terça-feira, outubro 27, 2009
Noticiando
A chance da mudança
Quarta-feira, 28 de Outubro, um pouco mais de 9 milhões e meio de moçambicanos irão às urnas para eleger o novo quadro político.
Mas por que votar? Qual a importância do voto? Qual o papel dos cidadãos e das cidadãs neste contexto?
O voto é a forma pacifica e legal de escolher quem nos representará politicamente.
Quando votamos, delegamos os nossos sonhos e desejos a outros compatriotas, que julgamos que irão representar e lutar pelos nossos direitos.
Todo o cidadão e cidadã deve ter na consciência o protagonismo que ocupam na vida política do país e acima de tudo nos caminhos que o país segue.
Em suma o compromisso de corresponder ao desejo dos eleitores que anseiam e justamente por um amanhã melhor de ponto de vista social.
O voto é o principal instrumento que temos para a a construção da sociedade e o país que queremos.
Vá votar, mostre que é um moçambicano de verdade!
sexta-feira, outubro 23, 2009
LABSOFT (2)
No seguimento do nosso trabalho da semana passada, a propósito das empresas seleccionadas para fornecer o material eleitoral, quisemos saber mais sobre a Lab Soft, Lda.
Assim, um dos nossos repórteres dirigiu-se à Conservatória de Registo das Entidades Legais para proceder à reserva do nome, processo de rotina para quem pretende registar uma empresa. Este procedimento serve para evitar a duplicação de nomes por mais do que uma entidade. Não havendo nenhuma outra entidade registada com esse nome, a Conservatória passa uma Certidão de Reserva de Nome, aquilo que comunalmente se chama “Certidão Negativa”, com uma validade de noventa dias.
Tendo lidado com instituições do Estado e seguido todos os procedimentos oficiais, não temos qualquer razão para duvidar da legitimidade e veracidade dos dados que temos em nossa posse, pelo que até prova em contrário, devidamente documentada, a Lab Soft, Lda não existe. Também não tem registo como contribuinte, pelo que indubitavelmente nem sequer pagará impostos ao Tesouro pelo fabuloso lucro que irá colher numa transacção envolvendo o mesmo Estado que de forma draconiana tem andado a mover uma perseguição sem tréguas a empresas legítimas, legalmente constituídas, empregadoras de dezenas, centenas ou milhares de moçambicanos, e que se esforçam por cumprir escrupulosamente com as suas obrigações fiscais.
LABSOFT (1)
“Certifico para efeitos de publicação que por escritura de catorze de Maio de dois mil e oito, lavrada a folhas vinte e três e seguintes do livro de notas para escrituras diversas número setecentos vinte e dois traço B do Primeiro Cartório Notarial de Maputo, perante mim, Anádia Statimila Estêvão Cossa, licenciada em Direito, técnica superior dos Registos e Notariados e notária do referido cartório, foi constituída uma sociedade por quota de responsabilidade limitada entre Mouro Rodrigues Conceição da Costa e Penicela Pedro Vasco, que será regida pelas disposições constantes dos artigos seguintes”:
No capitulo I sobre a denominação e sede, o artigo primeiro refere que “A sociedade adopta a denominação de LabSoft, Lda, é uma sociedade por quotas de responsabilidade limitada, mantém-se por tempo indeterminado e rege-se pelos presentes estatutos e pacto social preceitos legais aplicáveis”. (Jorna Noticias 23/10/09)
quarta-feira, outubro 21, 2009
Hipotético
Costumeiro manipular o público em período de campanha eleitoral. Pouco usual mas sempre se vai fazendo com muita criatividade um jornalismo de hipotises. Entre uma e a outra situação também é possivel conceber uma hipotética entrevista . O que vai ler é apenas um cenário construido na base de elementos percebíveis no decorrer da presente luta pelo voto e que traz um concorrente que procura passar alguma credebilidade. A “entrevista” ao senhor Daviz Simango (DS).
P- O vosso manifesto traz algumas novidades mas no seu todo não especifica como vai o seu partido resolver questões que enfermam o cidadão?
