sexta-feira, outubro 20, 2017

Assassinos económicos !!!

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Em Agosto do ano em curso, o Centro de Integridade Pública (CIP) denunciou más práticas no sector do turismo em Vilankulo, na província de Inhambane. De acordo com esta instituição de pesquisa, os empresários deste sector são implicados em esquemas onde pontificam a empresa de construção SHM e os complexos turísticos Águia Negra e Pescador. O CIP revelou que o sector contribui com apenas cinco porcento do total das receitas fiscais da província, principalmente, pelo facto de parte importante dos pagamentos pelos serviços serem efectuados fora do país. Quase dois meses depois, o empresário e operador turístico do distrito de Vilankulo, Yassin Amuji, vem a público reforçar estas denúncias, bem como acrescentar que naquele ponto do País há estâncias que foram construídas para depois serem completamente abandonadas. Esta prática leva Amuji a duvidar se o interesse destes investidores é dinamizar o sector ou simplesmente usar o turismo para o branqueamento de capitais. Outra hipótese levantada por Yassin Amuji é a possibilidade destes investidores pretenderem adormecer o sector do turismo em Vilankulo.
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“Não podemos excluir a possibilidade da penetração de assassinos económicos no nosso país. Ou seja, de pessoas que se fazem passar por investidores enquanto o seu real objectivo é adormecer o sector em benefício dos concorrentes a nível regional”, afirmou. Para o empresário, da mesma forma que Vilankulo foi considerado uma zona especial para o investimento no sector do turismo, pode haver quem esteja a procurar inviabilizar o crescimento o sector. Ainda de acordo com Amuji, nos últimos 17 anos, para além de não ter atingido o boom necessário, o sector naquele distrito ficou estagnado. Existem estâncias que parecem abandonadas e há crimes ambientais flagrantes como é o caso de um complexo construído à beira mar cujas águas das piscinas são drenadas para o mar. Trata-se de um local onde, curiosamente, as populações locais apanham amêijoas para o consumo e comercialização.
Imagem relacionadaPerante este cenário de desordem, Yassin Amuji lamenta o silêncio quase que ensurdecedor das autoridades locais. Nem o município, muito menos as autoridades ambientais aparecem para condenar e impor ordem no sector. Para este operador turístico é incompreensível que ate hoje haja lodges com contas bancárias fora do país. “Penso que aproximadamente 90% dos operadores turísticos de Vilankulo tem contas no exterior. Ou seja, os pagamentos são feitos no exterior o que facilita a fuga ao fisco”, acrescentou. Para Amuji, as autoridades devem proibir que as estancias tenham contas no exterior, bem como a hospedagem de páginas de internet foram do país.
“Veja que na Ponta de Ouro, província de Maputo, muitas estâncias tem as suas páginas de internet hospedadas na África do Sul e os contactos que lá constam são de operadoras sul-africanas. A mão dura do Estado deve pesar sobre estas práticas. Há muitas instituições ligadas ao turismo
que deviam agir mas não o fazem”, concluiu.

Elísio Muchanga

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