segunda-feira, novembro 01, 2021

Ainda sobre os Mambas e Chiquinho Conde…

Diferentemente de alguns compatriotas, que acham que os Mambas devem parar de participar nas várias competições em que se acham envolvidos, eu julgo que devem, sim, continuar a participar. O que não devemos fazer é nos enganarmos a nós mesmos, como país, fazendo a mesma coisa e esperando resultados diferentes.

Sem prejuízo doutras ideias-solução devidamente estruturadas e consubstanciadas no necessário expertise, acho que devemos, antes de tudo, como país, pôr no papel, com a necessária visualização (chamamos-lhe projecto), o que queremos ser futebolisticamente em 10-15 anos, e, a partir dali, desenhar o perfil de um treinador profissional, que seja mais manager que mero técnico, para a efectivação.

Um projecto tal teria que ser integrado, associando vários escalões, e até com uma estratégia e plano de transição geracional. Por exemplo, não é preciso ser cientista de futebol para saber que em X-Y anos algumas das estrelas actuais dos Mambas arrumarão as botas. Já é possível ter-se uma ideia dos que podem lhes fazer a vez, ao mesmo tempo que já se pode trabalhar a sério na iniciação, para se colher alguns frutos em 5-7 anos, quais substitutos dos que neste momento estão, digamos, na forja.

Agora, exigir de Horácio Gonçalves que nos leve ao Mundial, num grupo com colossos como Costa do Marfim e Camarões, é o mesmo que esperar que a chuva caia de baixo para cima. 

Infelizmente, desconfio que Chiquinho Conde tenha caído na armadilha de “resultados imediatos”, daí ter um deliverable concreto, em dois anos, e devidamente contratualizado. E, não alcançando o tal resultado, o contrato se resolve como que automaticamente…

De como veio, Chiquinho Conde possuía um poder negocial que nenhum outro treinador teve nos últimos anos, mas…

Sendo certo que a qualificação ao CAN é mesmo complicada que ao Mundial, um eventual apuramento apenas nos ajudaria a continuarmos a nos enganar a nós mesmos.

E atenção: o problema aqui não é A, B, C ou N, mas todos nós como país. Claro que compete a poucos, devidamente identificados, coordenar sistemática e estruturadamente os processos!!! (E.S.)

 

 

 

 

 

 

 


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