DS- Sabe, as dificuldades que o moçambicano enfrenta já todos sabemos, nada é novo. Felizmente todos conhecemos, temos sensibilidade porque vivemos na carne. A diferença que trazemos é na maneira como fazer as coisas. Por exemplo o investimento nas zonas rurais é uma decisão que vale politicamente mas não economicamente. Explico-me. Se daquí a dois anos o Presidente Guebuza voltar a palmilhar os distritos tenho quase a certeza que poucos serão os projectos de pé.
P- Derrotismo, não acredita nas capacidades dos camponeses?
DS- Disse e muito bem: capacidadades. Este dinheiro teria que ser gerido tecnicamente e financeiramente por um orgão dotado destas permissas de modo a educar, ensinar e monitorar as propostas dos conselhos consultivos. De nada valerá abrir uma moagem em determinada localidade quando há imensas dificuldades depois para escoar o produto final, seja por más vias de acesso ou então descapitalização do comercaiente mais próximo. Façamos isto mas sem pressa e com os pés no chão, até porque estes projectos têm de devolver o dinheiro investido para rederecionar para outros projectos no distrito.
P- Muito tem falado nos seus discursos da dispartidarização do Estado. É sabido que os cargos de chefia são de confiança politica, mesmo em outras partes do mundo.
DS- Quando o professor deixa de receber os seus salários a tempo e horas e sito passa a ser rotina, uma forma de viver, uma postura assumida por uma Direcção Provincial é porque qualquer coisa não vai bem. Os responsáveis pela demora jamais podem ser de confiança politica, porque estão a comprometer a imagem do Governo do dia ao prestar mau serviço ao público.
P- Uma coisa é pensar assim e outra é a pratica?
P- O seu Partido remeteu a Procuradoria Geral da República uma queixa crime contra a CNE. O que é pode mudar sabendo-se que uma decisão final leva sempre algum tempo.
DS- Temos todo consciência de que a PGR vai emitir a sua decisão para lá do período eleitoral o que é compreensível, tal como qualquer processo que exige a necessária investigação. Vou ser sincero: pressionamos com razão a CNE e ela mostrou as suas fraquezas. Fizemo-lo junto do Conselho Constitucional e o resultado não foi diferente. Agora queremos testar se de facto a lei está acima dos interesses do homem. Cabe a estes pilares da nossa justiça lavarem a imagem cinzenta que estão a deixar. O problema já não é nosso. Este um combate politico, o único que se deve fazer.
P- Alguns membros que aderiram ao seu movimento têm vindo a abandona-lo em plena campanha, isto não o aflige depois de tanto se falar que todos estavam consigo?
DS- Todos? Não. Se assim fosse ninguém envergava as cores de outras formações partidarias vistas nesta campanha. A desistência de alguns membros pode dever-se a várias motivações sendo a principal a falta de convicção. Quem tem convicções mesmo sem material de campanha e outros apoios logísticos trabalha, trabalha até ao esgotamento.
P- Vemos multidões nos comícios dos outros candidatos, mas nos seus muita pouca gente presente.
DS- As imagens que chegam pela televisão nem sempre expressam a realidade. Seja como for é verdade que em termos de ajuntamento saio a perder. O que me diz para continuar é a certeza que há muita matéria prima para alimentar esta fábrica da esperança. O segredo é passar a mensagem e bem a cada a povoação que vamos palmilhando via terrestre.
P- Revela-se a prior um candidato tercializado?
DS- No boletim de voto não (risos)..... mas sabe meu amigo, das pessoas que se aglomeram nos grandes comícios , uns são menores, uns não tem cartão de eleitor, os que têm nem todos vão votar naquele orador. Vamos aguardar.
P- Aguardar parece não fazer parte do seu vocabulário. Não acha que se precipitou ao candidatar-se a Presidencia?
DS- Parti para este desafio ciente que estaria em desvantagem porque as pessoas não me conhecem o suficiente para confiar o seu valioso voto. Mas na politica há que aproveitar o sentido de oportunidade. O terreno é favorável á mudança que pode começar como se desejaria ao nível da Assembleia da República....ficamos amputados em alguns círculos importantes.
