Os dois principais patrocinadores do Clube de Desportos da Maxaquene, as Linhas Aéreas de Moçambique (LAM) e os Aeroportos de Moçambique (ADM), ameaçam cortar muito em breve, todo e qualquer tipo de apoio àquela colectividade, caso persista a intenção de alguns sócios que, guiados por agendas estranhas, procuram a todo custo abater a actual direcção chefiada por José Solomone Cossa, para em seu lugar colocarem um elenco fantoche. Com efeito, aquelas empresas enviaram já uma carta ao presidente da mesa de assembleia geral, Abdul Carimo, para que a faça chegar aos sócios. É descrito como verdadeiramente tenso o ambiente que se vive no Clube de Desportos da Maxaquene, uma das mais prestigiadas colectividades do país, depois que, os principais patrocinadores, a empresa LAM e ADM enviaram um ofício ao presidente da mesa da assembleia geral do clube, informando-lhe que jamais estariam na disposição de drenar fundos ao clube nas condições actuais em que pessoas com agendas estranhas lutam por afastar uma direcção legalmente eleita e que tem mostrado serviço, para além de ter dois anos pela frente de mandato.Na prática, caso a intenção dos dois principais patrocinadores se concretize, o Maxaquene poderá conhecer uma das maiores crises de todos os tempos, uma vez que a contribuição de todos os sócios pagantes não chega sequer para custear as despesas de um único mês de salário do seu técnico principal, Arnaldo Salvado.Em contrapartida, mais de 95 por cento do orçamento do clube provêm destas duas empresas, ainda que, a actual direcção tenha conseguido angariar mais patrocinadores. Para ilustrarmos o nível de dificuldades que a colectividade poderá enfrentar, basta frisar que a contribuição anual dos sócios do Maxaquene referente ao ano transacto (2011) situou-se em 102 mil meticais, o equivalente a 8.500 meticais ( oito mil contra os 2,5 milhões de meticais por ano disponibilizados pela LAM e EDM.Sabe-se que os salários mais baixos do clube rondam os 25 mil meticais, havendo atletas que chegam a auferir 40 mil meticais mensalmente e que com contratos chegam a totalizar 200 mil meticais.Decorre daí que mesmo tomando como ponto de partida os salários mais baixos, um total de 20 jogadores recebe cerca de 500 mil mensais, o que quer dizer que os sócios teriam de contribuir durante cinco anos para conseguirem pagar os salários de atletas de apenas um mês.Sabe-se igualmente, segundo os dados tornados públicos pelo relatório de demonstrações financeiras referentes a 2010 da empresa LAM, que a companhia disponibilizou no ano anterior ao retromencionado, 15.7 milhões de meticais no âmbito da sua responsabilidade social.Um grupo de sócios enviou uma carta ao presidente da mesa de assembleia geral do Maxaquene com o total oito pontos, e entre outras coisas os patrocinadores mostram preocupação em relação ao facto de haver uma intenção, por parte de alguns segmentos de desacreditar o actual elenco; dizem não fazer sentido a exigência de alguns sócios (?) de verem realizadas eleições antecipadas; mostram que só podem continuar a largar a mola quando existir um ambiente ordeiro; afirmam não encontrar motivos para que o actual elenco seja destituído e mostram tristeza com algumas cenas protagonizadas por certos sócios durante a AG.As desinteligências entre a actual direcção, alguns sócios e pessoas próximas da direcção cessante, têm como motivo o negócio da venda de campo, iniciado no reinado de Rafindine Mahomed. Tudo isto porque a referida infra-estrutura está para ser vendida a preço baixo, e ainda por cima, ser paga em 48 prestações mensais. Esta situação não está a merecer consenso, até porque pela reavaliação que se faz da infra -estrutura chegou-se à conclusão de que o clube estaria a fazer um mau negócio e que não contribuiria para a estabilidade financeira do clube, numa altura em que os principais patrocinadores também estão a atravessar algumas dificuldades decorrentes da actual crise financeira mundial.Inicialmente, o negócio foi conduzido pela direcção cessante, sendo que fazem parte na prática duas alas, cada uma congregando alguma franja de seguidores que, desesperadamente, vão encetando todo o tipo de demárches e maquiavelismos à mistura para chegarem ao poder. Uma das alas, a composta por 27 sócios, é a que num passado recente exigiu a reconvocação da assembleia geral para o dia 31 de Março, com pontos novos de agenda, os seguintes:— Leitura e aprovação da acta da assembleia geral ordinária e extraordinária de 2011; a apresentação e aprovação do regulamento eleitoral; a apresentação e aprovação do regulamento eleitoral e a marcação da data para eleições de órgãos sociais e criação de uma comissão eleitoral. O que não faz lembrar o diabo!Entretanto…Sabe-se que o desfecho da novela em torno da venda do campo do Maxaquene ao grupo AFRIN Imobiliária pode levar algum tempo depois que a 2ª Secção do Tribunal Judicial da Cidade de Maputo, numa sentença proferida a 6 de Março do ano em curso, decretou uma providência cautelar favorável ao grupo AFRIN, na sequência de uma acção movida por este grupo contra o Clube de Desportos da Maxaquene.E enquanto se aguarda pelo desfecho do negócio do campo, a providência cautelar ordena ao Maxaquene ou ao seu representante legal que “se abstenha de alienar, seja a que título for, o complexo imobiliário também designado por ‘Campo do Maxaquene’.Esta colectividade, por seu turno, diz que não vai abrir mão a menos que os valores inicialmente propostos sejam revistos em alta.
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