sexta-feira, novembro 20, 2020

Afinal, quem manda aquí?

O governo da província de Inhambane, sul de Moçambique, devolveu a petroquímica sul-africana Sasol o plano de desenvolvimento comunitário nos distritos de Govuro e Inhassoro, por falta de concordância entre as estruturas envolvidas na identificação dos projectos. Esta decisão foi tomada pela Secretária de Estado e pelo governador da província, Ludmila Maguni e Daniel Chapo, respectivamente, na reunião do Comité de Parceria, fórum que junta o governo, representante das comunidades e a Sasol, depois que se verificou a falta de entendimento entre as comunidades, as autoridades dos distritos onde actua a petroquímica sul-africana e esta.

Segundo o “Notícias”, os secretários permanentes do Govuro e Inhassoro não reconheceram os projectos arrolados pela multinacional sul-africana, alegando que não foram respeitadas as recomendações dos Acordos de Desenvolvimento Local (ADL), para além da exclusão de outros actores-chave na identificação das preocupações da população. Os representantes das comunidades nos comités de parceria afirmaram que um dos obstáculos na planificação harmoniosa é a falta de fluxo de informação.bO director-geral da Sasol para Moçambique reafirmou, no entanto, que o plano era do conhecimento das comunidades locais.

Ovídio Rodolfo reiterou que a sua empresa vai continuar a pautar pela transparência na identificação de projectos comunitários, bem como na selecção de empresas para a sua implementação. Perante esta situação, Maguni e Chapo, que orientaram o encontro, decidiram devolver o plano à Sasol, para melhor planificar respeitando as necessidades das comunidades locais.O governador provincial manifestou-se, porém, indignado com os administradores distritais, por ficarem “alheios” ao processo da planificação dos projectos da responsabilidade da multinacional petroquímica.“A Sasol não manda nos vossos distritos (...) 

Não podem se eximir das vossas responsabilidades como dirigentes. Orientem a população como falar com a Sasol, identificando projectos cujo impacto se reflicta no melhoramento da sua vida”, disse. Ludmila Maguni disse, por seu turno, que tudo o que não foi discutido no distrito, na província não tem lugar, devendo, por isso, a Sasol recomeçar o processo de planificação respeitando as estruturas administrativas locais, segundo mandam as normas.

 

 

 

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