P- Mas a CNE diz que alguma documentação foi esquecida por colaboradores seus na bagageira de uma viatura?
DS- É verdade mas isso não retira as dúvidas em volta das decisões da CNE, particularmente a dualidade de critérios. Nós esquecemos e apresentamos mais tarde, outros não se esqueceram e foram feitos arranjos temporais para legalizarem os seus processos.
P-Está a falar do PLD?
DS- É uma questão de carácter e isso varia de pessoa para pessoa.
P- Quem está financeiramente por detraz do seu Movimento?
DS- Essa pergunta sabia que iria fazer. Dizer que vivemos das quotas dos membros era brincar com a inteligência das pessoas ....estariamos a ser mentirosos. Internamente temos apoio humano e também financeiramente. Humano, são aqueles que deram a cara sem receios e financeiro são os mais reservados. Estes deram contribuições na condição de ser em dinheiro vivo embora desejassemos que o fizessem para a conta do Movimento quer por cheque ou transferência bancaria.
P- Neste secrectismo há sempre alguém aproveitar-se?
DS- O Departamento Financeiro recebe e o apoiante informa de imediato aos membros da Comissão Politica. É uma gestão estranha, não dá muita transparência por mais que se esforce nesse sentido, mas há que proteger as pessoas.
P- Disse apoio interno o que pressupõe externo, como a ala saudosista colonial em Portugal com quem se encontrou logo a formação do seu partido?
DS- Tinhamos a consciência que só com apoios internos não nos aguentariamos e os factos provam isso. Fui muito criticado pelo Partido Frelimo mas julgo que será dificel comprender por razões óbvias. Nos países visitados reunimos com os moçambicanos que se mostraram disponíveis e interessados em ouvir os propositos do nosso manifesto politico. Não é correcto dizer que foi com toda a diáspora. Também falamos com portugueses que nasceram, cresceram, estudaram e constituiram família em territorio moçambicano.
P- O caso das filhas de Jorge jardim?
DS- Também e que se mostratram curiosas em conhecer a nossa visão para Moçambique. Sabemos que isto caiu muito mal nos círculos do poder. O facto é que a história não se pode apagar e nem por isso que o Governo deixou de fazer o negócio com a Mota Engil a responsável pela construção da ponte sobre o rio zambeze. Uma empresa cujos alguns quadros seniores são membros de partidos que apoiaram a guerrilha contra os governos de Angola e Moçambique e fazem parte da direita no parlamento europeu. Convenhamos: hoje esta nova geração de eleitores nem sabe, infelizmente, quem foi o fundador da nação moçambicana. Estão mais preocupados com o presente e o futuro.
P- As viaturas para cada sede provincial veio desse apoio?
DS- Uma parte sim e outra foi local.
P- A filha mais nova do Dr. Mondlane declarou num comício na Zambézia que quem matou o pai, foi Urias Simango, seu pai?
DS- Também ouvi dizer. Sabe entre eu e a Nhelety há algo em comum. Não sabemos em que circunstancias e as motivações que levaram à morte dos nossos pais. Há por aí tantas versões inclusive a viúva do Presidente Mondlane declarou muito recentemente que está a espera do relatório conclusivo da policia da Tanzânia. Também ela desconhece.
P- Os candidatos têm falado muito de Deus, orado com religiosos, participam em cerimónias tradicionais. Oportunismo?
DS- Na politica não há solidariedade. Tudo vale. Agora há que , respeitar quem nos dá parte do seu tempo para nos ouvir.
P- Voltando ao seu manifesto. Dá entender que não há muito espaço para o funcionário do estado melhorar a sua renda ?
DS- Eu presenciei um Director Provincial dos Transportes a orientar um encontro com proprietários de transportes semi-colectivos para discutir rotas e tarifas. Esse mesmo director era dono de uma frota de transportes. Em que ficamos? O Estado não enriquece e portanto todos que assumem cargos de chefia e desejem melhorar e, justamente a sua receita e, têm potencial, vocação para negócios terão que declinar uma das coisas. Vão dar mais emprego e criar mais riqueza. Deixem os que querem fazer carreira de funcionário público o seu maior investimento e a sua maior riqueza. Acredite que farão bons negócios para o Estado que é prestar um bom serviço ao público.
