As
famílias devem retomar a comunicação dentro do lar, recolhendo o celular
durante as refeições, disse no Vaticano, o Papa Francisco. Ele fez o pedido
durante a última oração do Angelus de 2019. O pontífice convocou os fiéis a
melhorar a comunicação dentro de casa. Ele sugeriu que a família moderna siga o
exemplo dos personagens bíblicos Jesus, Maria e José, que se ajudavam
mutuamente.
“Você,
em tua família, sabe se comunicar, ou é como aqueles jovens na mesa, cada um
com o telefone celular, [que] estão [trocando mensagens] em chats? Naquela mesa
parece um silêncio, como se estivessem na missa, mas não se comunicam. Devemos
retomar a comunicação em família: os pais, os pais com os filhos, com os avós,
mas comunicar-se, com os irmãos, entre eles. Essa é uma tarefa a ser feita
hoje, precisamente no dia da Sagrada Família”, conclamou.
No
primeiro domingo após o Natal, a Igreja Católica celebra a festa da Sagrada
Família. Ao discursar na sacada da Basílica de São Pedro, o papa pediu que os
cristãos sigam o modelo da família de Jesus.“Que a Sagrada Família possa ser
modelo para nossas famílias, para que pais e filhos se apoiem mutuamente na
adesão ao Evangelho, fundamento da santidade da família”, acrescentou. Em 2017,
o papa havia criticado o uso de celulares durante a missa. Na ocasião, ele
disse sentir-se triste quando fiéis e até bispos levantam o aparelho para
fotografarem durante as celebrações religiosas.
Fim do Sigilo Para Os Padres Violadores
Esta é a primeira vez que a Igreja, seguindo a
decisão do Papa Francisco em meados de Dezembro passado (17), abrindo a mão da prerrogativa de segredo pontifício no
tratamento de casos de abuso sexual no Vaticano. Uma decisão há muito aguardada
pelas vítimas e que atesta a vontade do pontífice de continuar sua luta contra
o problema. As vítimas de abuso sexual na Igreja estão esperando por isso há
muito tempo, e o Papa Francisco as ouviu. O sigilo pontifício, que mantinha os
procedimentos canônicos em caso de abuso sexual à sombra e longe dos olhares do
público, agora foi suspenso.
A questão foi debatida por um longo tempo
durante a cúpula sobre abusos organizada no Vaticano em fevereiro passado na
presença de episcopados de todo o mundo. A discussão foi alvo de relutância no
mais alto nível da Igreja. Mas o papa agora quer transparência. O sigilo
pontifício até agora impediu as vítimas de acompanharem os procedimentos
disciplinares em andamento contra um padre ou um religioso agressor. Ele até
impediu que essas vítimas soubessem qual foi a sentença proferida contra o
agressor. A decisão de Francisco deve permitir que as dioceses trabalhem melhor
com a justiça civil, pois não poderão mais se esconder atrás do segredo.
Os sistemas de justiça dos vários Estados
também poderão exigir os arquivos que estavam adormecidos no Vaticano,
para que possam ser entregues a seus magistrados investigadores.
A Santa Sé insiste, no entanto, que a
confidencialidade das vítimas e testemunhas deva sempre ser protegida.
O texto publicado nesta terça-feira também
especifica a importância de preservar a identidade dos agressores, para que a
justiça possa ser feita nas melhores condições.
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