A Incerteza Política
e os Ataques Informáticos em Larga Escala São Temas Chave Para a Região em 2018.
A incerteza política e a instabilidade durante as transições estão entre os
principais riscos para as empresas na África Austral em 2018, afirma a
consultora Control Risk (www.ControlRisks.com), especialista em risco global,
na sua previsão política anual e de riscos de segurança RiskMap.
George Nicholls,
parceiro sénior da Control Risks na África Austral, comenta:
“Em 2018 iremos
continuar a assistir a incertezas em toda a liderança política nos mercados da
África Austral. As transições no Zimbabué e em Angola em 2017, as eleições em
Moçambique em 2018 e o sectarismo no interior do Partido do Congresso Nacional
Africano (ANC) atualmente no poder na África do Sul recordam, uma vez mais, as
empresas da região sobre a importância de ter um entendimento claro do impacto
dessas incertezas no seu ambiente de risco.”
Instabilidade
política na África do Sul: 2018 irá assistir à
continuação das divisões no seio do ANC após a eleição de um novo presidente do
partido em dezembro de 2017. As fações concorrentes - e a possibilidade de uma
cisão no partido - irão causar incerteza e instabilidade política, sendo provável
que o Presidente Jacob Zuma abandone o poder antes do final do ano.
Transições
políticas, mudança geracional: O presidente do
Zimbabué, Robert Mugabe, abandonou o poder, o presidente de Angola, José
Eduardo dos Santos, foi substituído por João Lourenço, e o presidente de
Moçambique, Filipe Nyusi, está a consolidar a sua autoridade. Antecipar e
preparar a forma como estas transições irão afetar os negócios é essencial para
o êxito em 2018 e mais além.
Riscos reputacionais em ambientes
políticos ruidosos: 2017 assistiu a uma série de escândalos de corrupção de elevado perfil na
África do Sul. Tornaram-se evidentes com uma fuga massiva de e-mails que
demonstravam uma comunicação indevida entre os responsáveis governamentais de
topo, indivíduos com ligações políticas e interesses empresariais privados.
Algumas empresas aprenderam da forma mais dura que quando um conjunto restrito
de interesses mina e subverte a integridade das instituições do Estado, isso
abre caminho ao aparecimento de muitos outros riscos. Proteger a reputação – e
compreender aquilo que a pode comprometer – nunca foi tão importante.
Ataques informáticos em larga
escala contra infraestruturas: 2017 foi o ano de grandes e preocupantes ataques surpresa aleatórios. Em
2018 podemos assistir a novos ataques semelhantes a WannaCry, NotPetya e
BadRabbit, mas de forma mais poderosa, objetiva e perturbadora. Estão
particularmente em risco os sistemas nacionais de infraestruturas.
Novas ameaças
em Moçambique: Foram tomadas grandes decisões finais de investimento no campo de projetos
de gás natural liquefeito em Moçambique, assinalando o provável aumento do
investimento estrangeiro. O rápido desenvolvimento económico de uma parte
marginalizada do país, com pouca representação estatal, irá representar um
desafio para a segurança. A entrada de dinheiro e trabalhadores estrangeiros
irá perturbar as estruturas sociais e aumentar as expetativas de mudança,
aumentando o risco de descontentamento social e a formação de grupos
organizados cujos alvos serão interesses públicos e privados.
Ao longo de todo o
continente africano as empresas poderão assistir ao impacto negativo de uma
potencial e renovada crise da dívida. Muitos países em África, entre os quais
Moçambique, enfrentam a possibilidade de uma crise da dívida soberana, uma
década após terem seguido o caminho do Gana e entrarem no mercado internacional
de obrigações. O problema é gerado por elevados níveis de dívida externa e pela
incerteza persistente sobre a recuperação dos preços das matérias-primas para
suportar os reembolsos. Contudo, as reformas em curso e o reconhecimento destes
problemas por parte do governo irá conduzir a melhorias em 2018.
Distribuído
pela APO Group em nome da Control Risks Group Holdings Ltd.
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