P- Tem prometido 1% do PIB para construir casas para os jovens. Não é demagogia num país pobre?
DS- O facto do actual governo dizer que é impossível não significa que não há moçambicanos com ideias diferentes e saídas inteligentes para provar o contrário. É por isso que temos de agregar todos os cerebros, porque para cada caso há sempre uma solução. O que está garantido é que Moçambique é rico depende agora como tirar proveito o que Deus nos deu.
P- Antes da campanha esteve em Harare onde conferenciou com lider do MDC, agora primeiro ministro do Zimbabwe, inclusive tem nesta campanha um membro daquele partido.
DS- Tinhamos de recolher o maior número de informações para sabermos como lidar com uma situação como esta, nova para todos.
P- Como as tacticas de vitimização?
DS- Todos os partidos nesta campanha se queixam de ataques fisicos e verbais o que é de tudo condenável. Pessoalmente fui alvo mesmo antes de um atentado em Nacala cujo desfecho policial até hoje não se sabe.
P- Não foi bem vindo em Gaza.
DS- Pessoas envergando as cores de um dos dos partidos concorrentes fizeram questão de afrouxar o nosso ímpeto e em alguns casos obrigaram-nos a acelerar o passo no contacto porta a porta. É uma estratégia errada agredir membros de outros partidos, porque isso só os torna de facto vítimas. Criou-se um mito em volta de Gaza por culpa própria de todos que andam na política. Alí nasceu o Dr. Eduardo Mondlane que liderou a luta dos moçambicanos contra o fascismo e colonialismo português . É património de todos os moçambicanos.
P- Vai superar o candidato de um partido com quase meio século de experiência?
DS- Olhe, se o Presidente Chissano tivesse conseguido colocar o Dr. Hélder Muteia a anos traz como Presidente da FRELIMO, se calhar hoje teria que pensar várias vezes se seria oportuno candidatar-me. Fazemos parte de uma outra geração talhada para outras ambições próprias do século vinte e um. Temos alguma coisa em comum quando falamos de Moçambique.
P- Em caso de vencer vai ter que formar um Governo, onde vai buscar quadros ?
DS- (sorriso largo) Eu sou produto da independência de Moçambique. São aos milhares na mesma condição, com experiência profissional, competencia comprovada e só estão a espera de uma oportunidade. Quanto a isso podemos estar a vontade e render uma homenagem aos que lutaram pela libertação do país e aos combatentes pela democracia.
E agora Daviz Simango?
que é considerado arquitecto da a passagem por aquele distrito do candidato do Movimento Democrático de Moçambique (MDM), Daviz Simango, por sinal filho do primeiro vice-presidente da Frelimo, morto também em circunstâncias ainda não esclarecidas pelo regime que actuava naquela altura. Aliás, o que se sabe é que Simango pai, foi morto por ter sido considerado reacionário. Sabido que Daviz é candidato do MDM para as presidenciais, tal como Armando Guebuza e Afonso Dhlakama, a filha de Mondlane, aproveitou a ocasião para lançar esta nova versão sobre a morte do pai no sentido de mostrar as populações a verdade dos factos na óptica dela. Pelo sim ou pelo não, os pronunciamentos da filha de Mondlane vieram a tona e tudo indica que a caça ao voto está mesmo ao rubro.
