Presidente turco diz haver células
ligadas ao golpe de Estado de 2016 em Moçambique.O Presidente da Turquia pediu ao seu homólogo moçambicano Filipe Nyusi que o
ajude a caçar os seus adversários políticos que ele considera terem estado por
trás da tentativa de golpe de Estado em Julho do ano passado. Recyp Erdogan
alertou nesta terça-feira, 24, para o perigo dos referidos grupos e disse
esperar que Moçambique dê a sua cooperação, como um país amigo.O pedido foi feito num encontro a sós com Filipe Nyusi e no qual Erdogan deixou
aquele que foi um dos principais objectivos da sua visita a Moçambique.Durante cerca de 20 minutos, Erdogan disse a Filipe Nyusi que quer o apoio de
Moçambique para neutralizar células terroristas turcas que se encontram
infiltradas no país."As alegadas células estão
envolvidas em actividades ligadas ao sector do ensino e outras actividades
sociais que parecem inofensivas ou mesmo ligadas ao desenvolvimento, mas tem
por trás, planos terroristas que podem afectar Moçambique", sustentou o
Presidente turco.De acordo com informações de fontes que não se quiseram identificar, um dos
alvos de Erdogan é a Willow International School, um dos maiores centros de
ensino em Maputo, reconhecido pela sua qualidade e que serve, basicamente,
filhos das elites políticas e económicas do país.As autoridades de Ancara consideram a escola um dos investimentos do movimento Gulen
e que deve ser encerrada.A direcção da Willow recusou fazer qualquer
comentário.
Os governos de Moçambique da Turquia
abriram uma nova página no capítulo das relações bilaterais, ao assinarem hoje,
em Maputo, quatro acordos de cooperação destinados a conferir ímpeto e ganhos
mútuos nos domínios contemplados.Trata-se do acordo sobre supressão de vistos
em passaportes diplomáticos e de serviço, rubricado pelo Ministro dos Negócios
Estrangeiros e Cooperação, Oldemiro Baloi, e seu homólogo turco, Mevlut
Cavusoglu. Os dois ministros assinaram igualmente o acordo de consultas
políticas.O acordo sobre a cooperação comercial e económica foi assinado pelo
Ministro da Indústria e Comércio, Max Tonela, e sua contraparte turca, Nihat
Zeybekci, que é o titular da pasta da economia. Os dois dirigentes rubricaram
ainda o acordo sobre a promoção e protecção de investimentos.Os dois governos
assinaram dois memorandos de entendimento, dos quais o primeiro no domínio da
cultura e o segundo sobre o turismo, rubricado pelo titular da pasta, Silva
Dunduro, e seu homólogo daquele país.Os acordos constituem o saldo da visita
que o Presidente da Turquia, Recep Erdoğan, está a
efectuar ao país, a primeira de um estadista turco desde que os dois países
estabeleceram laços de amizade e cooperação há 40 anos.Erdogan, acompanhado por
uma delegação de 150 empresários, foi recebido com 19 salvas de canhão, e
manteve demoradas conversações com o Presidente Filipe Nyusi, durante as quais
avaliaram o nível de cooperação e relançamento do capítulo promovido pelo seu
governo, que coloca acento tónico na “diplomacia económica”.
Segundo o estadista moçambicano, para além de ser um país amigo e irmão, a
Turquia constitui porta de entrada ao Médio Oriente e os indicadores da
cooperação que estão para além de encorajadores permitem afirmar que vale a
pena consolidar essa relação. No entanto, sobre outros temas que avultaram nas
conversações, Nyusi disse que haverá aspectos concretos que os dois países vão
privilegiar nos comités conjuntos que trabalharão no detalhe do que deve ser
implementado. A visita do presidente turco a Moçambique está inserida no
périplo que está a efectuar por três países da região, iniciada na Tanzânia,
seguida de Moçambique, e que deverá terminar no estado insular do Madagáscar.
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