………um ucraniano que segurava uma grande bandeira vermelha e preta, com o símbolo da Ucrânia. Era do Exército Insurgente Ucraniano, força nacionalista que lutou contra ambos os lados na Segunda Guerra Mundial, recorrendo à colaboração com os nazis e acusada de assassinar judeus e polacos.
…………no conflito
israelo-palestiniano, em que a ocupação dura há tanto tempo que muitos já a
tratam como se não o fosse. Há sempre alguém que me explica que de um lado há
uma democracia e do outro não. ......................
Mas a primeira resposta que
dou é sempre a mesma: há um ocupante e um ocupado e eu sei de que lado estou
quando isso acontece. Dou este exemplo, mas poderia dar o de outras guerras e
ocupações passadas e presentes que agradariam mais a uns ou a outros. ………………………
………… também me fazem
chegar informação verdadeira, meio-verdadeira, falsa ou simplificada, por
ignorar o contexto, sobre a vida política ucraniana – curiosamente, menorizam
coisas piores na Rússia. A existência de milícias neonazis integradas nas
forças armadas (o que leva ao salto lógico de transformar o presidente
ucraniano, que até é judeu, num nazi), a proibição do Partido Comunista ou a
discriminação da minoria russa, com o encerramento dos canais em língua russa,
por exemplo. ............................
Nem o regime criminoso de Saddam me impediu de ser contra a ocupação do Iraque, porque haveria o olhar que tinha sobre o Presidente da Ucrânia, democraticamente eleito em 2019 (e não imposto por qualquer golpe Estado em 2014, como alguns insistem e afirmar), impedir que me opusesse sem adversativas a esta ocupação?...................
Não passam de oportunistas
políticos que aproveitam a guerra para castrar qualquer debate
racional. Não é de agora. Sempre foi assim nas guerras. Não é só a verdade
que é a primeira baixa, é o pensamento. ………………………
Nem sempre é tão claro num
conflito militar, mas há um agressor e um agredido. Houve outros no passado?
Houve. Alguns que agora se indignam não se indignaram ou até estiveram do lado
do ocupante? Sim. E isso muda o quê? …………………………
Temos de estar atentos a passos definitivos que aproveitam a dificuldade do debate. E eles começam a ser dados. Quem não se lembra das medidas securitárias e violadoras dia direitos humanos depois do 11 de setembro? ……………………………
E sabemos esta verdade
insofismável: há um ocupante e um ocupado. E é por isso que, sem precisar de
outras considerações, espero que o povo ucraniano continue a resistir e nós a
apoiá-lo. E que o povo russo consiga derrubar o ditador. Em tudo o resto
podemos e devemos discordar. Nisto também, claro. Mas nessa discordância,
e só nela, se traça uma fronteira moral. ..................................
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