sexta-feira, outubro 16, 2009
MDM com ameaças


Apoio a Guebuza
Esta casa defende a continuidade de Armando Guebuza na Presidência da República, e consequente formação do Governo. Trata-se de uma posição antecedida de uma análise feita aos manifestos eleitorais dos candidatos Daviz Simango, Armando Guebuza e Afonso Dhlakama, adversários na disputa pela conquista da Ponta Vermelha.O manifesto apresentado pelocandidato Armando Guebuza prioriza o desenvolvimento do País a partir do interior, projecto, aliás, iniciado já no mandato que termina e que tem mexido com as populações queresidem nas zonas recônditas de Moçambique. Guebuza dá ainda ênfase às manifestaçõesdo empresariado nacional e de pessoas singulares, atravez do desenvolvimento de pequenos projectos de acumulação de riqueza de pequena escala, enquanto incentiva estes a contribuirem no engradecimento do Estado atravez de injecções fiscais. Aliás, o Governo de Armando Guebuza prestes a terminar o mandato, escreveu e submeteu para aprovação na Assembleia da República, instrumentos legais que visam a expansão da colecta fiscal, que vai até ao informal. Esta casa entende que grande parte dos projectos iniciados pelo Governo-Guebuza carecem ainda de sustentabilidade, sendo, por isso, necessário conceder-lhe mais uma oportunidadepara concretizar tais programas de desenvolvimento, cientes de que muitos dele
s nos fazem torcer um bocadinho o nariz, designadamente na área da administração da justiça, segurança das pessoas e distribuição de riqueza. As promessas de Daviz Simango, embora convençam, esta casa acha que levarão tempo a serem materializadas, precisamente porque grande parte do primeiro mandato terá pela frente vários obstáculos impostos pela necessidade de conhecer melhor a nova casa. Assim, até que o Governo-Simango se estabilize, custará muito caro aos moçambicanos. Por outro lado, entende-se que sendo necessárias, as mudanças de regime não devem ser à custa do cidadão comum, e elas (mudanças)não têm de ser levadas a cabo a qualquer preço, sob o risco de se atirar no escuro. Vale sublinhar: mudanças são necessárias, mas não de forma precipitada. Quanto à candidatura de Afonso Dhlakama. Não é credível que o líder consiga estabilidade e uma boa prestação uma vez na Ponta Vermelha. A razão é tão simples como isto. A sistemática instabilidade que nos tem dado a
perceber, no seio da Renamo, organização dirigida por Afonso Dhlakama, dá a ideia de que o seu líder não tem capacidade suficiente para dirigir um grupo pequeno.Uma vez na Ponta Vermelha, Dhlakama terá capacidade de dirigir pouco mais de 20 milhões de moçambicanos? Esta a pergunta que se faz nesta casa. Outrossim, Afonso Dhlakama e a sua organização habituou os moçambicanos a se tornar vítima de qualquer coisa. Quando as coisas não correm bem lá dentro, a culpa é dos outros, raramente vira os canos para dentro e analisar a crise. Por tudo isso, esta casa não acha que a Dhlakama se assente melhor a Ponta Vermelha.Assim sendo, só nos resta ArmandoGuebuza, na certeza de que melhore, no próximo mandato, nalguns aspectos da sua governação.Para as legislativas, a casa é por uma distribuição que se aproxime do equilíbrio entre as bancadas, onde não estejam apenas os deputados da Frelimo e da Renamo, ou ainda assentos de uma oposição mais virada à Frelimo ou à Renamo, mas que defenda ideias próprias. No Parlamento moçambicano, aliás, o poder negocial entre as bancadas deve ser uma das formas de se desbloquear entraves que forem encontrados nos debates plenários, onde se espera mais por discussões técnicas, profissionalizadas, menos cenas patéticas que nos últimos anos os deputados da Frelimo e da Renamo, todos, nos têm envergonhado. Nada de maioria parlamentar.
Os apoios sucedem-se nos últimos dias.
quarta-feira, outubro 14, 2009
CNE: aposta na transparência

A CNE aprovou a sua directiva para a contagem a 27 de Setembro passado e dela se pode destacar a sua parte final e referente a contagem provisória. Foram tomadas algumas decisões que podem ajudar a credebilização deste pleito eleitoral a acontecer a 28 de Outubro. Ou seja, a nível de distrito ou cidade, logo que é recebida a informação, é enviada uma cópia dos dados do edital de cada assembleia de voto para a comissão provincial de eleições e depois para a CNE. Os regulamentos são pensados para encorajar a transmissão electrónica dos dados (embora no fim deva ser mandada uma cópia para o nível nacional). A CNE vai depois introduzir os resultados de cada assembleia de voto num sistema central de computadores. Haverá terminais de computador públicos no centro de imprensa onde observadores, representantes de partidos e jornalistas, podem ver os dados que foram introduzidos e, por exemplo, compará-los com os dados da contagem paralela. A contagem provisória pretende dar à CNE uma verificação independente do processo, mas a directiva que foi acordada diz que “em geral” o apuramento nacional baseado nas contagens distrital e provincial mais os votos nulos requalificados, tem a precedência.
