Continuam as investigações para se apurar a proveniência e o real destino
dos sacos de dinheiro apreendidos por volta das 5 horas da última sexta-feira,
25 de Dezembro, no posto fronteiriço dos Lebombos, na província sul-africana de
Mphumalanga.Uma das grandes suspeitas que se lança em torno das enormes
quantidades de dinheiro apreendido é que o mesmo poderia estar a caminho e
destinado ao financiamento das actividades terroristas do autoproclamado Estado
Islâmico.A suspeita, baseado em evidências e cenários anteriores já detectados
na África do Sul, não vem de uma fonte qualquer. É o porta-voz da Hawks, um
ramo do Serviço da Polícia sul-africana (SAPS) especializado em acções de
combate ao crime organizado, crimes económicos e corrupção.O brigadeiro Hangwani
Mulaudzi disse que, neste momento em que se aguarda ainda o decurso de uma
investigação detalhada, todas as hipóteses devem ser colocadas.“Eles podem usá-lo para atividades terroristas” – avançou Mulaudzi,
colocando, igualmente outras hipóteses.
“Onde e como eles conseguiram isso é uma daquelas (coisas) que estamos a
tentar determinar”, disse Mulaudzi, citado pela imprensa sul-africana.
O dinheiro poderia ser usado em território sul-africano, por exemplo, para
acções de recrutamento de novos membros para as frentes de combate em vários
países, particularmente do Golfo Pérsico e Ásia.
O dinheiro, recorde-se, estava a ser ilegalmente transportado por dois
cidadãos de nacionalidade moçambicana (com origem asiática) numa Toyota Hilux.Concretamente, estava escondida e disfarçada no fundo falso do canopy da
viatura.Em relação à proveniência, Mulaudzi disse também que, nesta fase, não
estava claro de onde veio o dinheiro, mas eles estavam a investigar para se
aferir se os homens estavam envolvidos em atividades criminosas graves,
sindicatos, assaltos a caixa de transporte de valores ou não.Os dois homens
deviam ter sido presentes em tribunal nesta segunda-feira, mas a sessão de
audição foi adiada para o dia 4 de Janeiro próximo.Em Agosto último, recorde-se,
um grupo de homens que estava viajando do Aeroporto Internacional OR Tambo, de
Joanesburgo para Dubai, tinha escondido 23 milhões de randes e 3.77 milhões de
dólares em 12 peças de bagagem, incluindo quatro mochilas.Relatos da época sugeriram que o dinheiro estava a caminho do Paquistão e
boa parte do valor para financiar as actividades naquele país e noutras partes
do mundo.O embaixador do Iraque para a África do Sul, Hisham al-Alawi, disse na
época que ele não ficaria surpreso se as investigações confirmassem que o
dinheiro confiscado estava mesmo a caminho das finanças do EI.“Tem havido um
aumento da actividade na África do Sul com relação ao recrutamento e angariação
de fundos para a IS”- disse o embaixador do Iraque a propósito do assunto. (MEDIA
FAX – 30.12.2015)
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