15%
relocalizaram ou cancelaram projetos em resposta a regulações locais. Cerca
de 10% indicaram uma aceleração dos seus projetos. Um terço dos inquiridos acha
que há hoje mais empresas locais que podem servir o setor. Menos de um terço
reconhece que estão disponíveis competências locais no nível adequado no seu
país e 11% afirmou terem surgido novos intervenientes no setor como resultado
das regulações. "A indústria do petróleo e do
gás em África está repleta de desafios e adversidades complexas, mas com o
desafio surge a oportunidade. A oportunidade existe para os
intervenientes que estejam dispostos a 'tornar a imaginar o impossível' num
futuro que parece muito diferente do nosso presente. "É claro que os intervenientes
no setor do petróleo em África devem 'dar o salto' para permanecerem
competitivos no futuro da nova energia", concluiu Bredenhann.
JOHANNESBURG, África do Sul, 1 de november 2017
Distribuído pela APO
Group em nome da PricewaterhouseCoopers LLP (PwC).
0 comments:
Enviar um comentário