Os Chefes de Estado e de Governo do continente africano, incluindo o presidente moçambicano, Armando Guebuza, testemunharam sábado a inauguração da nova sede da União Africana (UA), um complexo constituído por um resplandecente centro de conferências e um bloco de escritórios erguido no centro de Addis Abeba, capital etíope. A nova sede consiste numa sala de conferências circular, construída ao lado de uma torre com 27 pisos que alberga os escritórios da organização. A torre, com 100 metros de altura, e’ o maior edifício em Addis Abeba.Com um custo calculado em 200 milhões de dólares americanos, a nova sede e’ um donativo do governo chinês, anunciado pelo presidente chinês Hu Jintao, durante a Cimeira China-África, que teve lugar em Beijing em 2006. A China descreve a obra como sendo o maior projecto chinês em África depois da Linha-férrea de Tazara, construída entre os anos 1970/1975 e que tinha como objectivo conceder acesso ao mar à Zâmbia, através do porto tanzaniano de Dar-es-Salaam. A Linha-férrea de Tazara também tinha como objectivo eliminar a dependência da Zâmbia dos países na altura governados por regimes minoritários, tais como o de Ian Smith, na antiga Rodésia do Sul, do apartheid na Africa do Sul e dos portugueses em Moçambique. As obras da construção da nova sede da UA iniciaram em Fevereiro de 2009, tendo sido concluídas em Dezembro de 2011, pelo empreiteiro “China State Construction Engineering Corporation”. As obras envolveram cerca de 1.200 trabalhadores chineses e etíopes. Falando durante a cerimónia, o presidente incumbente da UA e da Guiné-Equatorial, Teodoro Obiang Nguema, enalteceu a “generosidade do governo chinês”, descrevendo o edifício como um salto quantitativo nas relações entre África-China. Segundo Obiang Nguema, a China não vacilou em prosseguir com o projecto, mesmo após a eclosão da crise financeira internacional que abalou a maioria dos países desenvolvidos e economias emergentes. “São nos momentos difíceis que temos a oportunidade de conhecer quem são os nossos amigos”, disse Obiang Nguema, para de seguida acrescentar “através deste edifício, a China acaba de demonstrar que pode ser considerado um verdadeiro amigo”. Obiang Nguema também manifestou o seu apreço pela Etiópia pelo seu contínuo apoio concedido à UA, bem como à anterior instituição, a Organização da Unidade Africana (OUA). Aliás, foi o próprio governo etíope que cedeu o terreno onde actualmente se encontra instalada a nova sede da UA. O edifício, disse Obiang Nguema, “e’ o reflexo da uma nova África e espelha o futuro que queremos para África”.Durante a cerimónia, as autoridades chinesas fizeram-se representar por Jia Qinglin, presidente da Conferência Consultiva Política do Povo Chinês e membro do Comité Permanente do Politburo do Comité Central do Partido Comunista Chinês. Tomando a palavra, Jia disse aos Chefes de Estado e de Governo presentes no evento que “este majestoso complexo revela claramente a nossa amizade com o povo africano, e testemunha o nosso forte compromisso de apoiar o desenvolvimento de África”. Jia disse ainda que o edifício “e’ o símbolo do aprofundamento das relações entre África e China”, sublinhando que, actualmente, o seu país e’ o maior parceiro comercial de África e que o total de investimentos no continente está calculado em 13 biliões de dólares americanos.
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