A Renamo submeteu ao Conselho
Constitucional, na passada sexta-feira, 7 de Novembro, o pedido anulação das
eleições gerais e provinciais de 15 de Outubro, por considerar que as eleições
foram fraudulentas.Em declarações a jornalistas depois de ter interposto
recurso em que considera as eleições fraudulentas, o mandatário da Renamo,
Andre Magibire, disse que o seu partido pretende ver
a justiça eleitoral reposta, “porque estas eleições foram as mais fraudulentas
jamais vistas em Moçambique”.A Comissão Nacional de Eleições, onde o recurso da
Renamo foi depositado, deverá encarregar-se do seu encaminhamento ao Conselho
Constitucional.A Renamo alega, no seu recurso, que houve registo de aparecimento
de boletins pré-votados a favor da Frelimo e do seu candidato presidencial,
Filipe Nyusi, enchimento de urnas, tumultos envolvendo a Polícia, e também
houve desaparecimento e falsificação de editais.Na passada terça-feira( 4), a
Comissão Nacional de Eleições havia considerado improcedente a reclamação que
havia sido submetida pela Renamo no passado dia 30 de Outubro, relativamente
aos resultados eleitorais de 15 de Outubro.Todos os recursos submetidos pela
Renamo e o MDM em todos os níveis dos órgãos eleitorais foram considerados de
improcedentes e extemporâneos.A Renamo já veio afirmar que não aceita nem
reconhece os resultados das recentes eleições nem a deliberação da CNE que
considera o recurso improcedente.Segundo Andre Magibire, tendo a Renamo submetido
o recurso no passado dia 30 de Outubro, a Comissão Nacional de Eleições, nos
termos da lei, tinha que responder num prazo de 48 horas, ou seja, até sábado
passado, mas isso não aconteceu.A Renamo acusa a CNE de ter levado cinco dias para
responder à sua reclamação, pelo que não reconhece a resposta, sendo por isso
que decidiu recorrer ao Conselho Constitucional, apesar de recentemente o
presidente daquele órgão, Hermenegildo Gamito, ter sido citado como tendo dito
que os partidos e os candidatos deviam reconhecer os resultados das eleições.
Por outro lado, a Renamo diz que, na sua forma de
entender, a CNE ainda não divulgou os resultados das recentes eleições
presidenciais, legislativas e provinciais, sendo por isso que ainda espera que
isso aconteça.Fundamenta esta tese afirmando que os resultados não foram
anunciados pelo presidente da CNE, mas sim por “um indivíduo estranho”, neste
caso o director-geral do STAE, Felisberto Naife.“Para nós – a Renamo –, a CNE ainda não divulgou os
resultados. Estamos à espera que o presidente [da CNE] o faça, porque aquilo
que aconteceu é ilegal”, declarou Magibire.Nos termos dos artigos 133 e 141 da
Lei n.º 4/2013 e dos artigos 118 a 123 da Lei n.º 8, de 27 de Fevereiro,
compete à Comissão Nacional de Eleições anunciar publicamente os resultados da
centralização nacional e do apuramento geral das eleições, o que não aconteceu
desta vez.Um edital interessante,na foto. Na Assembleia de Voto
10001404, que funcionou na Escola Primária Tunduro, Cidade da Matola, o edital
correspondente à votação presidencial indica que havia 800 eleitores inscritos
e que das urnas foram retirados 504 votos. Mas na contagem de votos para os
candidatos, o número de votos chegou a 1470
votos.. (B.Álvaro)
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