terça-feira, março 03, 2009

Radiodifusão em crise?

Em Moçambique estão registados uma meia centena de estações de rádios, para além de canais de rádio e televisão cujo número é estimado em três dezenas.Reconhecendo as dificuldades no seu desempenho, em particular as locais/comunitárias vale a pena questionar o seu futuro.Vem a tona o encerramento do Centro Rádio Visor,uma das rádios mais ouvidas na cidade da Beira pelo seu cariz comercial tendo como forte da sua programação a música para diferentes nichos de ouvintes.Dificuldades em repor regularmente o investimento obrigou a esta decisão que no entender do seu proprietário ainda procurou no último ano suportar as despesas com os lucros de outras empresasa do Grupo CRV.Não sei se a política desta conhecida rádio privada do segundo maior centro urbano de Moçambique esteve assente também no pagamento de funcionários só com a tarefa de elaborar “playlists”.Pode não ser o caso, mas de uma maneira geral um funcionário de um rádio local tem de ser obrigatoriamente ser locutor, fazer reportagens, ler noticias, dar uma ajuda se necessário na parte técnica e até angariar publicidade. Pelo historial das estações de rádio instaladas uma boa parte de índole comunitária ( zonas rurais) o raio de cobertura tem diminuido e consequentemente a facturação baixa.Onde ir buscar dinheiro para pagar melhores salários , fazer um melhor serviço, pagar a manutenção técnica e pagar as contas da luz ao final do mês? As rádios locais funcionam de como empresas se tratassem, é certo, mas pequenas ou médias empresas, com poucos recursos humanos e financeiros. Se o encerramento da CRV é sintoma de uma crise que chegou a radiodifusão moçambicana , imaginemos o que está a acontecer nas grandes emissoras (rádio e televisão públicas) vivendo de um limitante orçamento do estado e que pelo vistos não já não equlibra os "buracos" deixados pelo mercado pouco receptivo....