O presidente da República está a caminhar a
passos galopantes para o fim do seu mandato. A senhora vai ou não se candidatar
à Presidência da República?Isso nunca passou pela minha cabeça. Acho que no fim
do mandato do meu marido temos o direito de fazer a nossa vida pessoal. Demos a
nossa contribuição durante estes 10 anos para o desenvolvimento do país. acho
que também será uma oportunidade para que os outros moçambicanos possam fazer
ainda melhor que nós. há muitos e muitos quadros no nosso país que poderão dar
a sua contribuição de uma forma muito boa.
Se porventura o partido Frelimo lhe colocar essa
proposta, qual será a sua resposta?Impossível. Sou quadro sénior da Frelimo,
mas não é possível. Acho que este tempo foi de trabalho muito intenso, então é
o momento para darmos também a nossa contribuição de uma outra maneira. Não
nesta posição, porque a Frelimo e Moçambique têm muitos quadros. Vão surgir
muitos quadros para desempenhar essa função.
Como é que olha para a actual situação política
do país, em particular, a tensão política que se vive em Muxúnguè?Olhamos para
esta situação com muita preocupação, porque eu, em particular, e penso que
aqueles que têm quase a minha idade viveram momentos de horror e terror e não
querem voltar para esse tipo de situação. Moçambique está em paz há 20 anos e
queremos continuar em paz, queremos que as nossas crianças desfrutem da paz.
Queremos que as nossas crianças e nós continuemos a desenvolver o nosso país
sem nenhuma perturbação. Por isso, todos os moçambicanos, todos nós, vamos
trabalhar para que a paz continue no nosso país. Quem deve manter a paz somos
todos nós. Não é apenas a polícia, não é apenas o Ministério da Defesa, cada
moçambicano no local em que estiver tem o dever de manter a paz no nosso país.
A questão da recandidatura ou não do presidente
da República tem sido motivo de forte debate. Como esposa do Presidente, como é
que olha para esta questão?Digo com toda a franqueza: ele não se vai
recandidatar. Ele disse em público várias vezes e eu digo aqui que ele não se
vai recandidatar. No fim do mandato ele vai entregar as pastas ao outro
presidente. Então, não adianta criarmos preocupações ou insistências. A verdade
é uma, ele não se vai recandidatar.
Se lhe colocassem a proposta de um terceiro
mandato, o que o aconselharia?Não o aconselharia a ir ao terceiro mandato,
porque devemos ser nós os primeiros a respeitar a Constituição. Devemos ser os
primeiros a respitar o mandato. Se são 10 anos, então no fim tem que haver este
processo de eleições e um novo presidente.
Como é
que a primeira-dama reage quando lê jornal, vê televisão, escuta rádio e
depara-se com críticas fortes à governação do seu marido?Muitas vezes, vejo que
são pessoas que não estão informadas; são pessoas que não conhecem o Moçambique
real; são pessoas que não conhecem as realizações do país. Se formos a Manhiça,
a Gaza, iremos ver as mudanças que há, aquilo que está a acontecer. Mas estamos
num país em democracia e com liberdade de expressão, então cada um pode falar o
que bem acha. Eu não digo que não se faça críticas, mas elas devem ser
construtivas.(OPais)
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