Outros detalhes poderá encontrar no sitio do STAE e no Boletim Eleitoral da AWEPA disponibilizado pelo “Muliquela” aos seus visitantes.
Exploração sul-sul?
“As companhias estatais chinesas (CECs) eliminam as companhias locais porque desrespeitam a legislação laboral”, explicou Herbert Jauch, do Instituto dos Recursos e Pesquisa Laboral da Namíbia (LaRRI). Ele é co-editor de um estudo sobre os investimentos chineses em África e o seu impacto no mercado de trabalho, estudo esse que vai ser publicado brevemente.O estudo revela que os efeitos laterais da política de “Olhar para o Oriente”, que muitos países africanos adoptaram, é alarmante.Dez países da África Austral participaram no estudo, elaborado pela Rede de Investigação sobre a Mão-de-Obra Africana (ALRN). “No caso da Namíbia, descobrimos que, em 2008, a maior parte das companhias de construção chinesas pagava 35 cêntimos do dólar por hora aos trabalhadores, enquanto que o salário minimo nacional neste sector é um dólar”.Segundo Jauch, quase 70 por cento dos grandes projectos de construção são controlados por companhias chinesas. “Frequentemente não têm a documentação necessária, como os certificados de igualdade de trabalho, mas continuam a receber valiosos contratos”.Os investigadores africanos lamentam a perda de empregos que resulta do uso de um grande número de trabalhadores chineses em projectos de construção no continente, assim como a concorrência causada pela importação de produtos baratos “nas lojas chinesas”.Os investigadores explicam que a “China deu importância aos benefícios políticos e económicos e apresentou-se como parceiro económico atraente e amigo político”.“Para os governos africanos, isto representou numa alternativa ao chamado ‘consenso de Washington’, sendo agora intitulado ‘consenso de Beijing’, isto é, apoio sem interferência em assuntos internos”.O estudo revela que os investimentos chineses em África estão concentrados em sectores como energia, mineração, manufactura, construção, retalho e se

Hou não concede contratos. “Frequentemente, os trabalhadores roubam e isso é um grande problema. Tive de contratar seguranças. Se as pessoas tiverem contratos, podem apresentar queixa ao comissário do trabalho. Eu não quero isso. Se alguém roubar, é despedido. É tão simples quanto isso”.
Além dos legumas, a loja de Hou vende de tudo, desde produtos para cabelo até bebidas alcoólicas – todos os produtos com rótulos em cantonês e cuidadosamente acondicionados em filas de prateleiras.Este proprietário acredita que os namibianos não são muito produtivos. “Vão cedo para casa no fim de semana mas nós ficamos aqui, sete dias por semana até as oito da noite. É necessário porque as pessoas trabalham durante a semana e querem fazer compras no fim de semana”.Jauch contesta estas opiniões acerca da produtividade. “Um estudo do Banco Mundial de 2007 mostra que os trabalhadores namibianos estão bem colocados a este respeito na África Sub-Saariana”.O facto de os produtos e serviços chineses terem virtualmente acesso ilimitado aos mercados africanos é uma “contradição”, se se tomar em consideração as difíceis negociações referentes a um acordo de parceria económica (EPA) com a União Europeia, sustente Jauch.“Aquilo que está a ser promovido como comércio sul-sul são, de facto, práticas altamente exploradoras. Os chineses têm a oportunidade de jogar este jogo a seu favor”.(Fonte: mwglobal.org)
terça-feira, outubro 13, 2009
Conhece o AVC?
