sexta-feira, junho 19, 2009

Tolerancia é uma exigência

Frequente nos últimos anos desta legislatura o sentimento de que o tratamento do nacional em função a sua competencia não é atributo principal para as suas aspirações.A moçambicanidade deixou de ser o suficiente para fazer juz aos propositos individuais, colectivos e associativos.

Este “tique” adverso aos sonhos do arquitecto da unidade nacional é alimentado pela bipolarização da política, recaindo toda a responsabilidade aos que insistem em ficar entrincheirados na defesa do seu feudo.Os discursos que se conhecem deixam para as últimas linhas aquelas que eram as principais palavras, como a paz, solidariedade, perdão, unidade e harmonia.Ataques em todos os sentidos e de forma contundente levantam os maus espiritos, aqueles que há muito foram enterrados, agora exorcitados.A intolerância política pouco a pouco, começa a tomar conta dos principais actores numa manifesta arrogância para com uma população que tanto está bem agora como entra no desespero amanhã.As famílias atacadas em tempo de paz por uma multidão de compatriotas muito recentemente na terra natal de Eduardo Mondlane é um dos sinais de quanto a secular tolerancia dos moçambicanos é infectada pelos políticos da actualidade.A ausência de disposição para aceitar pessoas com pontos de vista diferentes é um exemplo triste para a jovem democracia moçambicana.Certo de que os moçambicanos envolvidos nestes actos violentos não tenham sido incitados a tal, não deixa de ser um aviso de que vamos ter um ano eleitoral efervescente.Gente simples, dedicada ao trabalho foi também vítima de uma postura nada cívica, da parte dos auto-intitulados “pais” da democracia no país. Destruição de bens foi a arma utilizada numa afronta aos principios de convivência entre os homens e são testemunhas os que vivem na terra onde nasceu o nosso actual Presidente da República.

Os argumentos têm que ser outros, diferentes das formas mais óbvias de intolerância política, sobretudo aquelas que lançam mão da violencia para esmagar quem não comunga das mesmas ideias.Apela-se a tolerância, sabendo que cada moçambicano sempre pode discordar mas que o faça pacíficamente.Não se pode hipotecar o visível desenvolvimento do país, construindo-o em cima da raiva, menosprezo das pessoas por causa das suas opiniões ou características fisícas ou culturais.Num nível mais extremo pode levar a violencia e na sua forma mais severa ao genocídio.Foi assim no Ruanda, Uganda, Sudão, e Costa de Marfim, apenas alguns exêmplos de povos que decidiram responder aos actos intolerancia usando o terror das armas.

O povo moçambicano é reconhecido como trabalhador e hospitaleiro , não se compreendendo as atitudes violentas reportadas de um dos distritos da terra que viu nascer o arquitecto da unidade nacional.A classe politica não está a falar para o abstrato. Os que ouvem e registam com um olhar atento são também filhos de Deus e como tal têm sentimentos.

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