O Conselho Municipal da Beira (CMB) entregou ontem cem carteiras à Escola Primária do Vaz, em reposição das vandalizadas por desconhecidos, levando a que a maioria dos 762 educandos estudassem sentados no chão, num estabelecimento com quatro salas de aula e 762 alunos matriculados neste ano.Aquele estabelecimento, que lecciona de 1ª a 5ª classe, não só se confrontava com a destruição das carteiras, mas também, segundo o respectivo director, Zacarias Nhampoca Tengaramanga, os mesmos indivíduos desconhecidos destruíram janelas e chapas de cobertura.Tengaramanga sublinhou que a direcção e os alunos da Escola Primária do 1º grau do Vaz já se debatiam com a falta de carteiras. “A escola já necessitava de carteiras para oferecer conforto aos alunos que estudavam sentados no chão” – referiu a fonte, reconhecendo que estudar sentado no chão constitui um grande constrangimento no processo de ensino e aprendizagem.Falando no acto da entrega, o presidente do CMB, Daviz Simango, disse que o seu executivo está apostado em reduzir ou acabar com a situação de crianças que estudam sentadas no chão nesta urbe. ”Não queremos que os alunos continuem a estudar sentados no chão na nossa cidade, sob o risco de as crianças não conseguirem fazer os seus trabalhos recomendados pelo professor, sobre as mesas nas suas casas” – disse.
Daviz Simango pediu aos residentes circunvizinhos da escola, na altura da entrega das carteiras, para serem vigilantes contra as pessoas que vandalizam os bens deste estabelecimento.Por seu turno, o representante do Estado na cidade da Beira, José Cuela, disse esperar que as carteiras tragam uma outra dinâmica no processo de ensino e aprendizagem dos alunos. “Temos as condições melhoradas. Agora cabe à direcção da escola, alunos, pais e encarregados de educação no sentido de controlar as carteiras compradas, através dos impostos dos munícipes. Não podemos deixar que as pessoas vandalizem as carteiras” – salientou Cuela, considerando que a doação de carteiras nas escolas da cidade da Beira constitui um dever do Conselho Municipal.
Olinda Pedro, mãe da Linda Pedro, aluna da 3ª classe matriculada naquele estabelecimento de ensino, disse que vai respirar de alívio, porque deixará de lavar uniforme escolar da sua filha todos os dias.
Para além da criança estudar mal posicionada na sala de aula, Olinda Pedro acrescentou que “sempre que a minha filha vai a escola, volta com o uniforme escolar sujo, o que me obriga a lavar todos os dias para a criança ir limpa à escola no dia seguinte. Com estas carteiras, a minha filha passa a estudar sentada na carteira, deixando de sujar roupa”.Contudo, Olinda pede a edilidade para ajudar a escola na construção de casas de banho para responder às necessidades das crianças e a instalação da corrente eléctrica, por forma a que se passe a leccionar no período nocturno.Gastão Orlando, de seis anos de idade, aluno da 2ª classe naquela escola, disse ter gostado das carteiras, porque vai passar a estudar em boas condições. “Vou estudar sentado na carteira. Estudava sentado no chão e escrevia mal. Por isso gostei das carteiras” – acrescentou. As carteiras duplas vão beneficiar 762 alunos da 1ª a 5ª classe inscritos naquela escola, distribuídos em 12 turmas. Custaram à edilidade cerca de um milhão de meticais.
Um dos problemas que também preocupa a escola é o não funcionamento das casas de banho. Para inverter esta situação, cada pai ou encarregado de educação vinha contribuindo com 30 meticais, para a construção de latrinas.“Resolvemos o problema das carteiras, agora ficou o problema das casas de banho, porque sentimos que as crianças não podem continuar a estudar naquela situação. Nem os próprios professores conseguem suportar, acabando por recorrer a outros locais circunvizinhos” – disse Daviz Simango.
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