Após pressão de
seu partido para renunciar à presidência, Robert Mugabe concordou em renunciar
e já redigiu sua carta de demissão, informou a CNN nesta segunda-feira (20),
citando uma fonte que acompanha as negociações. Líder do país há 37 anos, ele é o chefe de
Estado em actividade mais velho do planeta.De acordo com a rede americana, os
generais concordaram com todas as demandas feitas pelo chefe de estado, entre
elas a imunidade para ele e sua mulher, Grace. No domingo (19), contrariando as
expectativas, o presidente de 93 anos fez um longo discurso na TV estatal ZBC
(Zimbabwe Broadcasting Corporation), mas não renunciou. Mugabe foi afastado da
liderança de seu partido ZANU-PF neste domingo e ainda recebeu um ultimato:
caso não deixe o cargo até o meio-dia desta segunda, os procedimentos para um
impeachment serão iniciados. O líder dos veteranos de guerra do Zimbábue, Chris
Mutsvangwa, disse à agência Reuters que os planos para o impeachment de Mugabe
prosseguirão e que iniciará uma ação judicial para legalizar a ação militar
contra Mugabe. A expectativa era de que Mugabe anunciaria sua renúncia no
discurso de domingo, que aconteceu depois de uma reunião com integrantes do
Exército. O presidente afirmo apenas reconhecer as críticas direcionadas a ele
pelo ZANU-PF, pelos militares e pelo público e que a crise será resolvida
pacificamente. Mugabe disse ainda que vai presidir o Congresso do partido no
mês que vem. "Eu acredito que as questões que foram me trazidas vêm da
vontade de garantir a estabilidade do país", disse, reforçando que a lei e
a ordem do Zimbábue devem ser preservadas. Ao afastar Mugabe da liderança, o
ZANU-PF também anunciou que o novo líder é Emmerson Mnangagwa,
ex-vice-presidente do país. Mnangagwa foi demitido por Mugabe há poucos dias. Segundo
o ministro de cibersegurança Patrick Chinamasa, Mnangagwa seria indicado pelo
ZANU-PF à presidência do Zimbábue.A mulher de Mugabe, Grace, que ambicionava
suceder o presidente, também foi expulsa do ZANU-PF.
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