segunda-feira, outubro 01, 2012

Kwacha no lugar do metical

A circulação da moeda estrangeira, nomeadamente os kwachas zambiano e malawiano, em detrimento do metical, nas zonas fronteiriças moçambicanas, na província de Tete, constitui uma grande preocupação para o Executivo, de acordo com o governador Alberto Vaquina, que acaba de visitar alguns distritos que fazem limite com o Malawi e a Zâmbia.Os distritos propensos à circulação da moeda estrangeira em Tete são Moatize, Tsangano, Angónia, Macanga, Mutarara, que se limitam com o Malawi, e Chifunde, Marávia e Zumbo, que fazem fronteira com a Zâmbia.Nas zonas fronteiriças da província de Tete regista-se um grande défice na utilização do metical, pois os nacionais preferem usar as moedas estrangeiras, nomeadamente kwachas malawiano e zambiano.Casos há em que os cidadãos moçambicanos não conhecem até a sua própria moeda, o metical, vendendo os seus produtos por kwachas, quer malawiano, quer zambiano, facto que tem deixado indignados alguns componentes da comitiva do governador, pois não conseguem adquirir os produtos que pretendem, mesmo os de consumo imediato.
Segundo Vaquina, a solução é uma questão de tempo e de infra-estrutura também. Explicou que a população que vive nas regiões limítrofes precisa de ter o abastecimento regular de produtos de primeira necessidade, de modo a que não recorra aos países vizinhos para tê-los.Na sua óptica, no dia em que o abastecimento regular de produtos de primeira necessidade moçambicanos, naturalmente que os cidadãos não necessitarão de usar as moedas estrangeiras. Assim, a solução passa necessariamente por promover os produtos agrícolas, através de intervenientes moçambicanos, de acordo com o governador de Tete.
“A solução vai levar o seu tempo, porque precisamos da interpretação da estratégia de estradas que o Governo da província desenhou, que visa a construção de uma estrada de ligação das zonas fronteiriças da nossa província e achamos que isso vai resolver este problema, porque vai facilitar aos intervenientes na comercialização e também os outros intervenientes para as zonas de negócios” – sublinhou.
Segundo Vaquina, é preciso igualmente fazer-se a sensibilização das comunidades, explicando-lhes que o metical vale mais do que o kwacha, pelo que quando se trate de produtos moçambicanos é preferível vendê-los pela moeda moçambicana.
“Temos que encontrar uma solução, enquanto se pensa em instalar casas de câmbios nos locais achados convenientes e a solução que podemos ter é de promoção de cambistas formais e oficiais nas diferentes regiões fronteiriças, cuja função é trocar as moedas” – anotou Alberto Vaquina, acreditando que hoje em dia a moeda estrangeira circula menos do que nos tempos passados e “nós acreditamos que gradualmente vamos encontrando a solução”.

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