O antigo embaixador moçambicano
nos Estados Unidos de América, no período de 2009 a 2012, Armando Panguene,
questionou esta quarta-feira, na cidade central da Beira, a atitude de
diplomatas ocidentais acreditados em Maputo, no tocante a pronunciamentos contra
o Governo, considerando que os representantes de estados africanos, incluindo
de Moçambique, nunca veiculam as suas opiniões em público nem no domínio da
imprensa naqueles países. “O
princípio de um diplomata é ser discreto. Nunca expõe as suas ideias em
público. Mas, os diplomatas doadores saem desta área discreta”, afirmou
Panguene, citado hoje pelo “Diario de Moçambique”, publicado na Beira. Pangue falava como orador na
aula de sapiência intitulada o “Papel do diplomata enquanto representante do
Estado”, que marcou a abertura do ano académico no Instituto Superior de
Ciências e Tecnologia Alberto Chipande (ISCTAC).
Durante o seu discurso, ele disse
que esses embaixadores acreditados em Moçambique aproveitam-se do facto de os
seus países também serem doadores, daí assumirem a autoridade de fazer
declarações contra o Governo baseado em Maputo. Sublinhou que os diplomatas
africanos não tecem as suas considerações sobre os países onde cumprem as suas
funções. Ele estabeleceu
uma diferença entre os diplomatas africanos e os europeus: “Há uma diferença
entre os embaixadores que estão em Moçambique, os europeus e nós, como
moçambicanos, que estamos noutros países. Os que estão em Moçambique
representam países doadores. Nós quando estamos nestes países, nunca nos
podemos pronunciar sobre as políticas nacionais destes países, falamos nas
nossas reuniões privadas. Mas nunca em público, nunca à imprensa”.
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