As
delegações do governo e da Renamo, maior partido da oposição, em Moçambique,
alcançaram hoje (5) consensos sobre o segundo ponto da agenda do diálogo
político relacionado com as Forças de Defesa e Segurança (FDS), faltando assim
a assinatura do documento final sobre esta matéria.As decisões alcançadas hoje,
durante a 69/a ronda do diálogo, deverão ser encaminhadas, para conhecimento, a
liderança das partes, sendo, do lado do Governo, o Presidente moçambicano,
Armando Guebuza, e da Renamo, o seu líder, Afonso Dhlakama.Embora as partes não
tenham revelado quem são as figuras que irão assinar tal documento, espera-se
que o mesmo seja rubricado a este nível.
Este consenso é alcançado um dia depois
de o governo ter solicitado revisitar o ponto cinco dos termos de referência
relacionado com a colocação dos subcomandos que deverão estar nas províncias
centrais de Sofala e Tete, na nortenha de Nampula, e na de Inhambane, no sul do
país.As
partes já tinham, segunda-feira, alcançado consensos em relação ao documento
base que incorpora os princípios gerais do processo e todas as garantias, tidos
como bases de sustentabilidade para a implementação dos pontos cujos consensos
já foram alcançados.
As
delegações não especificaram quais as decisões concretas que foram tomadas,
prometendo faze - lo ‘em tempo oportuno’.
Falando
a imprensa no final do encontro, o chefe adjunto da delegação do governo e
ministro dos transportes e comunicações, Gabriel Muthisse, disse que as partes
visualizaram passos subsequentes que não condicionarão o processo de
pacificação total ou cessação das hostilidades.“O
primeiro passo relaciona-se com a assinatura dos documentos consensualizados de
modo a que tenham o seu efeito no terreno”, disse Muthisse.
Muthisse
acrescentou que vai se preparar o projecto de lei de amnistia para acções
criminosas que tenham ocorrido durantes os meses de instabilidade no país. O
respectivo projecto de lei, segundo a fonte, deverá ser submetido urgentemente
a Assembleia da República (AR), o parlamento moçambicano.“Se
queremos que este assunto seja discutido urgentemente, devemos também
submete-lo a AR com urgência, pelo facto de a magna casa ter o seu programa de
trabalho.”Outro
passo avançado por Muthisse está relacionado com o encontro entre o Presidente
Guebuza e o líder da Renamo, Afonso Dhlakama. “Isso implica trabalhar na
logística e todos passos necessários para que o líder possa sair das matas”,
disse Muthisse, acrescentando que a calendarização das acções dos observadores
internacionais deverá ser feita no período das eleições e pós-eleições.Muthisse
acredita que com este consenso o país voltará a ter uma estabilidade, criando
assim a possibilidade de todos os actores políticos participarem nas eleições
de 15 de Outubro próximo, com destaque para o líder da Renamo.Por
seu turno, o chefe da delegação da Renamo e deputado pelo mesmo partido na AR,
Saimone Macuiana, disse que a sua delegação está comprometida e interessada em
garantir a cessação urgente das hostilidadesSegundo
Macuaiana, o acordo de cessação das hostilidades deve ser cumprido na íntegra
para garantir que os moçambicanos se sintam mais seguros do que nunca.
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