MEUS Brother’s foram nomeados
para os cargos de ministro e vice-ministro do Governo do Presidente Filipe
Jacinto Nyusi, uma tarefa de grande responsabilidade de bem servir o povo que
é, afinal, o vosso seu “patrão”.Estarão à vossa disponibilidade recursos
humanos, financeiros e materiais, sendo que o vosso papel será o de saber
racionaliza-los de forma a obter um serviço público final de excelente
qualidade.A grande preocupação de muitos é o facto de alguns de vós não terem
muita experiência em matérias de administração pública, o que parece razoável,
à primeira vista. Porém, acho que com a vossa reconhecida capacidade de
liderança noutros processos institucionais não terão grandes dificuldades em se
adaptar aos novos desafios. Uma coisa essencial na administração pública é, com
humildade que melhor vos identifica, saberem se fazer rodear de competências
técnicas valiosas e formarem equipas de trabalho dinâmicas. Uma vez, um ancião
segredou-me que ao assumir um cargo de direcção, primeiro devo preocupar-me em
mudar processos e não pessoas, pois com os novos processos em curso as pessoas
que não se integrarem à nova dinâmica irão revelar melhor a sua
insignificância.O processo de gestão de um ministério e de uma empresa privada
diferem apenas no tipo de resultados que se esperam. Enquanto que na empresa
espera-se a maximização do lucro que é algo material e tangível, na função
pública é a realização dos planos e a satisfação do povo, algo relativamente
mensurável mas não tangível. Um prejuízo nos resultados de uma empresa pode ser
recuperado no exercício económico seguinte, enquanto o incumprimento de planos
na função pública pode levar a grandes catástrofes.Na empresa, preocupam-se
mais pela imagem da própria empresa e dos seus produtos e serviços, emquanto
que na função pública a vossa imagem também conta, o que dizem, como, quando e
onde. Um ministro quando fala em Chidenguele, o que diz deve ser válido para
Zumbo também. E nós, o povo, vosso “patrão”, repito, estaremos atentos. Vamos
cobrar e festejar as vossas realizações que, por sinal, serão nossas também.
Os ministérios que vós ireis
dirigir estão repletos de muita capacidade técnica e competência de elevada
qualidade. Alguns estão naturalmente satisfeitos pela vossa nomeação e outros,
por razões de vária ordem, não. E isso é algo que deve ser assumido como normal
nas relações humanas. Será vossa tarefa integrar a todos e garantir a sua
motivação de forma a darem o seu máximo sem reservas nem preconceitos. Porém,
mais uma vez, isso se faz com humildade e segurança.A crítica ou ideia
contrária não deve constituir razão para criar inimigos. Estes imbróglios são
dirimidos em sede de diálogo, através de argumentos e fundamentos que sustentam
e aproximam ideias divergentes. Um ministro é ministro. Não pode ter amigos e
inimigos dentro do ministério. Deve sim ter colaboradores e ele assumir o papel
de líder da equipa.
Dos colaboradores, devem
incentivar e exigir mais lealdade e menos fidelidade. Fiéis são os cães que
mesmo mandando fazer algo errado sempre obedecem. Isso não deve ser a conduta
dos vossos colaboradores próximos.Com a Imprensa, deve haver um diálogo
permanente. Para estar bem informada, a Imprensa precisa de ter acesso à informação
e ao conhecimento técnico em volta da mesma. Costuma-se dizer que a Imprensa
bem informada pode promover a instituição, mas a mal informada pode a destruir.
O ministro “nunca” está off the record. Toda a informação dada pelo ministro é
válida para a publicação.
O vosso desempenho será julgado
com muita facilidade, pois existem documentos orientadores como o manifesto
eleitoral que está a ser transformado em programa quinquenal do Governo e
parcelado em planos económicos e sociais e o discurso do Presidente no acto da
sua investidura no qual promoveu novas atitudes colectivas e individuais,
diálogo construtivo, eficiência e qualidade e que vocês seriam o espelho da
integridade e transparência na gestão da coisa pública. Recordou também que
ninguém está acima da lei e todos são iguais perante a lei e, no fim, prometeu
servir ao povo moçambicano como seu único e exclusivo “patrão”. Isso iremos
cobrar. Votos de muitos sucessos.(Jaime Langa/in JORNAL NOTICIAS)
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