Conhecidos na gíria popular por “Simanguinhos”, em tributo ao seu homónimo
de Maputo, que no seu primeiro mandato enfrentou os mesmos problemas, os
buracos tornaram a cidade da Beira praticamente intransitáveis devido a
situação lastimável em que se encontram maior parte das vias da urbe. Naquela
cidade é difícil circular, principalmente nos dias chuvosos, devido ao mau
estado em que se encontram as estradas em diversos pontos da cidade, o que
condiciona a vida dos munícipes que, não raras vezes, vêem- -se obrigados a
parquear as suas viaturas para não correrem o risco de danifica-las. O MAGAZINE
efectuou uma ronda pelas artérias da cidade da Beira e constatou que os
problemas vão desde o pavimento irregular, aos buracos, alguns dos quais
enormes no meio da estrada, bem como o desgaste das marcas de sinalização do
pavimento em muitas zonas. Os munícipes da Beira reclamam pela demora do
Conselho Municipal em resolver o problema que remota desde 2012 e vai se
agravando com o andar do tempo.
Os automobilistas dizem que as viaturas estão a
ficar danificadas por causa do mau estado das vias e pedem socorro a quem de
direito. Na Av. FPLM, por exemplo, apenas o troço que parte da Praça da Independência
até ao Estoril, é que está em boas condições de transitabilidade. As restantes
vias, incluindo a EN6, a principal via que liga aquela cidade ao resto do país
e outros países do interland, encontra-se em avançado estado de degrada- ção,
principalmente dentro da cidade. Para quem conhece aquela cidade, sabe que
quase todas as ruas transversais que ligam os principais bairros da cidade
estão completamente esburacadas, o que obriga os automobilistas a esforçarem-
-se para transitarem, sobretudo nos dias de chuva. Ouvidos pelo Magazine,
alguns automobilistas estão agastados com a situação por considerarem que os
buracos na via pública danificam as suas viaturas e mostraram-se agastados pela
falta de acção da edilidade. “Aqui é difícil andar de carro. Quase todas as
estradas estão esburacadas e o Município nunca resolve a situação. O meu carro
está sempre com problemas de suspensão por causa dos buracos. A situação está
péssima”, disse um automobilista gestor de uma instância hoteleira. Bem no
coração da zona nobre da considerada segunda maior cidade do país, ruas como
João Quero, J de Barro, Mártires da Revolução, Serpa Pinto, Cunha, só para
citar alguns escassos exemplos, estão completamente esburacadas. Na Av. Mateus
Sansão Muthemba, junto ao complexo Oceânia, restam somente algumas “ilhas” de
asfalto. Na via do Aeroporto à Manga, passando por Manga- -Mascarenhas, os
automobilistas recorrem a todo o tipo de manobras possíveis para, por ali,
passar durante o tempo chuvoso, uma vez que devido as águas das chuvas, os
condutores têm de “adivinhar” por onde passar.
Em vários outros pontos da
cidade da Beira, os automobilistas recorrem a vários truques para fugir das
covas, mas porque quase todas as ruas da cidade estão esburacadas, não lhes
resta outra saída se não pedir socorro, a quem de direito. Desde 2013 que a
situação vem se agravando, perante uma aparente incapacidade das autoridades
municipais. Tanto o presidente do município, Daviz Simango assim como o seu
vereador para Área de Construção e Urbanização, sempre prometeram resolver a
situação em prazos curtos, mas nunca cumpriram, segundo avançaram alguns
automobilistas ouvidos pelo Magazine. Segundo eles, o Conselho Municipal da
Beira que sempre promete fazer uma reabilitação de raiz de algumas estradas, através
da remo- ção e recolocação do asfalto, apenas fez o tapamento de buracos com
saibro, o que faz com que sempre que chove voltem a surgir os buracos. A
edilidade justifica o facto com problemas no seu orçamento que não possibilitam
a resolução da degradação das estradas. Estranhamente, o Município da Beira é
um dos que anualmente se beneficiam do Fundo de estradas, canalizado pela
Administração Nacional de Estradas para a manuten- ção destas, mas assiste-se,
ao invés de trabalhos de manutenção, ao tapamento de buracos em estradas
alcatroadas recorrendo a saibro que se transforma em lodo quando chove,
deixando os buracos ainda mais salientes e concorrendo para o entupimento dos
canais de drenagem recentemente reabilitados. Segundo dados fornecidos pela ANE,
no ano passado, aquele município não constava da lista dos municípios que não
recebem fundos.
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