Portanto a fraude é possível e que para aquí chamamos remonta do ano 2000 no Peru. Fujimori, com 49,9% dos votos apurados, estava quase a ganhar a eleição presidencial no primeira volta apesar das reiteradas denúncias de fraude feitas pela Oposição. Quando os Estados Unidos e países da Europa juntaram-se ao coro dos insatisfeitos, inexplicavelmente, os votos e os mapas desapareceram e a vitória certa de Fujimori obrigou a uma segunda volta. E a crise continuou porque o segundo classificado na primeira volta, com o apoio da comissão designada pela OEA (UA em Àfrica) para fiscalizar o pleito, exigiu que o software da totalização dos votos fosse auditado e para isso foi preciso adiar a eleição. Tratando-se de informática, todos os procedimentos precisam de ser checados e conferidos por auditores externos para que não haja dúvidas.Chegou a hora de Moçambique discutir a política de segurança da contagem final dos votos e a sua digitalização, sob pena de deixarmos para nossos filhos uma distorcida democracia, onde o eleitor jamais saberá se o seu voto foi somado na direcção da sua escolha.
sexta-feira, outubro 09, 2009
Nobel da Paz? Só podia

Em muitos locais, a esperança sentida pela geração do meu pai deu lugar ao cinismo e, mesmo, ao desespero. É fácil apontar o dedo e atribuir a culpa por estes problemas aos outros. Sim, um mapa colonial que fazia pouco sentido contribuiu para gerar conflitos. O Ocidente tem muitas vezes tratado África com paternalismo, ou como fonte de recursos, e não como parceiro. Mas o Ocidente não é responsável pela destruição da economia do Zimbabué na última década, nem pelas guerras em que crianças são utilizadas como combatentes. Durante a vida do meu pai, foram em parte o tribalismo, o favoritismo e o nepotismo num Quénia independente que durante muito tempo destruíram a sua carreira, e sabemos que este tipo de corrupção é ainda hoje um facto corrente da vida diária de demasiadas pessoas.






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quarta-feira, outubro 07, 2009
Olhando

Perdizes na capoeira

terça-feira, outubro 06, 2009
O PLD é, mesmo, afilhado da CNE!
Temos assistido, em alguns canais televisivos, a uma tentativa de minimização do “caso PLD”, chegando algumas ilustres figuras da nossa praça a manifestar dúvidas quanto à veracidade da informação por nós veiculada, segundo a qual, aquele partido beneficiou de várias oportunidades ofertadas pela CNE para o suprimento das irregularidades processuais, sendo que a última notificação é datada de 1 de Setembro de 2009, já, claramente fora do prazo que a CNE tinha para notificar qualquer partido a suprir eventuais irregularidades processuais.Um dos ilustres analistas que disse duvidar dessa façanha da CNE, fundamenta a sua dúvida no facto de ter sido, apenas, o MAGAZINE a referir-se a esse facto. Ou seja, para o ilustre analista só é verdadeiro aquilo que é igualmente referido por vários órgãos de comunicação social! Diante de um pronunciamento destes, só temos de reconhecer que, de facto, estamos muito mal, em termos de analistas políticos, neste País!
issão - dia 1 de Setembro de 2009 – em que o “partido” é notificado a suprir irregularidades processuais para as listas “definitivas”, estas que, como se sabe, foram afixadas com a data de 28 de Agosto do mesmo ano. Ou seja, a 28 de Agosto, a CNE aprovou as listas “definitivas” do PLD e, três dias depois, enviou uma notificação para o PLD, dando-lhe cinco dias, a contar da data da recepção da mesma, para suprir as irregularidades processuais constantes da respectiva notificação.
anto a nós, o apadrinhamento da CNE ao PLD não se circunscreve à referida notificação. Tendo em conta o disposto no número 1 do artigo 166 da Lei número 7/2007, de 26 de Fevereiro, o PLD nunca deveria ter sido inscrito para concorrer às eleições, porque obteve o registo depois de ter começado a contagem do prazo para a apresentação de candidaturas, porquanto diz, claramente, o número 1 do artigo 166 da supracitada lei que “as candidaturas são apresentadas pelos partidos políticos, isoladamente ou em coligação, desde que REGISTADOS ATÉ AO INÍCIO DO PRAZO DE APRESENTAÇÃO DE CANDIDATURAS.
(fonte: Magazine Independente)